Não Gosto da sua Frieza
É tão bom saber que você tem vários defeitos...gosto do que é real...gosto de você mesmo assim. É você quem me dá esse tempero!
quem chegar depois de você
vai me lembrar que o amor
precisa ser suave
ele vai ter
o gosto da poesia
que eu queria saber escrever
O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demasia estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isto, o sábio em sua alma
Determina a medida para cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(aforismo 12 - Tao Te King)
Você tem razão, a gente pouco se conhece. Mas quando eu disse que gosto de você, o que eu quis dizer é que eu quero te conhecer.
Gosto de Ti
Gosto de ver você sorrir
Gosto de ver seus olhos
Brilharem pra mim
Gosto do tu cheiro
Gosto do teu beijo
Gosto do teu corpo
Junto ao meu.
Gosto do teu andar
Do teu falar
Do teu jeito quando olha pra mim
Gosto de ti
Quando estas perto
Sinto teu carinho
Sinto teu perfume
Sinto teu amor
Só pra mim.
Eu não sei o porquê
Só sei que gosto de tudo
Em ti.
Não sei desde quando te amo. Não sei quando percebi que tu eras eu. Não sei desde quando soube que me acompanhas desde sempre. Não sei desde que eternidade fazes parte de mim.
Mas sei o exacto momento em que descobri que te amava antes. Sei desde quando percebi que tu já eras o meu sítio. Sei desde quando soube que antes já te queria para sempre.
Estranho? Provavelmente. Mas sei que sempre soube. Há coisas assim.
Te ofereci tudo de mim, te ofereci até o que eu não tinha ao oferecer, te dei o meu melhor, o melhor de mim... mas para você, tudo isso NUNCA foi o suficiente...
Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para frases; o algarismo não tem frases, nem retórica.
Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país, dirá:
– Quando uma Constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo caminhe para o futuro com as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação nacional. A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que decida entre mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito superior a todos os direitos.
A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade:
– A nação não sabe ler. Há só 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra de mão. 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles; é não saber o que ele vale, o que ele pensa, o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber porque nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, — por divertimento. A Constituição é para eles uma coisa inteiramente desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado.
Replico eu:
– Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições...
– As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo político. Não se deve dizer: "consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação"; mas — "consultar os 30%, representantes dos 30%, poderes dos 30%". A opinião pública é uma metáfora sem base; há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: "Sr. Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem..." dirá uma coisa extremamente sensata.
E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós não temos base segura para os nossos discursos e ele tem o recenseamento.
Gosto mesmo é do simples, de gente honesta, sorrisos puros, abraços demorados.
Gosto de gente que se admite, se assume, não se resume e vive intensamente.
Gosto mesmo é de conversa, de ideias diferentes, de gente que diz não.
Gosto de sabores, danças, canções, sentimentos revelados.
Gosto é de ver o mar, de pensar que tudo é amor, que somos oceano.
Gosto dos cheiros, dos livros, das histórias, das cicatrizes que nos fazem melhor.
Gosto de sentimentos escancarados, de pluralidade, de lembranças que acalmam.
Gosto de tudo que é sincero, revelado, de tudo que nossa alma emana.
Gosto de energia, de arrepio, de cumplicidade e de transbordar o mundo com boas vibrações.
Gosto de você, gosto muito de você!
Mas não deixei de gostar de mim
Das minhas convicções
Nem dos valores que tenho
O seu ego possessivo me afasta de você.
Gosto quando me falas de ti... e vou te percorrendo
e vou descortinando a tua vida
na paisagem sem nuvens, cenário de meus desejos tranqüilos.
Gosto de conversar contigo, sabe, me completa, fala minha língua, me entende como ninguém. Oh, suavidade do teu jeito, que acalma minha ansiedade. Tranquilidade dos eleitos que só uma perfeita afinidade permite. Conversar sobre coisas amenas, perguntar, "como foi seu dia?", "como é que está?", "tá bem?". Sobre coisas grandes, atualidades, assuntos sérios de todo mundo, coisas corriqueiras ditas no noticiário das 8. Vale a intenção, a consideração, a disponibilidade. O mundo é tão hostil, tudo tão brutal, um soco na boca do estômago da realidade, só tédio, tristeza, monotonia, cada um por si, na sua redoma de vidro, armadura de cavaleiro medieval, frieza glacial. Tua presença é qualquer coisa de luz, um farol no mar bravio ao marinheiro desesperado, a chama de uma vela na escuridão brutal, uma estrela na noite fria dos meus dias, uma musica não sei de onde, um som de flauta, tu não chega como qualquer um, surpreende, chega chegando, entende? Um dia sem você faz muita falta, fica um vazio, um oco nas horas, incompleto. A velha historia do bater o ponto, marcar presença, ser o diferencial, fazer a diferença.
Não gosto de discutir com idiotas pelo simples fato de que eles ficam ainda mais idiotas. Então, se não discuto com um idiota, é porque quero poupá-lo de ele ser ainda mais idiota.
Respirar fundo primeiro. Aguardar a calmaria das emoções. Assentar as poeiras que levantamos. Não prometer, não responder, não decidir. Só respirar fundo.