Nada Além
NADA ALÉM DAS LEMBRANÇAS
(Para Celecina Gizelle de Oliveira Cavalcanti Lima de Vasconcelos – minha mãe)
Na véspera da tristeza
foi um dia de muita felicidade...
tantos risos, tanta alegria
beijos na face, apertos de mãos
bolos, palmas, fotografias
e hoje, no entanto...
nada além de lembranças!
As teclas de marfim do piano
calaram-se tristonhas
nem um toque a ouvir-se...
e choram também
sozinhas, desafinadas
enquanto as velas do candelabro
não mais acendem entusiasmo.
Assim, deitado sobre o leito
da saudade, da ausência
meus dias tornaram-se
sem noção, sem obediência...
Ah! Quanta falta
sente meu peito de criança
falta da palavra, do carinho
do afago, da sapiência...
e todas essas faltas juntas
consomem minh'alma
tornando-a sem brilho
sem qualquer concordância!
Que me adianta enriquecer na vida, se na ressurreição de Jesus eu não consigo levar nada, além de perder os valores das riquezas de Deus nos Céus!
Grito de Um Louco Apaixonado
Diante de seus olhos, não consigo sentir nada além do amor que sinto por sua existência.
Entre seus braços, me sinto seguro e longe de todos os lobos.
Sua voz é um canto para minhas emoções, que se perdem ao te ouvir.
Como poderei dizer ao amanha, que espera mais para chegar.
Pois hoje com você não quero que o dia acabe.
Vicio que te amar me tornou compulsivo demais (para pensar que posso estar só).
Grito entre os céticos, que acredito no amor que vivo por amor e trago pra vocês essa dor que é chamada de amar.
Me pego tentando descrever, como uma pessoa se torna tão essencial pra outra (sem pedir a permissão).
Não haverá palavras que possam descrever o que sinto por você.
Cuja a linda do doce nome me roubou toda noção.
Te amo é resumo por te encontrar.
Hoje não farei mais nada
além de dormir
quem sabe amanhã?
Sim amanhã farei!
E se não houver amanhã?
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para
pensar amanhã no dia seguinte...
Tenho já o plano traçado;
mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Paro outra vez e penso!
E se não houver manhã?
Já sei; guardarei meus planos
pra depois de amanhã!
Perco-me em seus beijos a ponto de não me importar com nada além da única real circunstância que justifica a nossa existência naquele momento: nós.
... E foram tantos tombos, tantos erros , tantos choros que hoje não me resta mais nada além da saudade.
Não há esperança em um campo de batalha. Não há nada além do desespero. Apenas um crime chamado vitória, pago com a dor dos derrotados.
Senhor,
Hoje não peço nada além de forças para continuar minha caminhada. Forças para enfrentar as minhas dificuldades e a Sua presença na minha vida, porque Você sem eu, continua sempre sendo Deus, mas eu sem Ti não SOU NADA!
Priscilla Rodighiero
“Descobri por entre todos os meus receios que sou o meu pior inimigo, que não sou nada além de antecipações.
Era como se a chuva fosse do chão de encontro ao céu num avesso majestoso. Era ver tudo invertido e se adaptar nesse compasso de tristeza bonita de se sentir. Saudade não é mais um sentimento, é uma veia colocada no lugar errado, dor de cabeça por tentar se transportar para onde o tambor do pulsar grita. Mas nunca dá. Porque você se tatuou em mim e eu me costurei em nós, desate um fio e o meu todo se esvai em desatinos. Já que não almejo encanto, separo então um canto para me reinventar. Mostro-me distraída com as paredes descascadas, perguntando-me se as paredes do ego também dispunham do mesmo formato concreto, impedindo as guerras emocionais de escapulirem pelos poros feito um inundar de amargura. Só queria esculpir o teu nu em estátuas, emoldurar os sorrisos para que nunca se dissipem do brilho dos olhos. Compreender que a nudez mesmo está escondida nos detalhes que só percebo depois dos seis lances de escada e um vinho barato. Confusa, talvez. Sentindo o incenso da tua presença, antes mesmo de sentir o afago do teu corpo. Ainda confusa, desvendando a incógnita de quão o mar sabe ser tão claro quanto teus olhos, que cerram atados diante de um fecho de luz. Tua serenidade não cobiçara os meus raios solares. Mudava de opinião como quem sucumbia às fases da lua, exibia a tristeza como quem rega flores artificiais, era pesaroso gostar do colorido de algo sem vida. Era desafiador despir as palavras para que fossem aceitas sem o desconfiar de um Cavalo de Troia. Eu me entreguei de coração aberto e alma limpa para virar apenas mais uma vítima corriqueira do “não era pra ser”. Esquece o roteiro, amor. Nem o aroma do teu perfume sabe a rota da saudade, mas mesmo assim sempre volta para me assombrar. Mais forte e incomum. Um recital fresco e perigoso como a madrugada, sem ecos e sem carnaval. Paralisa os meus sentidos e me faz perceber que comum mesmo são as outras pessoas que copiam o teu cheiro. Porque eu vejo poesia a cada esquina e a brisa me presenteia com o amargo da lembrança de um afeto bom. Eu sinto o murro na cara e encaro a fragrância insípida com lágrimas nos olhos e braços abertos. Tentando, ao menos, juntar as partes do perfume que há muito não me visita e comprimi-las no coração até transformá-las num cobertor de nostalgia bonita de se apreciar. Eu vou esquecer o teu nome, inventarei um bocado de outros pseudônimos que me façam cair na tapeação de caber em um amor do tamanho de um alfinete. Que não me faça sentir o pesar da despedida ou a melancolia de uma noite mal dormida. Eu vou esquecer a tua voz, e todas as palavras um dia proferidas irão caminhar para longe junto ao vento. Vou quitar qualquer compromisso com as manhãs nubladas e esquecer os teus vestígios escritos entre as nuvens. Eu quero uma passagem só de ida, bilhete de trem sem reembolso. Quero viver da sorte e não das possibilidades que prendem meus pés no chão.”
Mas pra quê a pressa, amor?
A eternidade é na rua de baixo, logo ali virando a esquina.
Há duvida nas metades, afinal metades são metades, nada além disso.
Metades não são reais, são a certeza da eterna metade, o incompleto, o sem entrega.
Não tolero metades, tolero restos.
Restos do novo, restos do antigo, restos do que foi bom, restos do que foi ruim, restos do que nem se quer foi.
Há magia nos restos.
Eu sou um resto, quem não é resto não viveu, não vive, nascemos para ser restos.
Os restos são mais felizes.
Não há dúvida nos restos, não há metade nos restos, os restos se entendem pois são restos.
Nos restos há entrega, há verdade.
Nos restos há o inteiro, sem metades, os restos são completos, os restos se bastam.
Há paz nos restos.
Jamais deposite suas expectativas de felicidade em nada além de si próprio. O mundo está repleto de armadilhas, onde muitas delas ferem e não cicatrizam novamente.