Não Confio em Amigos
Num deserto de palavras edificantes prospera o pessimismo. Atentai vos sempre ao otimismo, não convenhamos nos esmorecermos mediante a aridez da vida, pois somente os fortes regozijarão a vitória.
A FELICIDADE É O MAIO OBJETIVO DO HOMEM
Ultimamente tenho dedicado meu tempo integral numa pesquisa seria, trabalho árduo acerca das Religiões e tudo que a ela esteja envolvido. Descobri que o Homem é "cabuloso". percebi também que essa coisa de estarmos ligados a um Ser superior que julgamos que há é devido o grande mistério que nos envolve nesse imensurável Universo. Não precisa ser pilhante pensador para ter essa percepção. Basta analisar tudo em sua volta, ler os tais livros sagrados com uma visão analítica, procurar ver as coisa em suas reais evidencias sem esquecer que os nossos sentidos nos traem. e sempre partir do principio que não há verdades irrefutáveis, pois tudo é relativo. Se o homem é escravo de sua ignorância de tal modo é também de sua vileza. Quem entre os homens é desprovido do gênio mau que cada ser humano traz dentro de si? Ele também é escravo do seu Ego, e por essa razão engenha diversos mecanismo que o leva á uma felicidade escapista. Pois A FELICIDADE É O MAIOR OBJETIVO DO HOMEM.
O ser humano anseia avidamente por uma vida paradisíaca seu maior desejo é encontrar a felicidade enquanto a sua existência. Seja lá qual for a cultura para o homem o mais importante é a felicidade, ele imagina que a encontrará: no sucesso_ boa comida, acúmulo de bens, tudo que lhe possa dá prazer. Porem, na vida a dor é maior que a felicidade e daí é que surge a ideia do inferno abrasante e a do paraíso refrigerador. Dessa ideia surgem diversas propostas redentoras criadas por ele mesmo, ou para se auto-enganar na tentativa de escapar-se da realidade e viver de maia e assim tornar a sua existência suportável mergulhando-se num mar de esperança escapista ou para tirar proveito do seu destino em beneficio próprio. As duas hipóteses me parecem plausíveis. O mundo está cheio de oportunistas que utiliza da dor humana em proveito próprio. São eles _ os formadores de opiniões. Estes mesmo convivendo com a sua própria infelicidade (pois a dor, esta é inevitável), eles enganam a si mesmos que são onipotentes_ capazes de gerir o mundo. E, aos menos favorecidos de entendimento curvam-se aqueles sem ao menos questioná-los. Poucos são os que erguem a voz para questionar o que a eles são impostos como verdades. Citarei exemplos concretos de mecanismo tirano que o homem tem criado para adaptar-se a este mundo: Os livros “sagrados” das religiões diversas, os códigos de leis, o pensamento filosófico e cientifico. As leis universais são derivadas desses mecanismos criados pelo homem para os homens para que estes possam encontra a tal felicidade.?
NOS BRAÇOS DA SOLIDÃO
As noites frias minh'alma embalsama
Tristonha, suspira a divagar;
Sobre o leito meu corpo em chamas...
Contigo, oh! meu amor, vivo a sonhar.
Quão longes estás agora!
Nos braços da solidão aqui estou;
Por ti minh'alma chora,
Sangrando, meu coração soluça de dor.
Vem! Vem meu amado,
Não deixes meus dias breus!
Não vês que para ti me guardo?
Vem! Traga-me alegria aos olhos meus.
Bem sabes que eu ainda te espero,
E por te esperar soluço por ti amor.
Vem, que devolverei a ti amor sincero!
Vem! Não deixes meu coração sangrar de dor.
O mendigo
Ó verme rastejante!
Tu chafurdas na lamacenta escória
enquanto estendes o olhar suplicante
e a mão que implora.
A sarjeta é a tua morada
a solidão é a tua companheira
o teu viver é uma lamaceira
Que vida desgraçada!
Os destroços de tuas “vitórias”
arrastam-te à morte.
E com cálice de amarguras
Tu brindas a tua sorte.
Visto que te tornou escárnio
para os que são escravos
dum sistema corrompido.
Percebes então, que a tua nulidade
denuncia o autor do teu homicídio.
Eis que tu te encontras
relegados a tua própria sorte,
Ó verme desarvorado!
Tu vives de agruras,
e sobre os ombros:
as grandes dores,
o peso de estranhos amargores,
de sarcasmo e anseios.
Mais uma vez tu estendes a mão
Ò miserável pedinte!
Pedes uma esmola
para dar força à mão que implora.
Para continuar pedindo no dia seguinte.
