Não Devo nada
Neste mundo não quero nada que não seja meu.
Tudo que tenho me é legítimo.
Não devo absolutamente ninguém.
Por isso a minha consciência é bem tranquila, e a paz de espírito vive em mim.
Aprendi a não provar nada e insistir com ninguém. Só devo insistir com o conhecimento e provar a mim mesmo a capacidade de fazer a diferença.
Antes de te conhecer,
Nada fazia sentido
Meus sentimentos não têm limites
Eu sei, devo estar enlouquecendo, né?
No meu caminho posso aprender que minha vida devo dar rumo. Se rumo sem rumo,
nada terei aprendido.
A minha vida toda eu não fiz nada direito, mas agora eu sei o que eu devo fazer.
São poucas pessoas que me ajudam sem me cobrar nada nesta vida. As vezes até pra ser feliz devo comprar as pessoas para me corresponderem. Aqui o amor verdadeiro é medido pelo que tens a oferecer. Por isso, confio mais em Jesus do que no comportamento humano na sua maioria.
Os grandes poemas são cruéis, nada podemos aprender com eles, eles permanecem incólumes à nossa devoção, à nossa admiração.
Nada novo, tudo é habitual e efêmero.
Devo ficar no meu silêncio e esperar passar... Ou devo permanecer na insistente saber o que está acontecendo e dizer que estou aqui?!
Nós somos criaturas que sentem, seres humanos sentem, assim como seres humanos pensam. É simplesmente como as coisas são.
E sendo assim sentimento dolente, sem razão aparente, com visões e vivências diferentes.
E ainda bem que muda...
Imagina que terrível seria se tivéssemos sempre os mesmos sentimentos, sem qualquer fluidez, sem possibilidade de mudança, de evolução, de leveza, de florescimento?
Se parar pra pensar vai ver que tem sorte e que já passou por momentos piores que o atual e veja como superou.
Tudo passa nessa vida!
Concluí que nada importa.
Não vou ficar avaliando cada momento.
Devo ir aonde meu coração mandar.
Não vou abrir mão de nada que me faça sorrir...
Se eu devo um pedido de Desculpas a alguém, sempre o devo fazer. Nada vale os orgulhos pessoais. Como cristãos sempre que magoamos alguém devemos fazê-lo. Certamente que compreendemos, que não é bonito magoar outras pessoas. Pois também não gostamos de ser magoados!
Aí de mim!
Em nada me devo gloriar. Nem numa não queda. Pois quando dou por mim, já me acho caído. Aí De mim se não fosse Deus! Meu amigo!
Se não posso fazer nada para mudar uma realidade indesejada, não devo me preocupar com ela, pois a preocupação não vai resolver a questão.
A morte é o fim de tudo, ou o começo de nada?
Não há resposta, só silêncio, e o vazio que nos devora.
O vazio é a essência da vida, ou a negação do ser? Não há sentido, só angústia, e o vazio que nos consome
O vazio é o destino final, ou o eterno retorno?
Não há saída, só abismo, e o vazio que nos espera.O existir é um erro?
Não há sentido na vida, por que teria esperança na morte?
Somos apenas sombras errantes em um mundo sem luz, buscando um alívio ilusório em um abismo sem fundo.
Nada nos salva da angústia; nem a fé, nem a razão, nem o amor. Somos condenados ao sofrimento e à insignificância do ser. Alguns contentam-se com verdades que não são mais que sombras, afogando-se na superficialidade de explicações tolas. No fundo, a busca por respostas vazias é uma fuga desesperada da angústia que nos consome. Eles são os cegos da luz e os surdos da paixão. Não conhecem a si mesmos, nem o mundo em que vivem. Eles não sofrem, nem gozam, eles apenas sobrevivem.
A única saída é o silêncio. O silêncio da alma e da mente. O silêncio que precede a morte, e que sucede o vazio.
dívida
não é minha função
te fazer ficar
eu não te devo nada
eu não te devo minhas horas de trabalho
as noites que chorei por ti
as manhãs em que procurei alguma mensagem
e nada pulsava
as tardes onde as plantas precisavam
te ver
porém presença alguma aguava
o caule
amansava a casa
e eu não te devo nada.
