Na Ponta dos Dedos
A felicidade está nas pontas dos dedos, muitos não a sente porque é uma coisa tão simples que nos passa na frente da cara e não notamos, mas é na simplicidade de um toque da ponta dos dedos é que está a felicidade.
"...dançar de rosto colado, pegar na mão à meia-luz, desenhar com a ponta dos dedos cada um dos teus traços, ficar de olho molhado só de te ver, de repente e, se for preciso, também virar a mesa, dar tapa na cara, escândalo na esquina, encher a cara de gim, te expulsar de casa e te pedir pra voltar."
Com a ponta dos dedos
Traço mil caminhos
Alongo os minutos
Iludo os segundos
Traço círculos de fogo
Sussurros gemidos loucos e sentidos
Pedaço de mim envolve os sentidos
Devaneio insano que me seduz e extasia
A nudez do teu corpo encosta no meu
Onde a minha imaginação caminha
Campo de fantasia sonho e magia
Esse teu corpo que é um pecado
De luxúria e amor
Tu és um mistério solto pelo ar
Que me prende e fascina
És o meu prazer a loucura sem nexo
Sensações, movimentos, corpos em desalinho
Na cama no chão tudo é permitido
Sussurros ao ouvido molhando os caminhos..
Na pele, minha e tua a língua desenha desejos
Até ao meu mais íntimo suspiro,
Como descrever os teus olhos sem pensar em pecar..
Como falar do teu corpo sem o querer amar..
Sombras são vestígios da noite que me perseguem durante o dia
Nas certezas das incertezas com ou sem afinidades com destreza.
Gemidos e suspiros, enquanto as nossas bocas se exploram como loucas
Não mais há lugar para o pudor...
Fecha-me os olhos com teus beijos, faz-me sonhar com teus desejos...
Juntos deciframos cada movimento cada pensamento
Lambemos as palavras que se formam nos nossos lábios.
“Dançar é um tipo de céu que cabe na ponta dos dedos. É saborear a poesia sendo escrita com o corpo.”
Na ponta dos dedos
Enquanto sua boca
procura meu beijo,
com as pontas dos
dedos, escrevo em
seu corpo os meus
versos obscenos,
_ no espaço entre
o amor e o desejo.
Quando escrevo sinto coração na ponta dos dedos. É o sentimento que sai da alma e expressa o mais puro dos sentimentos.
Escreva uma carta pra você mesmo e quem recebe é tua alma. E terás o melhor do seu eu.
Ivens@breu
Coloquei minha alma na ponta dos dedos, queria escrever-te. E por diversas vezes a vontade de chorar foi inevitável - não de tristeza, mas pela beleza inquestionável das palavras que se uniram em sintonia perfeita, como se fossem música. E eu que só queria escrever algo tão lindo que pudesse chegar a ti. Mas passou feito a brisa e dentro de mim adormeceu...
Depois das duas horas da tarde, junto meu corpo denso com a ponta dos dedos mentais e, ponho-me porta à fora, indo rumo indo a algum lugar que, porventura, será meu. Será?
Piso a calçada com a satisfação triste de um cão liberto da coleira para defecar. Prazeres tristes daqueles que apenas seres tristes entendem. Sinto o vento fresco trazendo a maresia, derrubando-me, por um "quase" ar da escudeira melancolia.
Recomponho-me rapidamente, vencendo uma luta interna, travada com afinco e que se passou por longos milésimos de segundos. Volto a mim, esboçando um sorriso irônico de satisfação. Olho para cima. Não choverá!
O Sol, rompendo as barreiras dos galhos carregados de folhas das exclamativas árvores, encontra brechas improváveis e ousa tocar meu rosto pálido, terceirizando assim em minha pele fraca um novo convite ao confronto. Luto. Novamente venço
Olho para baixo, na tentativa tola de não pensar em nada e, pego-me constatando meus sapatos sujos. Vejo por dentro de mim, e por quase um segundo, o mundo inteiro dos insetos. Penso em quantas formigas matarei sem desejar até chegar a porta do carro.
Mesmo os sapatos, impecavelmente limpos, são sujos! - Oh! Preciso informar ao mundo!
Abro a porta do carro, olhando mais uma vez com insatisfação desdenhosa para o Sol, e sento-me no assento.
Fumo um cigarro enquanto penso no quanto somos inconvenientemente cruéis com as formigas. - Quisera poder voar!
Seríamos nós todos reles assassinos de insetos reclamando do vento? Senti-me culpada por reclamar do Sol.
Termino o cigarro e vejo o mar brilhando, láááá longe. - Arghn! Novamente o sol!
Pisco os olhos gelatinosos, tentando voltar os pensamentos para algo com sentido e isso não faz sentido algum.
Sorri com insatisfação irônica, enquanto colocava meus óculos de Sol e liguei meu carro. - Não ter preferência musical me faz uma perdida! Rodei o mundo todo durante meio trajeto e 5 músicas.
Pensei, por um momento, que poderia ir para qualquer lugar. Aff, mas esse Sol!
Penso com curiosa ansiedade para onde gostaria de ir. - Não soube me responder. Perguntas sem resposta atiçam minha vontade de fumar. Como se o cigarro jogasse aos céus, junto com a fumaça, todos os deuses e demônios, fazendo-me sentir apenas o momento. Isso ao menos me define por curtos minutos, até queimar todo o tabaco.
Mas não acendo outro cigarro! Penso que me pesa suficientemente a consciência matar formigas com meus pés. Decido não fazer o mesmo com pessoas enquanto dirijo, fumando pateticamente meu cigarro.
Sigo o fluxo de aço do tráfego. Escuto sons, músicas, brigas, choros ao volante. Penetro mundos imprevistos para sair do meu.
