Mulher Quente
Quando uma mulher diz “tchau”, ela espera ouvir um “fica mais um pouco”. Quando uma mulher diz “Eu te amo”, ela quer ouvir “Eu te amo mais”. Quando uma mulher diz “Meu cabelo está feio hoje”, ela espera ouvir “Seu cabelo é lindo todos os dias”. Quando uma mulher diz “Você é um bobo, um chato e eu te odeio”, ela quer dizer “Você é meu bobo, meu chato, e não vivo sem você”. Quando uma mulher está mal, ela só quer que você a abrace bem forte e que fique com ela. E o mais importante, nunca, nunca mesmo deixe de fazer com que sua mulher não se sinta única e a magoe.
Nem todo rico tem carro, nem todo ronco é pigarro, nem toda tosse é catarro, nem toda mulher eu agarro.
Do que os homens têm tanto medo?
Pior do que uma mulher que fala o que pensa é uma que escreve...
Quando eu tinha vinte, vinte e dois anos, choviam homens querendo namorar comigo. Eu era uma menininha perdida, com um Corsinha todo batido, semi-virgem e com medo de ir para a praia aos finais de semana e deixar minha mãe sozinha. Choviam homens. E homens interessantes, juro.
Aí agora, com quase trinta, moro sozinha, ganho bem, me tornei loira, aprendi a fazer coisas legais como torta de palmito e striptease e... nada. Os caras até se apaixonam por mim, se declaram, coisa e tal, mas nada de me levarem ao cinema de mãos dadas. Eu, meu guarda roupas fashion, meus livros publicados e meu ap moderno, vivemos sozinhos.
Que é que eu tinha com vinte anos que eu não tenho mais? Não, não era um corpo melhor. Juro que eu to melhor agora, que tenho como pagar o Paulão, meu personal. Também melhorei de cabelo, de pele, de sorriso, de voz. Meus amigos mais antigos tão aí pra confirmar, sempre que me encontram, comentam: “nossa Tati, como você ficou melhorzinha com os anos!” Então qual é o problema?
Será que me falta aquela pureza que eu tinha com vinte anos? Poxa, mas eu não era exatamente pura, eu era só bobinha. Daquele tipo mala que espera chegar ao motel pra falar pro cara “sabe que é? Não to a fim não”. Que homem gosta disso? Hoje em dia se não to a fim não dou nem bom dia.
Será que os homens sentem falta de quando eu era estagiária, com a mesadinha suada da mamãe? Pode ser. Homem é meio tosco e sempre se sente mais seguro com uma menina aprendendo o que é a vida. É mais fácil ser o rei do sexo com uma inexperiente, ou ser o rei do bom gosto gastronômico com uma garota que paga o mcdonalds com ticket restaurante. É, eu exigia e assustava menos naquela época. Mas será que é só isso mesmo? Descobri que não.
Passei os últimos meses encarando todo e qualquer relacionamento como estudo antropológico e desvendei o grande mistério da minha solidão: os caras têm medo, na verdade, das minhas letrinhas. Dá pra acreditar?
Eles acham que se não forem bons o suficiente na arte do acasalamento, no dia seguinte vai ter um texto meu com o titulo “tudo o que é bom dura pouco, mas dois segundos não é rápido demais?”. Eles acham que se não forem inteligentes o suficiente durante o jantar, no dia seguinte não vão escapar à minha crítica “o que sobra dentro da calça falta dentro do cérebro”.
Já teve cara que me pediu “se você for me largar, promete que me conta antes de publicar? Não queria ficar sabendo pela Internet!” E teve também, claro, o clássico: “putz, gata, você já foi logo escrevendo que adorou a noite de ontem, que está apaixonada...ficou muito fácil, perdeu a graça”.
Tem de tudo. Do cara que não sustenta namorar uma mulher que não só tem passado (existe alguém com 28 anos que não tenha passado?) como resolveu escrever um livro sobre ele, ao cara que fala “tanto texto bonito para outros caras e nenhunzinho pra mim? Não quero mais sair com você!”.
Outro dia ouvi de um cara que tava me paquerando “não, não vou comprar seu livro, vai perder o mistério”!
É isso então. É aí que está o problema. Eu escrevo sobre a minha vida e isso causa nos machos um misto de medo “será que ela vai me expor?” com um misto de quebra de magia “ah, ela se expõe demais ali, prefiro aquela mulher muda e sem personalidade que sempre vai ser um mistério para mim”.