Operariado
Escorre suor das mãos calejadas
desses sertanejos esperançosos
que agarram o cabo da enxada
com ânimo e certeza
de se a chuva não faltar
haverá sempre o feijão na mesa.
Escorre suor do rosto do operário
numa enfadonha jornada de oito horas
para garantir no fim do mês o salário:
que mal compra a cesta básica ;
que não paga o alugue;
que não paga a escola ;
que nem parece um salário,
mas que parece uma esmola.
O jeito é virar bicheiro,
político ou banqueiro.
Quem sabe pastor de igreja.
Qualquer coisa desse gênero
desde que não fraqueja!
O suor que goteja:
das mãos, do rosto
desses cidadãos
que enriquece o patrão,
o patrão orgulhoso do que faz;
o feitor sem chicote
que açoita seu escravo,
o escravo assalariado
MULHER
Como jaz solitária a mulher,
outrora cercada de filhos.
Tronou-se como viúva,
a que foi o centro das atenções
de seus familiares e motivo de
admiração, encontra-se hoje
a mercê da solidão.
Ela chora, e de noite em suas
orações roga ao Senhor
que abençoe a cada um dos
que lhe foram presentes.
Enquanto as lágrimas correm
pela face, não tem quem a console;
entre todos que a amavam ,
foram-se num vôo breve,
como pássaros que voam para
longe de seus ninhos.
Seus dias estão tristes, e ela
mesma se acha em amargura.
Diante da somas de anos vividos,
já se passou todo o esplendor
de sua mocidade.
Seus passos miúdos
caminham exaustos por caminhos
desertos, agora nos dias de sua velhice
lembra-se mulher e de todos seus
mais preciosos tempos vividos
e chora silenciosa, saudade de outrora.
DEFUNTO POR ENGANO
“UM GRAVE ACIDENTE aconteceu hoje na BR que vai de Monte-alto a Guanambi envolvendo um carro e um caminhão, com vítima fatal. O agricultor conhecido por José Tatu veio falecer no local”...
A noticia foi veiculada pela Radio da cidade de Carinhanha que chegava a Cerra do Ramalho em transmissão de boa qualidade. O locutor da Radio interrompe o seu programa que no momento alcançava excelente audiência para noticiar o trágico acidente. O Sr. Joventino que assistia no momento o seu programa no pé do radio estarreceu-se ao ouvir a noticia. Não podia ser outro! Tratava-se realmente, da pessoa que ele conhecia, sem sombra de dúvida. Se o locutor houvesse dito: O agricultor José da Silva, ou Pereira e é de cetra e tal, ele por certo ouviria aquela noticia sem muito alarme; visto que acidente com vítima, nessas rodovias, são fatos corriqueiros e que infelizmente, sempre ocorre com vítimas, que na maioria das vezes são fatais. Mas, neste caso específico, ele não tinha dúvida.
_Meu Deus! Tenho que tomar algumas providências!
Por alguns momentos, o Sr Joventino tenta por ordem nas ideias. Precisava tomar algumas providências, como: dar alguns telefonemas. Precisava avisar aos parentes mais próximos daquele homem. Ele também se sentia parente do defunto que afinal foi casado com uma parenta sua e com ela tiveram muitos filhos que também eram seus parentes. Numa circunstância como essa ele num podia mesmo ficar de braços cruzados. Pensou o Sr Joventino e em seguida lançou uma interjeição: Nossa! O pobre homem ainda tão forte...! É! Deus escreve certo por linhas tortas, vai ver que chegou a hora de ele ir ao encontro da prima, pobre mulher! Morreu tão cedo! É! Deus é quem nos dá a vida e é a Ele que compete tira-la. Dizia O Sr Joventino, deixando na voz um tom de pesar e conformação.
Depois de ele ter absorvido aquela triste noticia, o Sr Joventino se deu conta de que o programa que ele assistia já estava quase no fim. Mas, agora, mediante o acontecido, quem teria cabeça para assistir programa de Radio, por excelente que seja? Amanha no mesmo horário, aquele programa estará lá, mas, o pobre homem, este, por certo, já haverá de está sendo enterrado...
Preciso avisar Osvaldo! Pensou ele em ligar para o irmão, já com o celular na mão. Osvaldo é cunhado de Zé Tatu...
Aquele monologa reticente era proveniente de suas ideias mal organizadas. Não era para menos, ninguém está preparado para fatalidades. Embora a morte seja certa para todos...
_Alô!! Disse Lena, a nora de Osvaldo, ao atender o celular do sogro.
_ Oi Lena! Sou eu, Joventino! Osvaldo tá aí?
