Mudo
Existe um sentimento que reside
no meu coração e me deixa mudo de prazer!
Não se espante... Se eu me inspirar
e cortejar-lhe com palavras genuinas
Falaria com os lábios trêmulos...
Certamente você me pediria, Não diga!
Mas eu lhe abraçaria e com certeza você
se apaixonaria;
Ó pensativo eu, medito sobre meu mudo clamor:
Vivenciamos um afeto absurdo, destituído de sentido.
Por isso, quando a vislumbro, turbulenta,
Desprezo meu olhar do seu,
Pois sei que ela é mera fantasia em minha existência.
Ah, quão perplexo é meu coração, aprisionado!
Nesse dilema de amar e não ser correspondido,
Suspiro aos ventos, sem voz que me redima,
Enquanto ela vagueia, imagem efêmera de sonho.
Ah, donzela enigmática, tão distante e irreal,
Pintura encantada em aquarela de ilusões,
Eu, desafortunado trovador, não posso tocá-la,
Pois ela é somente uma quimera que me seduz.
Em meio a essas horas de angústia e desvario,
Meus suspiros se fundem com a brisa noturna,
E a verdade se revela em meu íntimo:
Ela é apenas um reflexo desvanecido em meu ser.
Ó destino cruel que me brinda com tal tormento,
No palco da vida, onde o encontro é fugaz,
Eu me perco no labirinto do amor não correspondido,
E ela, mera sombra de um sonho, desaparece.
Eu respiro, uma, duas, três vezes...
Tento sufocar a resposta que me vem a boca.
Mudo de assunto em prol da paz.
Mas, olha só, novamente aqui estamos, falando outra vez daquele assunto cheio de maldade, sem nexo, que só quer destruir.
Logo penso... _Não é possível tal atitude, conduta,... Pra que ouvir a maldade...? Qual a necessidade? Aonde isso vai levar? (Já me bateu preguiça de me expressar)
Será sempre assim?¿? Quero paz!
Desculpa, eu não posso ser sempre a apaziguadora dos fatos.
Fique tranquila, não levantarei a minha voz.
Eu te respeito e acima de tudo me respeito.
Apenas, estou me retirando.
Neste momento a "frieza que o meu signo me trás" passa a frente.
Eu domino, quem fica e quem sai.
Na solidão, o telefone permanece mudo,
Mensagens vazias, o coração desnudo,
A vida sem rumo, sem direção.
Pensava que escapara da escuridão,
Mas nela mergulhei, sem solução,
A tristeza e a dor, uma constante aflição.
A solidão, meu refúgio preferido,
Mas nela me encontro perdido,
Um ciclo eterno, infinito.
Em busca de um amor não correspondido,
Um segredo oculto, deprimido.
Mas o palhaço sorri, mesmo reprimido.
Não sei se vou suportar a jornada,
86.400 segundos de dor desmedida,
Mas vejo um recomeço, uma nova vida.
Socorro! Preciso de uma saída,
Em alguma rua, em alguma encruzilhada,
Encontrar sentido na vida repartida.
Mudo é aquele que se cala perante uma injustiça
Sego e aquele que mesmo diante da luz mais reluzente só ver escuridão
Surdo e aquele que caminha por uma floresta aovindo apenas o som da própria voz
Seja surdo para as palavras que ferem, mudo para os pensamentos que perturbam, e cego para as ilusões que inflamam."
Vejo solitário
Tudo solitário
É o mudo tempo
Solitário que fala
É a vida sentida
Na estrada de noite de lua
Com tudo solitário
Na estrada!
As vezes a sanidade me foge
- a pouca que me restou -
e fico alheio, quase mudo...
como um cão faminto,
que revira o lixo e se alimenta,
apesar de tudo.
"Seja os olhos do cego, a boca do mudo
E os ouvidos do surdo.
E ensina-me sobre mim,
E sobre mim, tu ensinas."
O silêncio nunca é neutro ou mudo. Quem se cala perante uma injustiça, uma maldade a está aprovando calado.
Não mudo por você, tenho meu traço. Me conheceu assim, se me quiser será assim. Não desfaço minhas vontades para te agradar, para você isso se chama "teimosia", para mim...se chama "EU".
Flávia Abib
E LHE CANTEI ENTÃO ESTE ACALANTO:
Dorme, Minotauro, Mouro
da mais amarga Veneza,
mudo amor na correnteza
do balbucio, homem-touro
tossindo no labirinto
da névoa e da solidão,
cala o instinto e o indistinto
e dorme, descansa, irmão!
Não existes, não existo,
nada existe neste mundo
aquém ou além do fundo
da linguagem. É tudo um misto
de silêncio e de ruído
no coração de quem sofre
preso num malentendido
como um inseto num cofre.
Perdoa-te… Nada ganhas
com dar e redar teus nós
na teia da velha aranha
retendo e perdendo a voz
no pescoço que partiste:
a garganta bipartida
entre a elegia do triste
e o último sopro da vida
não te vai dizer mais nada.
Tudo o que pôde foi dito.
No silêncio, na calada
da noite, escuta o infinito
para além da grade, tua
e dos outros prisioneiros
entre a linguagem e a luta.
Os últimos e os primeiros
tampouco entenderam Aquele
que ia morrer e lhes disse
que este universo era Dele
e o resto tudo crendice.
Nem tudo é só desperdício.
Tudo e nada nesta vida
se confundem, fim e início,
chegada como partida
trocam-se em pura ruína
mas o verme engole a aranha,
believe it or not! A sina
que escolhestes não se ganha
sem um sacrifício imenso,
mas que vale mais que a cena
em que por causa de um lenço
Otelo mata Desdêmona
ou o velho rei Lear,
louco e só, só pelo e osso,
vê e não vê balançar
Cordélia pelo pescoço.
Se o amor não aprende a língua
do ser amado, esse amor
é um louco morrendo à míngua
do que seja, ou do que for…
Deixa-te embalar, amigo,
como eu me deixo cantar
este acalanto e te digo,
te juro que o verbo amar
só Deus conjuga contigo.
O Mudo
Posso escrever e escrever palavras sem fim, mas se escrevo para quem as não entende é como se estivesse escrevendo palavras mudas.
Dizem que pra mudar o mundo é preciso mudar a si mesmo, então eu mudo, pra que o mundo mude com o meu exemplo.
... meu mundo,
por vezes, é mudo!
Embora, permanentemente abarrotadode inquiridores, pretenciosos e desbocados
silêncios!
- Relacionados
- Cego, Surdo e Mudo
- Sou Assim e Não Mudo Frases