Entrei numa baita crise. Tirei meu site do ar e tudo. Repensei a vida, repensei a morte da bezerra, aumentei a terapia, voltei pra meditação. Mas depois cheguei a uma conclusão maravilhosa e definitiva: nenhum homem, até hoje, me deu mais prazer do que escrever. Então que se danem eles.
Ela tinha assumido seu destino de Mulher Totalmente Liberada Porém Profundamente Incompreendida E Aceitava A Solidão Inevitável.
Mal de mulher é ser bonita;
Mulher bonita é vítima de tudo quanto é tipo de preconceito:
é fútil; é interesseira; é vulgar; é metida; é até burra!
E o pior de tudo: sofre com inveja de tudo quanto é parte.
Por isso é que eu agradeço a Deus todos os dias
por ter nascido homem - e muito feio. :)
Não sou capaz de amar mulher alguma, o amor da humanidade é uma mentira.
Homem adora colocar a culpa no açúcar quando não consegue o que quer, incrível. A mulher não tá afim? É doce. Deve ser difícil aceitar que a mulher não tá na sua mão o tanto que você disse pros amigos que ela tava. Esse desespero em querer estar sempre por cima chega a ser hilário, quase um complexo de inferioridade embutido no machismo. Se você some uma semana, eu tô no meu direito de não querer mais te atender. E não, não é doce, não é birra, não é imaturidade, eu só não to a fim. Fiquei a fim de outro, demorou demais. Fiquei a fim de mim, minha fase, meu momento. Se você teve o seu e não aproveitou, supera. Mas chega de ficar enchendo a mulher de açúcar só porque agora é você quem tá sem sal.
Mulher quando se apaixona, fica meio idiota né? Ela ri de tudo e pra tudo. O sorriso fica mais puro, mais sincero. Sem contar que mesmo já tendo um brilho especial, ela consegue brilhar mais ainda.
ele diz que me ama, deseja
me quer para sempre, me pede
para ser sua mulher, me corteja
me faz confissões, me venera
me entrega sonetos, me beija
implora meu sim, me calo
depois penso melhor, que seja
Quando estamos apaixonado é normal ouvir música romântica, ler poemas, fazer declarações de amor.
É normal pensar a toda hora na pessoa amada.
É normal sentir a ausência mesmo não sendo consentida.
É normal querer estar sempre com a pessoa.
É normal ligar mesmo sem motivos.
Só não é normal nunca passar por isso.
Já não preciso ler poemas de amor.
Já não preciso ouvir músicas românticas.
Já não preciso ler versos na internet.
Já não preciso assistir filmes românticos.
Já tenho a minha própria fonte de inspiração por isso vou passar a escrever os meus poemas para a MY DOLL.
Desde uma quente despedida, até uma fria recepção. Desde uma quieta solidão até uma companhia surpresa. O dia não espera por ninguém.
“E, fatalmente, vão se cruzar por aí. São tantas as esquinas. Vocês vão beber um café quente juntos, falar amenidades, sobre novos cortes de cabelo, você está bonita, e você mais maduro, como está sua mãe e tudo mais. Nos momentos de silêncio, baixarão o queixo, com medo de amarrar olhares e, talvez, voltar tudo aquilo outra vez. Mas vai ser só isso.”
“Ela vai dar pra você sem a necessidade de seguir os passos “encantar-seduzir-possuir-escapar-manipular-humilhar”. Ela vai dar pra você se demonstrar que pode ir um pouco além do compromisso consigo mesmo. E você enche a boca orgulhoso pra falar das suas atitudes distintas, contra-modistas, então ouve isso: cuida direito dessa menina, rapaz.”
“E a gente vai se olhar e rir de todo esse dramalhão, vou te chamar de bobo, você vai me chamar de besta e amanhã de manhã um outro sol, não mais tão quente e nem tão brilhoso quanto antes, vai nos convidar pra passear enroscados na calçada da mesma ruazinha apertada e sem graça de sempre, como sempre foi. E as pessoas vão perguntar se você voltou. E você vai dizer que nem foi.”
“Eles parecem mesmo presos, mas presos por aquele tipo birrento e obstinado de nó, o nó invisível. Eles também brigam, batem portas e saem por aí. Mas voltam rindo da cara um do outro, se aninham e dizem coisas como ‘não consigo ficar braba contigo’.”
Para os outros parece tão fácil. Já eu, me canso só de pensar em não ter você, ou estar com alguém diferente. Sim, de um jeito estranho e animalesco, como um macaco se comunicando através de gestos selvagens, mas que cansou de pular de galho em galho com medo de não haver tantos galhos assim, só estou aqui tentando dizer que te amo.”
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