Mudo
só me restaram as dores da revolta
eu mudo...
exerço a loucura, que ainda posso expressar
é um último suspiro
derradeiro gesto de uma vida.
'EU QUERIA UM SENTIDO...'
Eu apenas queria,
e chegaste mudo,
forçado.
Fitando as madrugadas insônias,
cervical.
Extravasando improbidade,
sadismo.
Trazendo frio,
calafrio,
noites febris.
Carregando obstinação,
permanecendo há períodos.
Empantufado,
vai dilatando,
no peito não cabe.
E o ar rarefeito,
já falido,
desorienta,
sinuoso,
sem abrigo.
És opaco,
no turvo teatro,
solitário.
Senhor de brasões,
porém medicante,
com seus díssonos.
Poucos te condenam,
ou conhecem.
Mas sempre aparece,
desnudo,
com natureza particular.
Sem se expor a contento,
vai deixando rastro,
lamento.
Eu queria um sentido,
sentido ridículo.
Entre aspas simples,
para deixar evidente.
Inequívoco,
como as nuvens,
que se transformam no vento.
Que fosse escasso,
nada retórico.
Pode vir sem aspas,
para deixar confuso,
mais intruso,
menos cênico.
Que me abraçasse,
aconchegante,
desesperado.
Não sou beato, me criei na rua
Aprendi a me virar, viro avesso
e não mudo só pra te agradar
Te dou linha e depois esqueço
Almany Sol
Feliz
#Feliz é o Surdo que näo ouve oqui o povo censura acerca dele
#Feliz é o Mudo que näo perde tempo comentando os defeitos dos outros
#Feliz é o Cego que nunca teve o horror de ver sangue inocente escorrendo pela estrada.”
Um livro
E uma beleza
E uma caixa mágica
Só de surpresa
Um livro
Parece mudo
Mas nele goste
Descobre tudo
Um livro
Tem asas longas
E leves
Que de repede
Levam a gente longe... Longe
Pai um livro
E um parque de diversão
Veio de sonhos coloridos
Cheio de cloros sortidos
Cheio de luzes e balões.
Defumando versos
Tirou do violão, talvez a derradeira nota.
A voz não respondeu.
Mudo, apoiou o rosto no próprio instrumento.
O fogo ainda o aquecia.
A parede da alma amarelada.
O tudo de mãos dadas com o nada.
A fumaça aumentava
Preenchendo cada vazio da poesia da sua vida,
Defumando os versos, provocando tosse na rima.
O pensamento mal cavalgava lembranças
De um alfabeto extinto.
De súbito soprou a vela
Percebendo a complexidade escura do labirinto.
Apenas vestígios de carvão.
Nas cinzas, o destruído eterno.
Nada mais das chamas galopantes
Vistas pouco tempo antes.
De costas deitou-se no chão.
Cobriu o rosto com o próprio chapéu.
De qualquer forma não viria o céu.
Nos olhos apenas nuvens formando véus.
Constatação
Chove nos edifícios, nas árvores e nos sapatos.
Um silêncio mudo invade meu olhar distante.
Sou aquele que espera a resposta do vento
e acredita explodir todos os porquês.
Não mendigo razão, nem uso maquiagens no coração...
O que fascina meu olhar é o inesperado,
a ausência de regras descoloridas.
Abro a porta, castro a covardia,
saio sem capa de chuva pela tempestade da incompreensão.
Gosto dos pingos da chuva acariciando minha nuca,
beijando minha face...
Busco a sensação peculiar
que a naturalidade pode oferecer aos lábios sem prisão,
sem cortes, sem escudos, sem perfeição.
Sou lagarto se adaptando ao clima da vegetação.
Defumando Versos
Tirou do violão, talvez a derradeira nota.
A voz não respondeu.
Mudo, apoiou o rosto no próprio instrumento.
O fogo ainda o aquecia.
A parede da alma já amarelada.
A fumaça aumentava
Preenchendo cada vazio da poesia da sua vida,
Defumando os versos, provocando tosse na rima.
O pensamento mal cavalgava lembranças
De um alfabeto extinto.
De súbito soprou a vela
Percebendo a complexidade escura do labirinto.
Apenas vestígios de carvão.
Nas cinzas, o destruído eterno.
Nada mais das chamas galopantes
Vistas pouco tempo antes.
De costas deitou-se no chão.
Cobriu o rosto com o próprio chapéu.
De qualquer forma não viria o céu.
Nos olhos apenas nuvens formando véus.
"Com meu sentimento tentei conversar
Mas ele é mudo
Quero aprender a amar
Pois dizem que o Amor é tudo"
Ser fiel na infidelidade
Ser alegre na tristeza
Ser mudo,mas não surdo
Ser a paz conflitante,perfeito errante
Ser o sim do seu não
Ser o forte do fraco
Ser o doce do mais amargo
Ser o inusitado entre o mais fútil
Ser ameba perfeita,ameba eleita
Ser,é aquilo que você é ou o que ainda há de ser
Perfeito do seu jeito
Era uma vez um Jovem Mudo
Que passava suas noites a escrever,
Somente em seus textos ele revelava
O Amor que sonhava um dia viver.
Existia também uma jovem surda...
Ela desejava um dia poder a alguém amar,
Ao caminhar pela praia, olhava o horizonte
na sua solidão, passava os dias a sonhar.
Certa vez, triste estava o jovem mudo
Que ao amanhecer, nas areias da praia escreveu,
Assinando o que logo se apagaria, ele dizia:
Pode ser sonhador aquele que um Amor nunca viveu?
Estava a jovem surda caminhando curiosa
A beleza do entardecer estava ela a contemplar,
Deparou-se com uma frase, vinda de seus sonhos,
E um autor ela prometeu encontrar...
De tanto a jovem surda buscar por um nome
Certo dia, dois olhares se reconheceram...
Um encontro, uma caneta e um papel
Após isso, o mais lindo Amor eles viveram.
Eis o orgulho dos poetas
Sem mentiras, maldade ou pudor...
Da força de um gesto tão simples
Nasceu uma impossível história de Amor.
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