Nadar
Tentar esquecer alguém que a gente ama não é uma tarefa das mais fáceis. É como não saber nadar, ser jogado em um rio e arrastado pela correnteza dele. Em meio ao desespero e a iminente morte do sentimento vai-se agarrando às lembranças que encontramos pela frente, numa tentativa louca de não abandonar o que está ficando para trás.
Sou como o mar, um oceano de sentimentos, o amor é como nadar, se não sabe ou tem medo, apenas caminhe nas pedras ou molhe os pés.
Senti que poderia nadar por quilômetros até o oceano: um desejo de liberdade, um impulso de me mover, puxou-me como se fosse um fio amarrado ao meu peito. Era um impulso que eu conhecia bem e aprendi que não era a convocação de um mundo maior, como eu costumava acreditar. Era simplesmente um desejo de escapar do que eu tinha.
Quem me ensinou a nadar foi uma corrente de retorno. Nunca queira cair em uma. Você tem duas escolhas ou nada ou morre. Eu escolhi nadar.
Será que eu deixo a onda me levar ?
Ou eu continuo tentando nadar ?
Será que vale apena nessa vida eu continuar ?
Ou já chegou a hora disso tudo acabar ?
Se vai nadar num dos sete mares e este é repleto de tubarões, trate suas feridas primeiro. A ferida tem cheiro de SANGUE fresco.
Aprendemos a sobreviver na água quando somos crianças. Depois, passamos décadas sem nadar. Mesmo se acabarmos na água de novo, ainda vamos flutuar. Você pode achar que esqueceu tudo, mas seu corpo se lembra. É a mesma coisa com o amor. Você pode achar que esqueceu como se ama, mas seu coração se lembra quando você começa a amar alguém.
"Às vezes, Deus tira o barco para você aprender a nadar antes de querer ir para alto-mar, sem experiência, você vai se afogar."
Estar com medo é como nadar em um oceano profundo. Já duvidar de si mesmo é você nadar, mas ficar pensando que vai se afogar. Mas, sem a fé, você se afoga. E se não crer em si mesmo, morre em um oceano profundo, sendo a água desse oceano o choro da ansiedade daquilo que te fez sofrer.
Insistir em algo que lhe destrói é o mesmo que entrar num mar bravio, tempestuoso, sem saber nadar ou colete para, quem sabe, evitar sua morte.
Como num mar revolto, o terapeuta precisa saber nadar, mergulhar, respirar, numa posição peculiar de quem entra em cena para cuidar de alguém se afoga, sem poder no entanto, salvá-lo ou nadar por ele.
Você é como a praia, se alguém não souber nadar, se alguém não te conhecer bem e se atrever em ir lá para o fundo, e se apegar muito em você, vai acabar se afogando, vai acabar se machucando!