Muros
Veja, Raoul, esses muros, esses bosques, esses arcos, essas telas pintadas, tudo isso testemunhou os amores mais sublimes, pois aqui eles foram inventados por poetas que se agigantam diante do tamanho dos homens. Diga que nosso amor também vive aqui, meu Raoul, pois ele também foi inventado, e que ele também é, infelizmente, apenas uma ilusão!
Muros e castelos
Eu procuro dormir e sonhar contigo.
Assim o paraíso fica comigo
Eu durmo abraçado contigo.
Enquanto o sono durar comigo.
Quanto te olho fico a imaginar
Quantos milhões de anos
os anjos levou para te modelar.
Colocar num recipiente só toda beleza.
Quanta riqueza de dons naturais
Deus capacita os seres celestiais arcanjos
Não pode ser trabalho de um só anjo.
Toda tua lindeza foi trabalha de forma divina.
Isso me ensina doce menina de alma e coração.
Gostaria de ser o guardião para cuidar do seu brilho.
Eu também sou menino quando olhos seus olhos belos.
E me derreto de vontade de voar em suas asas sobre os muros e castelos.
As palavras criam laços, repelem,
São pontes que unem, ou muros que ferem.
Em um sussurro suave, trazem paz,
Mas, em tempestades, a guerra se faz.
Ah, se as pessoas soubessem o poder,
De uma palavra que nasce ao nascer do ser.
Cada som é um toque, um gesto, um sentir,
Capaz de acolher ou de destruir.
Com cuidado, uma palavra floresce,
E no silêncio, a alma aquece.
Mas no descuido, sem rumo ou direção,
Elas se tornam lâminas, ferem o coração.
Por isso, cuide do que você diz,
Pois em cada frase, o mundo se refaz, ou se desfaz.
As palavras são sementes de algo maior,
Que podem criar amor... ou alimentar o rancor.
A sabedoria do poder está em sua capacidade de construir pontes, não muros, e em transformar privilégios em oportunidades para todos.
Descansar a alma
Além dos muros cinzentos
Onde a esperança se aninha
No jardim suspenso
Entre lírios perfumados
Hibiscos e trepadeiras
Eu me sentava para contemplar
A vida pulsante transformar
Vista para o mar,
Nossa tela lírica
Serena, mediterrânea
Costa em primavera
Tardes de paz, pássaros a cantar
Anunciando a noite serena
Descansar a alma
Até onde os sonhos nos levar
Bruna Nilza
O conhecimento se arrebenta nos muros da ignorância e, com persistência, cresce a ponto de superá-la.
Prisão sem Muros
O maior flagelo da pobreza é a limitação.
A fome restringe o crescimento físico e intelectual dos jovens discentes.
A carestia cerceia o acesso à cultura e a erudição, pois o conhecimento é artigo de luxo, a peso de ouro!
Assim, o pensamento fica pueril e ingênuo, atrofiado, com efeito, pela inacessibilidade ao requintado saber, que é dispendioso.
Sem gozar de uma situação econômica favorável, o paupérrimo fica restrito ao seu próprio bairro e à cidade natal, sem jamais conhecer outros países, povos e culturas, sendo tolido de novas experiências.
O pobre está sempre preso a uma prisão sem muros.
Com as pedras que atiram em mim, ergo muros. Não para me esconder, mas para me blindar da maldade que ameaça a minha paz.
Penso que a arte de falar cria pontes de estrelas e que o silêncio imposto constrói muros de concreto...
Eu não gosto de te magoar, Laura,
Mas as palavras fogem, me traem,
E entre nós se formam muros invisíveis,
Erguidos por mágoas que eu não quis criar.
Eu não gosto de te magoar, Laura,
Vejo nos teus olhos o peso do meu erro,
E cada lágrima que cai, um punhal em mim,
Ecoando o que eu jamais quis dizer.
Eu não gosto de te magoar, Laura,
O silêncio entre nós grita mais que palavras,
E enquanto tento remendar os pedaços,
Sinto que te perco, um pouco mais.
Eu não gosto de te magoar, Laura,
Por isso venho te pedir perdão,
Que minhas ações falem o que minha boca não disse,
E curem a dor que meu coração também carrega.
São Paulo, 2 de janeiro de 2025
Que o sangue seja semente de vida,
Que o choro se torne canção.
Deem-nos um mundo sem muros,
E a paz será nossa união.
É importante identificarmos se temos construído pontes ou erguido muros, quando no natural de cada dia agimos naquelas posturas despretensiosas e quase imperceptíveis que acabam por desenhar quem somos de verdade..