Música
Componho a minha própria música, escolho a letra e o tom, toco a minha história...vez em quando desafino, toco de novo.
A poesia é meu prato predileto, me lambuzo de versos e poemas e me entrego em canções e melodias. Fácil entender de mim: olhe em meus olhos, neles toda verdade dos meus sentimentos e emoções estão escritas.
Quando paro no tempo me encontro em tardes regadas com boa música e petiscos de tua voz, de sobremesa o teu olhar com sabor de paixão.
Somos versos da mesma canção, música do mesmo som...somos mais do que queremos, pensamos. Somos sonhos e vontades, somos o que não se vive, nem se tem. Somos o horizonte, a liberdade...somos a prisão dos nossos desejos e a corrente que amarra nós.
Achava teus olhos cor de jambo, tua pele cor do mar...achava tua voz uma música, teu olhar canção. Pois é, agora...continuo achando.
Se queres saber de mim me procure entre músicas, sorrisos e flores. Sou feito letras que canta a paixão, fala dos amores possíveis e impossíveis, que manda cheiros em versos e que escandaliza em sorrisos e emoções.
De um amor que está impregnado em músicas, tatuado...de um amor sem tempo. De um amor que pulsa, invade coração, mente. De um amor que flecha a alma...doente !
Entre ruas desertas, incertas...copos, taças, vinhos...sinto a música que trás teu cheiro, ouço as flores que cantam tua voz !
És músicas, vento, cores. Faço de tua lembrança motivos para não cair no desespero, para não naufragar no desencanto !
Em mim, em você; existem tantos sorrisos que passam, desaguam...rolam músicas, palavras. Abrigam-se medos, segredos. Vivem amor de anos, paixão de meses. Em mim, em você; vão-se horas paradas, caladas...ficam-se olhares trocados, guardados. Em mim, em você; moram silêncios, ficam frases, pairam sonhos !
Me completo em sons, sou riso, sou palavras.
Vou ser sempre música apesar das letras erradas, das faltas, das falhas... dos sons tortos, loucos...apesar das cordas desafinadas !
Sinto que me tens, sinto que estou em ti. Me vejo em músicas que toca, me encontro em caminhos que muda, desvia...me reconheço em teu silêncio, nas poucas palavras...tou no teu momento de descontrole, de raiva...é como se me culpasse pelos teus pensamentos que acredita serem errados, pecados...estou na tua fuga; no desejo de esquecer meu riso, minha fala. Estou no teu desespero de me arrancar do peito, de não lembrar meus passos, versos, risadas...me acho nos teus medos. Pode ser loucura, talvez...quem sabe, seja esse o motivo de não conseguir me libertar desse amor sem hora, doente.
Uma música: saudade que bate, fere...noites de abandono. Vazio, solidão ! Resta-me luzes de sonhos que acorrentam meus devaneios.
São músicas que tocam meu corpo, são notas que habitam em mim. São versos e canções na mesma cama, são sons tocando no mesmo tom.