Não posso

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Eu não posso ser parte de um mundo onde os homens vestem suas esposas como objetos, mostrando tudo o que deve ser apreciado. Onde não há conceito de honra e dignidade, e só se pode confiar neles quando eles dizem "eu prometo".

Quero...mas não posso...
Não posso...mas quero...
Mas se não posso mas quero...
Então porque quero...se não posso...?!

Eu não posso te garantir que sempre haverá sorrisos em meu caminho, mas eu posso lhe garantir que no meu caminho existe Deus, e com Ele eu prefiro estar, sendo chorando ou sorrindo.
Porque é Ele quem me faz entender que tudo é de sua permissão, e que nada é em vão, o choro serve para dar valor ao sorriso, e o sorriso serve para dar valor a vida.

Não posso me igualar a alguns, mas posso ser indiferente a eles. Algumas pessoas não merecem mais que o esquecimento.

O Culpado

Não posso culpar a chuva quando não cai
Não posso culpar as lágrimas que não escorrem
Não posso culpar alguém que não vem em minha direção,
Ou quem vem e não para
Não posso culpar a dor que me habita
Nem o amor que me abandonou
Não posso te culpar por olhares reincidentes
Nem por partir sem adeus
Não posso culpar o chão por ser duro
Nem por me esfolar nos tombos insistentes
Eu sou o culpado, fui condenado, estou cumprindo a pena,
Resignado a viver entre as grades do desespero
Sou culpado por te deixar ir, pelo fracasso na busca, pela fraqueza no caminho
Sou culpado pelas respostas erradas às questões do destino,
Pela falta de ação nos momentos exigidos
Talvez eu me perdoe, talvez eu sobreviva o suficiente pra superar
Talvez sangre até me afogar, talvez sucumba cheio deste vazio,
Talvez chegue até à cova plenamente satisfeito,
Ou talvez tenha que cumprir este penoso caminho sozinho
Carregando meu corpo dolorosamente até abandoná-lo no leito de morte.

Cantiga sua

Comigo me desavim,
Sou posto em todo perigo,
Não posso viver comigo
Nem posso fugir de mim.

Com dor da gente fugia
Antes que esta assim crescesse,
Agora já fugiria
De mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
Do vão trabalho que sigo,
Pois que trago a mim comigo
Tamanho inimigo de mim?

Sá de MIranda
Hue, S. M. (Org.) Antologia de poesia portuguesa, século XVI: Camões entre seus contemporâneos. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2007.
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Eu não posso brincar com três corações


Agora é muito tarde pra voltar trás..
Estamos amarrados, unidos, por um laço que eu já não sei
Mais distinguir...
“Eu não posso brincar com três corações” dizia aquela tal canção...
E eu nunca entendi...
Existem coisas que não são explicadas com palavras, apenas com gestos...
Agora que não sei que palavras usar, com que gestos hei de explicar o que sinto aqui,
dentro de mim...?

Eu já fui e voltei dez vezes pelo caminho das sombras, pra tentar encontrar alguma luz
Pois pelo caminho certo eu só achei o incerto...
Eu já fui e voltei dez vezes pela estrada do seu coração, para tentar entender o que se passa dentro do meu
Pois indo pelo o meu coração eu só achei perguntas, das quais eu não possuo as respostas...

Dentro daqueles olhos castanhos misteriosos, arde a chama da paixão, possuindo uma meiguice inexplicável...
Dentro daqueles olhos azuis intensos, arde a chama de um amor calmo, capaz de fazer o mundo parar, de um carinho incomparável...
Dentro daqueles olhos castanhos profundos, arde uma chama fria, de incerteza e insegurança, de uma maledicência inconfundível

Tracei um caminho sem volta, tenho um espelho que não possui reflexo em minhas mãos...
E ele me disse “você não pode enxergar a alma das pessoas, você nem mesmo conhece a sua”.
E eu fui ao encontro do pecado, por escolha própria, hoje o certo e o errado estão misturados...
Eu tracei meu próprio caminho, e aquela musica ainda soa dentro de mim..
“Eu não posso brincar com três corações”.

Se não posso dar o meu amor, e viver com quem amo, vou procurar viver com quem me ame.

Ah se eu pudesse voltar atrás, juro,
eu viveria cada dia.
Mas tão fraco já não posso mais
recuperar os anos que deixei pra trás.

Andaria na chuva,
pularia no mar
e te diria tudo que deixei de falar...
não mais...não mais...não mais...
[...]

Já que não posso dizer abertamente, faço do meu olhar o meu sussurro no seu ouvido!

Senhor, dê-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar. Coragem para mudar as coisas que não posso aceitar. E sabedoria para esconder os corpos daquelas pessoas que eu tive que matar por estarem me enchendo o saco.

Desconhecido

Nota: Trecho de um texto cuja autoria é muitas vezes atribuída erroneamente a Luis Fernando Verissimo.

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Eu não posso querer mudar o mundo, mas eu tenho que me colocar diante do mundo que eu vejo.

"Tenho que conseguir te deixar ir. E eu vou. Não posso mais fazer isso comigo, com você, com a gente, com o nosso amor. Era pra ser bom, mas por algum motivo tem sido muito ruim.

Vai… pode voltar se quiser, mas estou deixando você ir."

http://osdiassemele.wordpress.com/

Não posso atribuir a outra pessoa o meu medo ou desconfiança. Cada pessoa é única.
Ter medo é super normal, mas deixar de viver algo por conta desse sentimento não é saudável. Tentar, mas viver com o receio de que algo ruim aconteça também não é saudável.
Enfim, o segredo é enfrentar o meu medo, viver intensamente de forma transparente, sem colocar a culpa nas amarras ao passado.
A responsabilidade é minha, eu tenho de resolver.

