Nada a dizer

Cerca de 180 frases e pensamentos: Nada a dizer

Há tanta suavidade
Em nada se dizer
E tudo se entender

Fernando Pessoa
Poesias inéditas (1930-1935). Lisboa: Ática, 1955

Nota: Trecho do poema Não digas nada!

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A mulher não é um gênio, é um elemento decorativo. Não tem nada para dizer, mas di-lo tão lindamente.

Abençoado o homem que, não tendo nada a dizer, abstém-se de dar provas do fato com palavras.

Comunicar o quê? Ninguém tem nada a dizer. Olho as opiniões, as discussões “on line” e só vejo besteira, frases de 140 caracteres para nada dizer. Vivemos a grande invasão dos lugares-comuns, dos uivos de medíocres ecoando asnices para ocultar sua solidão deprimente.

O que espanta é a velocidade da luz para a lentidão dos pensamentos, uma movimentação “em rede” para raciocínios lineares. A boa e velha burrice continua intocada, agora disfarçada pelo charme da rapidez. Antigamente, os burros eram humildes; se esgueiravam pelos cantos, ouvindo, amargurados, os inteligentes deitando falação. Agora não; é a revolução dos idiotas “on line”.

Voltei a achar todo mundo feio e bobo e sem nada a dizer. Porque eu acho que estava gostando mais das pessoas só porque te via em tudo. Agora as pessoas voltaram a me irritar. E eu voltei a ter que fazer muita força pra sair de casa.

NÃO DIGAS NADA!

Não digas nada!
Não, nem a verdade!
Há tanta suavidade
Em nada se dizer
E tudo se entender —
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada!
Deixa esquecer.

Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda esta viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz...
Não digas nada.

Fernando Pessoa
Poesias Inéditas (1930-1935)

O que se pode fazer quando não há nada a fazer?
Que palavras devo usar, se nada posso dizer?
Estarei, com meu silêncio, assassinando o que sinto
ou só te poupando da verdade que você não quer saber?

Você é apenas uma música triste sem nada a dizer

Tanta gente equivocada faz mal uso da palavra
Falam, falam o tempo todo, mas não têm nada a dizer.

Charlie Brown Jr

Nota: Senhor do tempo

Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio. Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma ideia. Cada palavra materializa o espírito. Quantas mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento. Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos. Sempre achei que o traço de um escultor é identificável por uma extrema simplicidade de linhas. Todas as palavras que digo – é por esconderem outras palavras. E qual é mesmo a palavra secreta? Não sei é porque a ouso? Só não sei porque não ouso dizê-la?

Sinto que existe uma palavra, talvez unicamente uma, que não pode e não deve ser pronunciada. Parece-me que todo o resto não é proibido. Mas acontece que eu quero é exatamente me unir a essa palavra proibida. Ou será? Se eu encontrar essa palavra, só a direi em boca fechada, para mim mesma, senão corro o risco de virar alma perdida por toda a eternidade. Os que inventaram o Velho Testamento sabiam que existia uma fruta proibida.

As palavras é que me impedem de dizer a verdade. Simplesmente não há palavras. O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo. Acho que o som da música é imprescindível para o ser humano e que o uso da palavra falada e escrita são como a música, duas coisas das mais altas que nos elevam do reino dos macacos, do reino animal, e mineral e vegetal também. Sim, mas é a sorte às vezes. Sempre quis atingir através da palavra alguma coisa que fosse ao mesmo tempo sem moeda e que fosse e transmitisse tranquilidade ou simplesmente a verdade mais profunda existente no ser humano e nas coisas. Cada vez mais eu escrevo com menos palavras. Meu livro melhor acontecerá quando eu de todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial.

Todo homem tem sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma aurora. Simplesmente as palavras do homem.

Clarice Lispector
Borelli, Olga. Clarice Lispector: esboço para um possível retrato. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
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Sobre nós, nada precisaremos dizer...
Vivemos em uma nova era.
Eles verão,
Nós primavera!

Eu não tenho nada pra dizer
você parece no momento até saber como eu estou
sofrendo
Vem veja através dos olhos meus a emoção que sinto
em estar aqui
Sentir seu coração me amando
Amigos para sempre é o que nós iremos ser
Na primavera ou em qualquer das estações
Nas horas tristes nos momentos de prazer
amigos para sempre
Você pode estar longe, muito longe sim
Mas por te amar sinto você perto de mim, e o meu coração contente
Não nos perderemos não te esquecerei você é minha vida tudo que eu sonhei
E quis para mim um dia.
Amigos para sempre é o que nós iremos ser
Na primavera ou em qualquer das estações
Nas horas tristes nos momentos de prazer
amigos para sempre
Olho, pra você e me pergunto assim
Se tudo é tão sincero
Por que tem que haver
Um tempo de dizer adeus ...
Amigos para sempre é o que nós iremos ser
Na primavera ou em qualquer das estações
Nas horas tristes nos momentos de prazer
amigos para sempre

Um vencedor não tem nada a dizer para um perdedor.

Não tem nada a dizer? Fique calado, estou farta de falsas promessas!

"Tem gente que fala demais por não ter nada a dizer". (Renato Russo). Fica assim não. Na vida tudo passa.

Meu silêncio não significa que não tenho nada a dizer.
Significa que tenho certeza que não estás preparada para ouvir o que penso.

...tudo bem até aí nada posso dizer, um cara de destaque também quero ser...

(...) Há tanta suavidade em nada se dizer e tudo se entender (...)

Os livros nos libertam de um mundo e nos faz criar outros...

Pulsação, uma viagem rumo ao desconhecido.

Tentei dizer o que pensei saber
Vi que nada sabia dizer
Se eu dissesse nada iria valer
Sentido algum as palavras iriam ter
Pelos ventos iriam se perder

Queria entender
essa tamanha necessidade
de nada se dizer.
O silêncio também fala!