Mudo
o cego que não quer ver,
pode ter sido pago para não enxergar;
o mudo, em silêncio,
pode ter sido pago para se omitir.
Quando você consegue travar um diálogo mudo com o universo, todo seu ser entra em comunhão com as existências que te cercam e você se adentra numa dimensão inexplicável para a maioria das pessoas do seu convívio. Não tem palavras que possam traduzir essa dimensão mística de uma existência que ultrapassa tempo e espaço.
E você se vê entre passado e futuro numa fração de segundos sentindo todas as emoções que estão ali, ao alcance do coração.
Você se absorve em lágrimas nunca roladas na face.
Em palavras de amor nunca ditas ao ouvido.
Você só absorve, e chora, porque você é pequeno demais para reter tanto amor não correspondido, tanta frustração não curada, tanta mágoa não perdoada, tanta vida não protegida....
Então, você só chora. Porque ninguém te compreenderia se dissesse.
Então você só chora, até que passe esse momento de sensibilidade absurda e você volte à sua realidade e percebe que nada mudou do lado de fora, mas, por dentro, você se acalma dessa tempestade mística que se chama vida.
Há um vazio
Um eco de silêncio
Há um grito mudo
Um nó na garganta
Uma dor no peito
Há um ardor no coração
Não há plenitude
Nem a voz doce
Não há prozas até amanhecer
Nem os beijos
Não há o fogo do desejo
E nesta desconcertante proximidade que nos afasta...
Já pouco resta de nós
Amanhã estaremos apenas sós.
O humilde nada sabe
O arrogante sabe tudo
O humilde é calado
Não esnoba, fica mudo
Na verdade, o arrogante
É o maior ignorante
Que existe nesse mundo
Ainda que eu fique cego, escreverei.
Ainda que eu fique mudo, escreverei.
Até surdo, escreverei.
Vou escrever tanto que um dia terei escrito
o meu próprio mundo.
mudo: à quando o que escrevo não surta efeito e nada posso fazer, salvo calar-me , vejo em meu silêncio algo bastante ensurdecedor pedindo para que eu não desista de quem quer que seja e isto é o que impede que eu fique mudo.
Não sei viver sem o silêncio
O silêncio é o grito mudo
É no silêncio que encontro o som da mariposa
É no silêncio que o som do coração se expande
O silêncio é transformador
É a inquietude inteira
É a paz de espírito
É o encontro com Deu
É a pausa
A força do silêncio não é limitação
É necessidade
A Paz e o silêncio andam juntos
O silêncio é o céu
Não existe cura se não for o silêncio
A calma é o silêncio
O silêncio é a voz que ouço
É o encontro da consciência
Divina alma imutável
Eu mudo minha visão de mundo de acordo com as necessidades. Gerencio os obstáculos como oportunidades de crescimento. Equilibro razão e emoção.
Conversar com a vida é parte do caminho em construção.
Ficar mudo durante a trajetória é se esquecer que está vivo, e sobreviver em ruínas que outros construirão
Robson Gomes
Seja tático como um relâmpago mudo que não adverte, mas que haje perfeitamente com sua velocidade da luz mais rápida que a do som, permitindo que o seu barulho ou trovão venha logo depois e assustar os curiosos, assim, nunca deixar de surpreender com seus talentos e novas conquistas!
Me olham estranho quando mudo.
Odeio quando me olham estranho quando mudo.
Nunca fui a pessoa que chega e diz “estou mal, me ajude”, confesso (ainda assim odeio quando me olham estranho quando mudo);
Hoje eu não quis mais habitar em mim.
“É CRISE” dizem os universitários;
É dor, digo eu. É desconforto, é grito comprimido, é falta de força, mas você não me entende.
Eu não quero um “o que foi?”, só quero um abraço. um amigo. Amor!
Fale comigo, fique comigo, se abrace a mim, seja meu amigo, preciso de ti.
um poema para Julia
poesia não se explica
poesia se sente
talvez por isso
ao te ver fico mudo
apenas apreciando teus detalhes
como versos de um poema sem fim
porque melhor que ler ou escrever poesia
é estar dentro de uma
UM AMOR CERRADO (soneto)
Cala-se o triste olhar. Anina o sentimento
E a deslizar pelo rosto mudo, a dor vencida
No exilio tão áspero dum vazio sentimento
Em uma lágrima de choro e de cor abatida
O horizonte se põe, nublado, suspira o vento
Algente, as sensações estão assim de partida
Pura! Frutificando na paz o ardente sofrimento
E a alma incrédula, ainda, não está convencida
Das gotas do pranto, abrasador as lembranças
E pela saudade a sofrência em estreitas tranças
Amarra o peito, apouca, e pelo clamor escorre
E sob o pesar tão cavado e magro, que tortura
Do sonho e as privações dos planos, - fulgura,
A dor, do derradeiro amor que cerra. E morre.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/07/2020, 06’45” – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando
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