Dizia ele do outro lado da linha com uma voz empanada de urgência. A esposa do sobrinho do Sr Joventino responde:
_Não! Ele está no pasto vendo uns bezerros. Mas, aconteceu alguma coisa¿ O Sr me parece preocupado, sei lá! Disse Lena ao notar estranheza no tom de voz de seu locutor.
_Sim! Aconteceu uma tragédia....
_Uma tragédia!! O que aconteceu tio Jove? Disse Lena alarmada.
_Eu acabei de ouvir no Radio uma noticia ruim!
_Mas, o que dizia.
Atalhou Lena.
_Dizia no radio que Zé Tatu morreu hoje num acidente que houve na rodovia que vai de Monte-alto a Gaunambi...
_O Sr ta falando do cunhado de seu Osvaldo?
_Sim! Num há outro Zé Tatu! Que eu saiba, não?
_Mas, ele não mora não é na Barrinha?
_Sim! Mas, vi dizer que ele, volte e meia, ta indo pra essas bandas de lá, tem parentes em Ganambi e Matinha.
_Mas, será que não pode ser outra pessoa, tio Jove?.
_José Tatu? Não! Nunca vi falar em outro por aqui. Avisa Osvaldo.
Disse ele e em seguida desligou, após despedir da mulher do sobrinho. Ele havia feito sua obrigação, avisar a família do morto.
Osvaldo entra em casa momento depois de Lena desligar o celular e ela repassa a ele a noticia que acabava de receber:
_Tio Jove acabou de liga!
_Deixou algum recado?
Disse Osvaldo pondo o chapéu em cima da mesa da cozinha fazendo tenção de tomar um copo d’água.
_Sim! Ele mandou te dizer, que ouviu no radio, que o seu cunhado Zé Tatu morreu hoje, num acidente de carro, indo pra Guanambi.
Disse Lena de modo natural, como se dissesse, sirva-te uma xícara de café, eu acabei de coar.
Aquela noticia dada assim de chofre, demorou um pouco para que ele digerisse, parecia não querer acreditar no que ouvia. Essas noticias são assim mesmo parece não nos cair bem aos ouvidos... Lena observa o sogro como se esperasse dele alguma reação, nesse meio tempo, todavia, o silencio reina entre eles. Ela sai deixando o sogro na cozinha e vai ao quintal, ele pega o celular nesse meio tempo e liga para esposa para dar-lhe a noticia. Daí por diante foi como rastro de pólvora... Essa noticia pegou todos de surpresa e não houve entre os parentes quem não ficara alarmado. Uma de minhas irmãs parecia até que tinha sido ela a perder o marido tamanho foi o chororô por causa do cunhado. Minutos depois de ter recebido a trágica noticia ela telefona para os filhos, esta do chororô. A outra, a qual o marido avisara, também não mediu esforços em propagar a triste noticia. As duas ligaram para os filhos em Brasília dando em primeira mão a fúnebre noticia... A minha outra irmã, a do chororô, liga para outros filhos dela que vive em Florianópolis e dar a noticia. Ela pede para um deles que ligasse para Curitiba e avisasse os filhos do cunhado que morrera. Avisá-los que o pai deles havia morrido num acidente de carro... A ideia que rondava sobre a cabeça de todos era de que o carro envolvido no acidente fosse do filho do morto que acabava de chegar de Curitiba... Viera com duas das filhas e uma sobrinha, outra neta do falecido.
Aquela noticia transmitida pela Radio de Carinhanha percorreu de Serra do Ramalho a Lagoa dos Índios, da Lagoa dos Índios a Coribe, de Coribe a Brasília e a Florianópolis, e de Florianópolis a Curitiba e de Curitiba ao Pará. Percebe-se então, que a ligeireza em que a noticia chegava ao seu destino era da velocidade da luz, portanto, foi percorrido cinco estados em questão de minutos. Eu e uma sobrinha minha filha de outra irmã que não foi citada aqui, saímos desembestadas direto para a agência de ônibus intencionando cancelar as passagens; nós iríamos viajaria no fim do dia...
O artigo dizia claramente em letras graúdas: “o agricultou conhecido por José Tatu se envolveu num acidente com um caminhão na BR indo de Caitité a Guanambi, nas mediações de Monte-alto vindo falecer no local, ele conduzia uma Belina cinza...”.
_ Este não é meu cunhado!
Verbalizei esta exclamação chamando a atenção do irmão do Rogério que nos ajudavam procurar na internet mais detalhe sobre o acidente, conforme orientou-nos o locutor da radio que noticiou a tragédia, e de minha sobrinha, que no momento estava meio descompensada por causa da noticia. Ele disse:
_Como não! Ta aqui dizendo o agricultor....
