Música
Quero jogar tudo isso fora, começar de volta.
Se acabou não foi verdadeiro.
Mas, e se a verdade é uma mentira criada para nos abraçar?
E esses trechos escondidos, que talvez serão lidos por dois olhos verdes acastanhados. Um dia?
Me pergunto quando, me pergunto onde. Que seja de toda via, em mão dupla,
que me siga de carona e também de motorista. Que aceite minhas paradas e desvios pelas pistas.
se bastar um olhar
que a outro se abrace
um sorriso
que largo, o beijo peça…
se for pressa, esse feitiço
de um certo jeito de beijar
uma certa urgência de amar
um cego vício, fragrância
desejo pele, possuir
então, paciência
eu vou ter que ir…
como um rio, que novo nasce
num jeito louco de amar
num jeito simples de ser.
e talvez porque sim
o paraíso no inferno
amar, seja assim
o amor para se viver
a dor para se chorar
e tudo o resto seja
aquilo que deus quiser.
no olhar onde fundo me perco
há um laço que abraço me lança.
indomável onda, de brasas me cerco
dessa alma, que inquieta me canta
É no verso, desse mar que avanço
que ardo, no mesmo passo que danço.
alardo chama, incêndio me faço
abraço, velejo, entre vagas balanço
é dia, é noite, nesse vira e mexe
nessa dança que o vira não cansa
nesse mexe, que sem aviso cresce
e é lá, onde mãos nem chão preciso
nesse tecido, que em mim se tece
que valso, paixão navego perdido.
há um horizonte de linhas verticais, manto
onde, no querer de quem quer tanto
mora uma pressa a que não resisto
uma pressa líquida de poder tocar-te
gasoso ser-te, ébrio vicio
num intenso verde, suave colar-te
à esperança, de num imenso abraço ter-te
sem medo, desta urgência
que me faz pressa
nesta ânsia impressa
na sede dos dias de ausência
espero beber-te, pele, desassossego
este sem medo todo e sem pressa
quem sabe num dia, que o tempo não meça
o poder olhar-te, assim para sempre
Se saudades muitas
De mim tiveres
Muitas, de insuportáveis mesmo
Que pelo tamanho, de tão grandes
De teu peito irrompam
Tantas
Que de brasas pareçam ser
As mãos que me toquem
Os lábios que me percorram
Os olhos que me fitem
Fogo desmesurado em mim
Se for tudo assim
Tudo tão grande
Fogo que se expande
Serei eu, enfim...
Realmente é cafona, sujo, brega e esdrúxulo.
Por isso me sinto em casa, é formal.
Por que sou eu na forma material desse estabelecimento banal, em uma metamorfose de cadeiras geladas e duras.
Eu amo tudo
Fogo se espalhando pelo meu quarto
Meu mundo tão brilhante
Está difícil de respirar
Mas está tudo bem
Ela tem sangue frio como gelo
E seu coração feito de pedra
Mas ela me mantém vivo
Ela consegue tudo o que quer
Quando me pega sozinho
Como se não fosse nada
Ela tem dois pequenos chifres e eles me machucam um pouco
Em cada nota da canção
certamente há poesia
nascida como cascata no coração
de quem compõe em harmonia
A música nos cura os males
da alma e ajuda a seguir o caminho
embalados em maviosos acordes
que soam aos ouvidos em carinho
Vem a saudade, vem a alegria
em cada compasso que insinua
o amor que se houvera um dia
sob o sorriso da faceira lua
Outros tempos, outras quimeras,
ou a esperança de algo melhor,
a melodia é sempre uma oferta
de vida plena soando amor
O que mais precisamos...
É o que temos de graça...
Amanhecer dourado...
Bom dia para viver...
Orvalho subindo ...
Para o céu azul...
Pássaros em trinados...
Doce melodia a ouvir...
Aquela flor tão esperada...
Se abrir...
Se a tarde for nublada...
Vai faltar...
Noite prateada pelo luar...
Tranquilidade na vida...
Esperança a sorrir...
Viver mais simples que puder...
Só bem observar...
Toda essa teia...
Onde tudo está ligado...
Correr atrás do tempo é tolice...
Nunca vamos alcançar...
O que não existe...
Tempo é uma palavra ...
Que é muito usada...
Para definir um momento a sentir...
O seu não é o meu...
O meu não é o seu...
Contar anos...
Contar horas...
Para que afinal ?
Vai recuperar as que se foram?
Vai adiantar as que vão chegar?
Eternidade?
Deixa para lá...
Prefiro andar lentamente...
Sentar em um banquinho quando der vontade...
O café da rodoviária tão quentinho...
As andorinhas procurando seus ninhos...
Ah..
Como é bom viver...
Como é bom tudo sentir...
Escutar , no fim dessa tarde, conversas fiadas lá longe de pessoas a sorrir...
Noite que anuncia...
Sem lua...
Mas sei que está lá...
Ver minha novela...
Dormir...
Amanhã novo dia...
Se Deus permitir...
Sandro Paschoal Nogueira
— em Trav. Profa. Geralda Fonseca.
Amor.
sonhou comigo
coração partido
no fim
passou o perigo
me trouxe o alívio
em mim
paradoxo
invisível nosso amor
distante da realidade
usou
tudo passou, nada restou
continuo sendo um palhaço
Acrobata da Dor
um pobre sem-amo
- Zlatan
Hoje eu acordei com uma vontade enorme de ouvir Depeche Mode
Isso sim é acordar de bem com vida.
Peguei o celular e coloquei no YouTube.
E lá estava ela ENJOY THE SILENCE.
Com todo o respeito que eu tenho pelas outras musicas da banda, mas justamente essa é a que me enche de animo para viver.
“Tudo o que eu sempre quis
Tudo o que eu sempre precisei
Está aqui nos meus braços”.
Se tudo que nós temos é tempo, ficaremos bem.
Não é muito mas é melhor do que nada.
Não é amor mas é melhor do que sonhar.
"Descontrolado
Alucinado
Paranoico
Abusado
Obsessivo
Compulsivo", disse.
um animal empalhado em sua estante
ela é um demônio
em forma de anjo
e
as palavras tuas
me feriram
igual fere a um casulo
de borboleta.
Não pergunte o porquê
algumas coisas nem eu mesmo sei responder
E palavras são assim...
Imprescritíveis.
Ela não me acompanhou na minha jornada.
Pra ela fui só um jornal,
que se lê e joga fora
Em meus sonhos de mentira
seria tão fácil me jogar
igual um avião de papel
pelos arranha-céus.
Luzes e movimentação sem meus óculos.
Parecem pequenas estrelas se rachando e partindo ao meio, embora fossem todas coloridas de vermelho.
Como a luz de freio de um carro.
Como uma cerração grossa
se dissipou no meu para-brisa.
Apagou qualquer vestígio que havia passado por essa vida.
As noites são traiçoeiras,
e as luzes nostálgicas.Me lembra dos leds no bar, vermelho.
Piscando igual a um vaga-lume morrendo
no meio das vinhas geladas.