Musicas Escritas
Poeta determinado.
Te olho,
Meus instintos de Poeta me fazem abusar nas escritas.
Te uso apagando de mim a escuridão que me cega.
Retiro uma vírgula qualquer para atordoar seus pensamentos.
Tento evitar a ebulição do seu corpo,
Incapaz eu me sinto.
No toque requintado, extraio de ti o mel absoluto que te leva ao extremo.
Em outro toque,
As camadas de sua pele emergem arrepios por mim tão esperados.
Bagunçando os panos que nos cobrem,
Automaticamente você vai repelindo seus trajes até o chão.
Rendida,
E entregue toda a mim.
Minha gratidão te faz me dar outra dose.
Em fogaréu.
Com determinação,
Observo-te , Olhos nos olhos...
Me pedes para não parar.
Abusador de ti,
Me declaro como decifrador dos teus desejos.
Analiso-te dos pés até sua boca sedenta.
Através dos seus lábios,
Vejo traduções fácil de entender.
Faminta como felina,
A pulsação das das suas veias dilatam.
Maltratada por mim de forma serena,
Seus olhos se fecham lentamente e seus gemidos estremecem até a cabeceira da cama.
Neutralizada,
Dormes e só no outro dia acordas dizendo.
O que houve comigo?
Como eu dormi ?
E eu,
Com risos de macho dominante e apaixonado.
Te abraço e te beijo,
Sem meus segredos á ti,
Revelar...
Autor : Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Palavras faladas,
Palavras escritas,
Palavras trocadas,
Palavras não ditas...
Então, eu pergunto, e me respondam, por favor:
Palavras são mesmo necessárias, quando todo o nosso corpo, alma, espírito e coração, transbordam de amor?
Saudade
Fecho os olhos sinto-me a sonhar,
Estradas largas escritas no céu como um labirinto a circular!
Que me levam em ti a pensar,
E um grande Amor por ti me levou a sonhar!
No meu ventre no meu calor te vi a desenvolver,
Terror Humano que nos separou!
A saudade se aproximou,
A dor da separação nos transformou!
No céu tu és sol de dia a brilhar,
E por mim sempre a olhar!
Te amo para sempre meu querido bebé com uma lágrima por ti a chorar,
Te recordo como uma estrela no céu à noite sempre a brilhar!
Sónia Rodrigues
A poesia não está nas palavras escritas por um poeta
Palavras escritas são apenas a vã tentativa do pobre poeta
De materializar um sentimento intraduzível;
Que nasce em sua alma,
Cresce no coração e explode no peito,
Deixando fragmentos em um pouco de tinta no papel.
RENDA
Renda branca de cetim
Afaga a dor e a saudade
Por entre estas linhas
Escritas num profundo
Mergulho de letras
De um amor solitário
Nem as rosas sabem
Da dor que sinto
No tatuar do peito
As estrelas tentam
Fugir da minha alma
Renda de branca cor
Neste meu jardim de mar
Remendado de alegria
Onde as rendas do vestido
Acenaram aos teus olhos
Fogo, paixão, faiscas
Amor de silêncios
Combimação de renda
Lágrimas que não choro
Nas águas do rio que correm
Para o mar das saudades
De beijos dados entre dentes
Entre línguas simplesmente
Na dor das águas do mar
Renda de branca cor de mim,de ti
Razão de existir
Onde estão as belas frases lidas, escritas?
Lá, estão elas
Nos livros amarelados
Em cada objeto desgastado
No sentimento, congeladas.
É o que basta,
Estarem em algum lugar.
Diz se as escritas desde a antiguidade
Pelos os caminhos da história
Do jardim
Nascida entre as coisas puras e belas
De todas
As flores não é flor
Experiência de todo ser só por ser
Tomada uma parte de um todo
Companheira
Primogénita maternidade
Assim se propõe
Carregando consigo a luz do criador
Persistência
Beleza e sensualidade da flor
Abrangente
Coragem e a força do amor
Mãe
❤ Escrevo que as cinzas do meu rosto
São feitas de letras, palavras escritas
Com os dedos de fogo numa melodia
Entre os lençóis de seda preta de lava
ROMPO ❤
Rompo todas as amarras
Em cada represa, cada ventania
No encanto das palavras escritas
Que ficam reféns às emoções
Tento cultivar rosas perfeitas
Na imaginação do infinito
Imerso na paixão que sinto sem tropeçar
Nas asas que o amor me tenta dar
Sigo a correnteza nas águas frias do rio
Bebendo da sede que vou sentindo
Pela liberdade que o amor me vai ensinando
Neste romper de todas as amarras
Presas em mim, sentimento penitente este.
Palavras,
Escritas, faladas...
Livres, grifadas,
Juntas ou separadas...
Palavras repetidas, cansadas,
Longas, encurtadas,
Alegres, enferrujadas,
Presas ou espalhadas,
Apenas isto, palavras,
Reais, abstratas,
Em trânsito, atropeladas,
Leves ou pesadas...
Fazer poesia
Urge porque ora ardem. Ardem até serem escritas. Palavras entoam ardidas, tal como Sol do verão.