_Repare! Eu disse. Veja! Continuei, apontando para um detalhe que dizia: “o agricultor conduzia uma Belina cinza”... Percebeu Juca¿ Zé tatu não dirige, nem tampouco possui carro e alem do mais, Dorim não viria de Curitiba num carro como este...
_Verdade! Num é ele mesmo não tia! Graças a Deus!!! Disse ela. Graças a Deus!!! Disse eu. Voltamos ao Rogério, o rapaz da agencia de ônibus e com um sorriso de orelha a orelha pegamos as passagens de volta...
O SONO DA BELA
Lua, ó! Pálida Lua
Tão clara e branda
A noite que é tua
Aqui da varanda
Eu vejo as ruas
A noite vela
O sono da Bela
O sono profundo
Da cidadela
Desperta para o mundo...
E abre as janelas
As ruas deserta
Na cidadela
Só a aurora desperta
Com bocejar e bela.
Bela e Majestosa
Tão bela!
Ela desponta majestosa de esplendor;
num descortinar de orvalho
despertando com seu alvor.
A passarada regorzija
anunciando seu despertar,
e uma brisa embalsama
a fria madrugada.
Pouco a pouco
surje os raios nitescendo
sobre a relva orvalhada.
Que deslumbre!
A aroma inebriante
que exala das flores
inebria os amantes
que contemplam seu alvor.
MOMENTO PRESENTE
O viver da gente
É a arte do tempo
E o tempo da gente
É o estresse do momento
E no momento presente
É dessabores, neurose e dores...
Ainda somos contentes!?
Contentes seremos todos nós...
Pobres viventes de vida artros
Nada ofende seus olhos!
Calados vivemos, pobres de nós!
E na cara trazemos o sorriso
Hora frouxo hora apertado
Traremos nos olhos o
ceticismo no riso
Guisa desacorçoado.
Orgulho de ser Poeta
Sou Poeta dos amores traídos
Sou Poeta das meretrizes,
Das amantes mau amadas
Sou Poeta das mocinhas enamoradas
Sou Poeta das solteiras e das casadas
Das amantes apaixonadas
Sou Poeta das noites enluaradas.
Sou Poeta dos bares e dos botequins.
Sim, Sou Poeta! Faço verso com carinho
Sou Mensageiro do amor.
Ah! Sou Poeta sim senhor!
ESTA HISTÓRIA QUE AQUI NARRO EM FORMA DE VERSOS É A CARA DA REALIDADE DE MUITOS RETIRANTES, INFELIZMENTE!
JOSÉ & JOÃO
JOÃO E JOSÉ, tomaram seus filhos e mulher
Partiu do sertão em busca de pão.
No sertão a coisa dava feia
Não tinha o que comer;
Acabou a água de bebê.
Há muito tempo não chovia no sertão,
Tudo que se via era desolação,
Por isso que José e João
Partiu do sertão em busca de pão.
Ao chegar na cidade grande
A situação piora. E agora?
Não tinham o que comer
E nem onde morar.
Não viram outro jeito
Senão mendigarem.
Debaixo das pontes e via dutos
José e João foram morar.
Suas filhas foram se prostituirem
E seus filhos foram se drogarem.
Desesperados sem saber o que fazer
José e João começaram a beber.
Sua mulher pensa em voltar para o sertão
Porque lá, mesmo passando fome seus
Filhos não eram ladrões.
José e João partiu do sertão...
Os seus sonhos tornou-se Utopia,
Sonhava ver um dia seus filhos
Na escola estudando pra doutor...
Uns foram presos e outros
A droga matou.
Valda Fogaça
ACHEI NO FUNDO DO BAÚ UNS POEMAS ESCRITO EM 1990, ESTE QUE VOU PUBLICAR AGORA É NOSTALGIA PURA, NÃO SE ESPANTE CAROS LEITORES, POETAS SÃO TODOS NOSTÁLGICOS MESMO QUANDO SÃO FELIZES. SER POETA É ISSO...
"ESTA NOITE EU QUERIA MORRER"
Há tantas noites que não durmo,
Há tantas lágrimas no meu sofrer,
No meu grito calado teu nome sussurro.
Esta noite eu queria morrer!
Quero dormir p'ra não mais acordar,
P'ra dar um fim ao meu padecer,
E num sepulcro abandonado
Meu corpo repousará.
Esta noite eu queria morrer!
Para não imaginar-te em outros braços,
Para não viver sem teu amor,
Para aliviar meu cansaço,
Para meu coração não sangrar de dor.
Oh! Esta noite eu queria morrer.
Valda Fogaça