não te devo os textos que escrevi
enquanto te esperava voltar
as mensagens escritas e apagadas
tantas e tantas vezes
às segundas e terças
e todos os outros dias
as vezes que dei perda total e gritei
teu nome em alguma balada da Rua Augusta
o choro preso na garganta na linha amarela do metrô
a angústia que me acompanhava durante o trajeto de
quarenta e cinco minutos da linha azul
todas as outras cores do metrô de São Paulo que já me viram padecer
e ter crises de ansiedade
de ausência
de solidão
os passos dados em direção a algum
lugar, qualquer um, que tirasse você
da minha cabeça
eu não te devo nada
eu não te devo os boletos que você pagou
e as compras de mercado que fizemos juntos
as feiras às terças
e as frutas que comprávamos no fim de semana pois
era mais barato e estavam mais bonitas
as idas ao hortifruti no sábado
e aos domingos o pastel com caldo de cana
eu não te devo os jantares
a lasanha com Coca-Cola nos almoços
a padaria da esquina pela manhã
e todo o ritual que tínhamos para fazer qualquer coisa
nas primeiras horas do dia
eu não te devo as festas na casa dos amigos
nem as vezes que ficamos chapados
de cigarro ou intimidade
as comemorações de promoção no trabalho
as garrafas de vinho compradas na promoção
do supermercado Zona Sul
a pia cheia de louça
esperando para ser limpa
não é minha função te fazer ficar
eu não te devo nada
nenhuma lágrima que chorei na terapia às quintas das 19 às 20h
o chocolate que eu comia toda vez que uma crise aparecia atrás de mim e me assustava os pelos do pescoço
os gritos e as brigas e os dias sem se falar
e as semanas se desmanchando na adrenalina de enfim
perceber que estava acabando
que estava indo
tudo estava indo
mas eu não te devo nada
as horas na casa da sua mãe reclamando que uma vez mais
nós estávamos distantes
afastados
mais distantes do que óleo e água quando colocados juntos
não nos misturávamos
nem queríamos nos misturar
os passeios de bike pela orla da praia
as vezes que jogamos vôlei com pessoas desconhecidas
e as tornamos mais conhecidas que um ao outro
as tardes no arpoador com cerveja e cigarro
as viagens para Salvador para visitar meus pais porque você
queria mostrar a eles o quanto os amava
apesar de mim
eu não te devo os discos que você comprou nos meus aniversários
os vinis da Maria Bethânia e Gilberto Gil
a vitrola que continha um anel de noivado
e todas as histórias
memórias
e tristezas de um casamento que quase deu certo se não fosse por você
por nós
pela vida
não é minha obrigação te fazer ficar
de repente redecorar o apartamento
mudar os móveis de lugar
colocar o sofá rente à parede
abrir as janelas
ceder ainda mais espaço na cama
e fechar a porta
a decisão continuaria sendo sua
meu bem
a decisão da mão na maçaneta
das malas no centro da sala
o discurso de quem se perdeu e não sabe como voltar
como retornar ao primeiro momento
ao primeiro instante
à primeira comunhão
a verdade é que nos perdemos
entre os silêncios compridos dos dias que pareciam inofensivos,
mas que traziam consigo vazios e espaços indesculpáveis
dias que abriram crateras entre nós e nossos desejos
alargando o espaço que existia na cama
e em nossas almas
apagando a paixão com extintores de incêndio
e beijos mornos
e abraços pequenos
e sexos sem amor
queimando o tesão com pitadas de sonolência
provas da faculdade
e expediente em horários que deveríamos estar juntos
fazendo alguma coisa
qualquer coisa
eu não podia te fazer ficar
você já sabia o caminho até sua outra casa
destino e coração
já havia outra cama esperando pelo
seu corpo ter com quem conversar
outra rede na varanda
e o anseio de te ver descansar
da vida e do perigo da vida
de mim e do perigo
que fomos um ao outro
você já havia decorado o tamanho dos paralelepípedos
o cheiro do pão da padaria próxima à rua
que agora você mora
o aroma dos carros atravessando a pista
e dizendo que a vida não para porque duas pessoas
que se gostaram um dia
deixaram de se compartilhar
a vida não espera a gente
meu amor
e isso é terrivelmente triste
e necessário também
mas eu não te devo nada.
não nos devemos.
sei lá, mas para o momento devo dizer nada me basta,
e que a minha vontade perdeu o paladar.
Não sei se fico calado ou se apenas saiu de soslaio.
Se assisto Hanna Barbera ou apenas escolho " saída estratégica, pela esquerda."
mas se nada eu sei porque devo saber para que lado devo ir
NÃO ME DEVO NADA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Meu relógio de pulso é sentir minha veia,
pra saber que preciso despertar da pausa,
pois a causa dispensa este sono profundo,
se caí numa teia e já não tenho tempo...
Minha hora revela que a vida se apressa;
quer meu fogo na relva do quanto me resta,
uma festa nos pés pra iluminar os olhos
e tecer lá na frente meu fim de novela...
Sempre tive meus dias, tomei cada posse,
dei meu sim quando quis e não fingi que não;
até mesmo não sendo, me forjei feliz...
Já me chamam de mestre; sei do que se trata;
data quase vencida; vencerei meu medo;
vou dizer um segredo: não me devo nada...
Acredito sempre que Jesus fez o melhor para minha vida e, por isso, eu não devo reclamar de nada, uma vez que o pior pode me acontecer por falta de fé.