Mulher Certa
Nada é tão ruim que não se possa aguentar. Deus faz tudo na medida e hora certa, o negócio é ter paciência para esperar as coisas acontecem.
Certa vez ouvi de um pupilo de Vinicius de Moraes um poema tão comovente e na última estrofe ele dizia: "...E peço as nuvens para chorar." E pensei... "Ah, quem me dera se elas chorassem por mim também..."
A morte é a coisa mais certa dessa vida. Desde o momento que nascemos caminhamos em direção a ela. Por isso devemos dar valor a quem está vivo, porque depois que se forem, não adianta de nada mausoléus de ouro.
Eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém.
Servidão
Numa época de senhores e escravos, certa feita, um causo se sucedeu. Um dos escravos, o mais velho e obediente que já houvera por aquelas bandas, teve seu único filho envolvido numa pendenga. A sinhazinha, moça de poucos atributos e coração de pedra, vira o menino comendo uma fruta.
Coisa boba, pedaço de sobra da refeição anterior, mais que ele tivera a ousadia de pegar. Antes os porcos do que os serviçais da casa. Caso passado ao sinhozinho, o menino fora chamado a responsabilidade: iria pagar com seu lombo franzino e a carne magra, os desaforos do arroubo. Assim fora marcado: o menino ia apanhar do capataz da fazenda no alvorecer do dia, para que diante de toda a negrada ficasse bem claro: só poderiam comer do angú que lhes fossem servidos.
O pai do negrinho, vendo que o capataz não ia tremer a mão na hora do castigo, tomou de força e pediu:
- Sinhô, sei que meu filho errou, sei que vosmecê tem filho também, e coisa que aprendi morando aqui como vosso servo, é que pai educa filho. Deixa eu educar o meu também. Permita que eu dê a coça, mode ele aprende a não pegar nada que não seja dado. E assim foi. O pai bateu até que o sinhô desse a ordem de parar, que foi quando o menino desmaiou.
Menino franzino, 10 ou 12 anos, tanto fazia. Se fosse pela mão do capataz, duas e teria tombado morto. Na madrugada, Quando o choro miúdo do menino se fazia grande na senzala, ouviu-se um sussurro: pai, por quê você me bateu? Bem sabe que eu só tinha fome, e as sobras iam para os porcos...
O pai entre lágrimas respondeu: bati porque eu sabia onde podia bater sem te matar. Cada chicotada que dei, tua pele eu parti, mas meu coração eu sangrei!
A vida já cansou de me provar repetidamente que a escolha certa é justamente a que me parece mais errada. Mas a gente precisa errar.
E quantas vezes eu já chorei por motivos idiotas.
E quantas vezes eu já menti mesmo estando certa.
E quantas vezes eu já sorri mas chorando por dentro.
E quantas vezes eu já desisti por medo de não conseguir.
E quantas vezes eu já disse um ‘oi’ querendo dizer um ‘eu te amo’.
E quantas vezes eu já chorei mas ninguém soube.
E quantas vezes eu morri de ciúmes mas não demonstrei.
E quantas vezes eu queria estar com você mas a distância me impediu.
E quantas vezes eu te amei e você não sabia.
E quantas vezes eu gritei mas ninguém escutou.
E quantas vezes eu quis um abraço seu mas não tive.
Acredito que quem me ama me aceita assim, com uma certa insanidade dosada, com essa sinceridade escancarada.
Minha verdade sempre será questionada, mas não me justifico, não preciso.
Certa vez uma criança pura e ingênua pergunta a sua mãe: "Mãe, porque te vejo triste olhando pela janela como se esperasse alguém?" então a mãe escorado na janela, olhando atentamente o infinito vago... E meio a varias lembranças, saudades e alegrias vividas, diz a sua tão amada filha: "Filha, olho o que olhos nenhum olham, vejo o que ninguém conseguirá ver, olho um mundo que vivi e outro que deixei de viver, por fim olho pra dentro de mim e me encho de orgulho pelo que eu conseguir vivenciar e triste pelo que deixei no caminho, mas a saudade que hoje me dói só me mostra que vivi coisas boas e que nada, ninguém e muito menos o tempo consegue apagar um mundo só meu, onde só eu e o tempo sabemos o que conseguimos juntos e as meras lembranças me fortalece, fazendo acreditar que a felicidade existe e eu a pude contemplar no decorrer da vida e sempre irei querer ser tão feliz quanto os grandes momentos que me marcam o gostinho da verdadeira felicidade...
É errado julgar um grupo tão grande por ações cometidas por certa minoria. Mas considerando o padrão da justiça dos homens, pode parecer compreensível.
Certa moça a confidente dizia isto baixinho "se beijo gastasse a gente, nega... eu já era um tiquinho..."
“Não tenho pressa em encontrar a palavra certa ou a frase que cause impacto, no final tudo se resume ao sentimento de quem á escreve e de quem a lê.”