Para onde vão todas essas pessoas? Onde se escondem? Onde seus pensamentos realmente moram?
Continuo meu percurso com expressão carregada de profunda introspecção.
Lembro do filme “Matrix”...mas acredito ser desnecessário neste momento relatar o meu profundo transtorno momentâneo.
Minha nossa! Será que “Matrix” faz mais sentido que todas as filosofias? - Não e não! Desisto! Não serei poetiza de um mundo maluco! Tampouco serei poetiza maluca de um mundo comum.
Nenhum papel me conforta, nenhum assento me assenta, nenhuma cama me descansa, nenhuma palavra me satisfaz!
Oh, quisera eu não ser canceriana!
Apego-me a essas desculpas convencionais, mesmo lembrando que em Matrix não havia influência dos astros. Culpar o signo por meu sentimentalismo ridículo, se não for verdade, é pelo menos uma boa desculpa! Pequenas ilusões diárias. Pequenas porções de criações absuradas, engolidas aos bocados.
Digo com envergonhada audácia que, quando Carlos Drummond de Andrade escreveu "Pequenas rações de erro distribuídas em casa", isso já estava pronto poeticamente em mim!
Nada é saboreado. Mas há sabor? E se houver, como descrevê-lo?
Repito a minha humildade em relação à genialidade deprimente de Drummond e cito "As coisas! Que tristes são as coisas consideradas sem ênfase!".
Chego em casa com uma pressa lenta e, ao estacionar o meu carro, com os pensamentos fervilhando-me a mente limitada, observo a vizinha debruçada na janela. É Tereza! Ela adivinha meu horário de chegada, mesmo quando eu não o sei!
Tereza me diz “oi” e pergunta como estou. Com um sorriso silencioso, eu concentro-me por um segundo, na tentativa de gravar em minha tela mental onde foi que meu raciocínio de lógica parou para poder retomá-lo mais tarde e, após recolher meu mundo inteiro em um único segundo, respondo para Tereza "Tudo bem, vizinha! E você?". - Pergunto, pois aprendi a seguir as ridículas regras de etiqueta.
Por dentro, eu ansiava para que Tereza estivesse bem e que sua resposta fosse breve.
As formigas aguardavam-me para pensá-las. - Mas Tereza não estava bem!
Depois de relatar seu inferno diário, despedi-me e segui rapidamente para a porta do condomínio.
Retomei meus pensamentos. Onde parei mesmo?
Ah, mas e Tereza? Poderia ela ter recolhido todo o seu mundo no seu próprio segundo e me respondido que estava tudo bem!
Penso que, talvez, seus pais não tenham-lhe ensinado as (agora nem tão ridículas!) regras de etiqueta.
Entro em minha casa alugada, jogo as chaves e a bolsa carregada de coisas desnecessárias sobra a mesa, e vou direto ao banho em busca de um alivio mínimo.
Saio do banho com a falsa impressão de que estou renovada e lembro que devo alimentar-me.
Ao ingerir alimentos carregados de toxinas, penso em quantas mãos trabalharam para que o alimento chegasse até minha boca. Muitas! Certamente muitos trabalhadores!
Devem ter matado muitas formigas no trajeto desde a colheita à mastigação.
Ah, o Sol se pôs em seu devido lugar! A noite me conforta mais que o banho.
O silêncio proporcionado me faz perder o interesse de ouvir-me.
Ponho-me na cama para dormir, pensando no Sol que me queimará no dia seguinte, nas milhares de formigas que meus dois pés e as quatro rodas do meu carro matarão.
Lembro, assombrada, quase chorando.
Depois, remeto-me ao final do dia, que ainda não chegou, e penso curiosa se Tereza estará debruçada na janela quando eu voltar para casa.
Durmo curiosa, quase sorrindo!
Eu brincava de rodar livro de Arte na ponta dos dedos e jogava bem alto e pegava rodando nem me importava quando ele caia com as páginas abertas não me interessava
isso mudou na vez que rodei e ele caiu na página onde dizia que Romero Brito era o novo Pablo Picasso, não tive dúvida rasguei a página e voltei a rodar...
Não me Inporto se me olhares
Não me inporta se me olhem da cabeça até a ponta dos dedos do pés,porque certo estou que numca mudarão os pensamentos de minha cabeça e nem tocarão aos dedos de meus pés...
BRAILE
te leio no escuro
na ponta dos dedos
me escrevo em desejos
na tua pele macia
teu perfume preenche meu ar
teu nome e teu gosto
na ponta da língua
escuto teus pensamentos
e falo em silêncio dos meus
teu calor na noite fria
presente na cama vazia
teu encanto me envolve
meu ser de sal se dissolve
no mar da tua companhia
carlos patrício
Bom é escrever quando se tem o coração na ponta dos dedos... Deixar que eles dancem sobre o teclado, revelando alegrias, angústias, dores e prazeres, mistérios de Deus em nós, para nós, e de nós para outros, quem sabe?
Ser pessoa desigual como todo mundo.
Bom é não ter medo de quem lê ou nem mesmo lembrar-se de que seremos lidos. Aflorar...
Ser o que se tiver que ter sido.
AMOR CARNAL
Todo o sentir na ponta dos dedos
Tudo satisfazer na língua quente
Todo o desejo na cerne pulsante
Violação da inocência na boca ardente
Na simples compulsão pela satisfação através do toque
Ousando longitudes
Sempre mais rápido
Mais urgente
Menos racional
Mais visceral
sem no entanto, ser banal
Amor transladado em carne
Carnalidade transportando às estrelas...
... plenitude
Satisfação
Toda a vida nos braços amantes numa tarde de domingo.
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
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