Não posso acreditar que a vida seja diferente dos romances.

Não posso culpá-lo por ser como é.

"Eu não vim aqui pra dizer que não posso viver sem você.
Eu posso viver sem você. Mas eu não quero."

Eu não posso prometer consertar todos os seus problemas mas eu posso prometer que você não terá que encará-los sozinho.

Eu não posso desistir aqui ...
Eu quero ir onde ninguém vai me levar;
Eu quero ouvir o que ninguém quer escutar;
Mas eu quero estar, onde muitos querem estar...
Eu sei para onde devo ir, mas nada me leva para este lugar.

Mensagem à poesia
Não posso
Não é possível
Digam-lhe que é totalmente impossível
Agora não pode ser
É impossível
Não posso.
Digam-lhe que estou tristíssimo, mas não posso ir esta noite ao seu encontro.

Contem-lhe que há milhões de corpos a enterrar
Muitas cidades a reerguer, muita pobreza pelo mundo.
Contem-lhe que há uma criança chorando em alguma parte do mundo
E as mulheres estão ficando loucas, e há legiões delas carpindo
A saudade de seus homens; contem-lhe que há um vácuo
Nos olhos dos párias, e sua magreza é extrema; contem-lhe
Que a vergonha, a desonra, o suicídio rondam os lares, e é preciso
reconquistar a vida
Façam-lhe ver que é preciso eu estar alerta, voltado para todos os caminhos
Pronto a socorrer, a amar, a mentir, a morrer se for preciso.
Ponderem-lhe, com cuidado – não a magoem... – que se não vou
Não é porque não queira: ela sabe; é porque há um herói num cárcere
Há um lavrador que foi agredido, há um poça de sangue numa praça.
Contem-lhe, bem em segredo, que eu devo estar prestes, que meus
Ombros não se devem curvar, que meus olhos não se devem
Deixar intimidar, que eu levo nas costas a desgraça dos homens
E não é o momento de parar agora; digam-lhe, no entanto
Que sofro muito, mas não posso mostrar meu sofrimento
Aos homens perplexos; digam-lhe que me foi dada
A terrível participação, e que possivelmente
Deverei enganar, fingir, falar com palavras alheias
Porque sei que há, longínqua, a claridade de uma aurora.
Se ela não compreender, oh procurem convencê-la
Desse invencível dever que é o meu; mas digam-lhe
Que, no fundo, tudo o que estou dando é dela, e que me
Dói ter de despojá-la assim, neste poema; que por outro lado
Não devo usá-la em seu mistério: a hora é de esclarecimento
Nem debruçar-me sobre mim quando a meu lado
Há fome e mentira; e um pranto de criança sozinha numa estrada
Junto a um cadáver de mãe: digam-lhe que há
Um náufrago no meio do oceano, um tirano no poder, um homem
Arrependido; digam-lhe que há uma casa vazia
Com um relógio batendo horas; digam-lhe que há um grande
Aumento de abismos na terra, há súplicas, há vociferações
Há fantasmas que me visitam de noite
E que me cumpre receber, contem a ela da minha certeza
No amanhã
Que sinto um sorriso no rosto invisível da noite
Vivo em tensão ante a expectativa do milagre; por isso
Peçam-lhe que tenha paciência, que não me chame agora
Com a sua voz de sombra; que não me faça sentir covarde
De ter de abandoná-la neste instante, em sua imensurável
Solidão, peçam-lhe, oh peçam-lhe que se cale
Por um momento, que não me chame
Porque não posso ir
Não posso ir
Não posso.

Mas não a traí. Em meu coração
Vive a sua imagem pertencida, e nada direi que possa
Envergonhá-la. A minha ausência.
É também um sortilégio
Do seu amor por mim. Vivo do desejo de revê-la
Num mundo em paz. Minha paixão de homem
Resta comigo; minha solidão resta comigo; minha
Loucura resta comigo. Talvez eu deva
Morrer sem vê-Ia mais, sem sentir mais
O gosto de suas lágrimas, olhá-la correr
Livre e nua nas praias e nos céus
E nas ruas da minha insônia. Digam-lhe que é esse
O meu martírio; que às vezes
Pesa-me sobre a cabeça o tampo da eternidade e as poderosas
Forças da tragédia abatem-se sobre mim, e me impelem para a treva
Mas que eu devo resistir, que é preciso...
Mas que a amo com toda a pureza da minha passada adolescência
Com toda a violência das antigas horas de contemplação extática
Num amor cheio de renúncia. Oh, peçam a ela
Que me perdoe, ao seu triste e inconstante amigo
A quem foi dado se perder de amor pelo seu semelhante
A quem foi dado se perder de amor por uma pequena casa
Por um jardim de frente, por uma menininha de vermelho
A quem foi dado se perder de amor pelo direito
De todos terem um pequena casa, um jardim de frente
E uma menininha de vermelho; e se perdendo
Ser-lhe doce perder-se...
Por isso convençam a ela, expliquem-lhe que é terrível
Peçam-lhe de joelhos que não me esqueça, que me ame
Que me espere, porque sou seu, apenas seu; mas que agora
É mais forte do que eu, não posso ir
Não é possível
Me é totalmente impossível
Não pode ser não
É impossível
Não posso.