Mudar de Cidade
Ninguém quer ouvir a verdade, quando esta pode mudar aqueles que não têm coragem para se transformar.
O estado mental de um ser muda a partir do momento em que o mesmo percebe o seu significado em uma realidade tão vasta e taciturna.
Vamos fazer com o bem uma poção,
Que possa a todas as pessoas enfeitiçar...
Amor, paz, empatia e compreensão,
Todos os enfeitiçados vão ter que viver e compartilhar...
Precisamos a todos agradar,
Todos que queiram por nós ser agradados...
O que não precisamos é mudar,
Para alguém gostar ou para nos sentirmos amados...
Que possamos sempre valorizar,
A força e o poder, física, mental e ou divina...
Precisamos realmente, é querer mudar,
Trabalhar, estudar, amar, enfim ser os donos da própria sina...
Quase todos os que dizem que vão mudar o que está mal acabam por fazer as coisas da mesma maneira que os seus antecessores.
Tudo muda quando o mundo parece mudar, sem mudar coisa alguma. Quem são os poetas? Seres desventurados e de rebelião. Almas que não jogam em lotarias, totolotos, euromilhões ou raspadinhas, e as grandes filas permanecem quase iguais, sem se notar sequer a sua ausência. Fernando Pessoa pereceu louco, Florbela Espanca faleceu em desespero e Luís de Camões finou-se de fome. Os decretos sociais remetem os verdadeiros poetas para os mais modestos tugúrios, para os oportunismos em seu nome, para os trabalhos forçados, para os sapatos rotos, para as calças rasgadas e para as camisas laceradas pelo tempo, num tempo que não muda, nem nunca vai mudar.
Não culpe o diabo por caíres nos mesmos buracos, mas culpe-te a ti mesmo por não quereres mudar de caminho.