Nao Ha Passageiros na Nave Espacial Terra

Não há duas pessoas no mundo que, por uma indiscrição diabolicamente concebida, não possam vir a tornar-se inimigos mortais.

Não há coisas de que mais te devas recordar do que daquelas em que hajas errado, para nas mesmas não tornares a errar.

Não há cinquenta maneiras de combater, há apenas uma: a do vencedor.

Numa situação intensa não sabemos que dizer. Para isso é que há o formalismo do silêncio, traduzido num abraço de emoção ou nos «sentidos pêsames» sem emoção nenhuma.

Não pode haver graça onde não há discrição.

Não há ofensa que não perdoamos, depois de nos termos vingado.

Não ha coisas úteis ou inúteis: a medida do seu valor está em nós.

Não há homens cultos; há homens que se cultivam.

Não há nada melhor que uma vida sem matrimônio.

Como ao bem ocupado não há virtude que lhe falte, ao ocioso não há vício que não o acompanhe.

Não há nada de justo ou de injusto que não mude de qualidade ao mudar de clima.

Não há dois tempos iguais de solidão porque nunca se está só da mesma maneira.

De todos aqueles que consideramos felizes, não há um que o seja.

Não há nenhuma mulher que se considere feia.

Não há gênero algum de preguiça pela qual sejamos tão facilmente seduzidos como aquela que é dignificada pela aparência de ser um negócio.

Por pior que um homem possa pensar das mulheres, não há mulher que não pense ainda pior do que ele.

Não há poder. Há um abuso do poder, nada mais.

Não há coragem triste.

Quando um escritor se transforma num clássico, já não há necessidade de lê-lo: basta citá-lo.

Tudo deve ser discutido. Sobre isso não há discussão.