Há também as que amassam, sem ardor, queimação. Palavras apertadas, tal como nó na gravata. Sufocam, só desafroxam escritas no punho, à mão.
Mas há palavras que urgem sem tocar no coração. Juntas porque rimadas. Repetem tão ensaiadas, tal modinha de verão.
Rimas pobres, outras ricas. Carimbam, viram canção.
Urgem de tal maneira, habitam a cabeceira. As levo por todo instante, praga, saga e refrão. Me rendo, registro a rima.
De fato, nenhuma obra prima. Jamais tive tal pretensão. Mas rima virou poesia, singela, bela guria, quanta gente sonharia alçar tão posição.. Plenitude alcançada, rima ousou ser poema. Ousar ser poema e bom.
Leio coisas que não escrevo
me atrevo a escrever verdades
meio a variedades de escritas variáveis
letras contaminaveis
e palavras confortáveis.
Desconfiáveis.
Poesia indomável
Protegida e autosustentavel
Te contaria tudo
se fosse confiável.
Por muito tempo deixei
As palavras falarem por mim
Escritas, assim, entre versos
Perdi sentido em ver
Os caminhos cruzados
Entre ser ou não ser
Magoei minha própria alma
Senti prazer no silênico
Não compreendi
Que meus próprios pensamentos
Faziam-me sofrer
Amargurando a alma
Protegi minha essência
Daquele poço escuro
Que pulei sem perceber
E o que pensei ser liberdade
Era cadeia
Que ainda hoje marca
De preto acinzentado
Todas as dores de ser
Ser moldado e pensado
Apenas para sobreviver.
Palavras não valem nada se não ditas
As mesmas que se escritas,
eternizam um momento.
E aos olhos de quem lê,
podem dizer tudo que esperava ouvir.
Existem tantas palavras
Palavras que não se diz
e, se as virmos escritas
Parece que cava
Uma cova no peito
E cresce uma trova bonita
E enleva a alma de um jeito
Pra durar depois da vida
Que a gente queria sentir e não sente
Não sente porque ninguém diz
Palavra feliz de dizer
Quando a gente olha direito
É fácil saber o fácil
É tudo que nem todo mundo
É capaz de fazer
Outro igual, nem parecido
Explícita sutileza, ao mostrar o sentido
Parece uma coisa à toa
Adornada com laço de fita
Que ecoa na alma... tão boa ela era
Mas era somente uma palavra
Simples, feliz e bonita
A que nada imita
Passou-se uma vida
Bastava fazer-se ouvida
Era só dizê-la
Escrevê-la
Pra num verso recitá-la
Num gesto tão simples
A gente o recita
Mas o simples
Simplesmente é resto
Difícil demais
traduzir em palavras
Que gente não diz
E se diz, parece que sente
Ter deixado de ser gente
A palavra é uma semente
Simples, feliz e bonita
A ser plantada
Numa cova que se cava
Ali no peito
é por isso que existe uma lista
de palavras que nunca são ditas.
Edson Ricardo Paiva.
OCEANO REVELADO
(04.01.2019)
Revelas um oceano de sonhos,
Dos quais são obras escritas e,
Realizáveis por sua gentileza,
Como também pela sensibilidade.
A musicalidade a entoar Norte e Sul,
Ao Leste, chegando ao Oeste,
Trazendo consigo um coração doce,
Inefáveis palavras poéticas!
Ó sutileza de um rosto sublime!
Com que privilégio viestes,
Abrindo todas as fonteiras,
Dos quais vemos a luz?
As manhãs são gotas de orvalho,
Quando a inspiração toma conta...
E sim, sois um tempo que não se esgota,
Nem as pétalas de infinitas rosas.
Amo-te 🌹
Com todas as letras
Do abecedário
Com todas as palavras
Escritas, faladas
Em todas as línguas
Em todos os sentidos
Circunstâncias e motivos.
Por vezes me parece que o destino é um livro de páginas desencontradas, mal escritas e absurdamente confusas; ouso imaginar que o verdadeiro mérito do ser humano é reordenar – ou ao menos pôr alguma ordem – à tão mal editada obra a que chamamos de destino.
Não há meios de “mudar” o que está escrito ... ao menos em seu conteúdo. Dedicar cada dia a reorganizar, em benefício próprio, a forma como foram por alguém lançadas as palavras: eis a lógica da vida!
É de louco que será taxado aquele reordena o destino que o cerca ... afinal, aos “normais”, é mais cômodo percorrer as tortuosas e desencontradas páginas do “livro”. Mais prático e convencional é travestir de loucura o inconformismo alheio.
SOMBRA
Sombra que alberga os mortos
Que sozinhos se encontram
Nas páginas escritas do velho livro
Nos sonhos que enfeitam os vivos
Pedras geladas de tantos tormentos
Delirios do mar por se encontrar em terra
Nos cravos perfumados de rosas
A minha alma é um cadáver
Onde pesa-me a dor que sinto no peito
Na lama onde me deito nu
Com as saudades de quem quer estar vivo
Pedras, lama, barro, sombra perfumada
Num belo sonho dos mortos
Sombra perdida deste mundo
Porque dos vivos nada sei nem quero saber.