Mudar de Cidade

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Majestosa araucária
Janela para a alma era te ver assim
Soberana
Arranhando os céus
Mas o progresso não para araucária velha
A cidade quer ser vertical

Majestosa araucária velha
Não mais majestosa
no meu horizonte de brisa fresca
Não mais soberana entre o dourado céu
Destronada, súdita e vencida
Teu destino breve e inevitavelmente será horizontal.

CIDADE SORRISO

Em minha memória, uma saudade
Dos tempos de outrora, um aviso
Daqui fui, aqui voltarei, realidade
Uma mineira cidade, cidade sorriso
Onde sempre fui, territorialidade
De minha alma, aqui sou indiviso...

Neste um universo, versa a beleza
Gente de minha história, de contos
Em um recital duma incrível pureza
Poesia nas velhas cadeiras, pontos
Seresteiros cheios de doce certeza
Nada ali é pequeno. São confrontos!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Que a sua história de vida seja tão bela quanto o pôr do sol da minha cidade.

CIDADE MARAVILHOSA

Cidade maravilhosa
De maravilhas mil, belezas mil.
E também de tristezas mil,
Pobrezas mil, violências mil.

Dentre tantos mil,
Milhões são desviados,
Ou talvez lavados
Enquanto outros mil
São enterrados,
Mortos, massacrados!

Devolva-nos o Rio!
O Rio de Janeiro
Que de janeiro a janeiro
O que se vê é guerra,
Quando o maior
Clamor é paz!

O Rio não é só Leblon,
Nem muito menos Rocinha.
Ele é de todos e todos
Pertencem a ele.

Devolva-nos o Rio!
O Rio de Janeiro
Que de janeiro a janeiro
Só é de todos em fevereiro
Quando som da bateria
Da Imperatriz e Viradouro
Substituem o barulho do morro,
Das disputas de traficantes,
Dos gritos agonizantes
De quem não tem onde se esconder!
Devolva-nos o Rio!

Este é o problema dessa cidade: todo mundo está com medo de se levantar e fazer a coisa certa.

Há duas coisas que espreitam nos lugares escuros e sombrios de nossa bela cidade: vermes e segredos. Deixo a seu cargo, querido leitor, decidir qual dos dois causa mais danos.

Eu precisava urgentemente de uma bebida. Era sábado, a cidade inteira estava bêbada.

Felicidade é ter uma familia Grande, Carinhosa, Amorosa, morando em outra cidade."

Descrevo que era Realmente Naquele Tempo a Cidade da Bahia

A cada canto um grande conselheiro,
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um freqüentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia.

Estupendas usuras nos mercados,
todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.

Menina do anel, de lua e estrela
Raio de sol, no céu da cidade
Brilho da lua, noite é bem tarde
Penso em você, fico com saudade
Manhã chegando, luzes morrendo
Nesse espelho, que é nossa cidade
Quem é você? Qual o seu nome?
Conta pra mim, diz como eu te encontro
Mas deixa o destino, deixa ao acaso
Quem sabe eu te encontro, de noite no baixo
Do brilho da lua, noite é bem tarde
Penso em você, fico com saudade

Roça

A terra flora! Felicidade!
Choveu na roça! Adeus cidade.
Eu vou-me embora. Eu já vou tarde!
Eu vou agora. Bateu saudade!

Vou pegar trilha, vou tomar banho de rio,
A vida pede pra gente ficar por lá!
A natureza todo o dia está no cio.
Tempo no mato não tem pressa de passar!

Mas como é bom ouvir bom dia todo dia,
Sentir as mão e semear, plantar, colher...
Dormir ao som de uma viola caipira,
Pisar o barro, dar aos pés o dom de ter!

Adeus cidade! Eu vou- me embora!
Eu já vou tarde. Eu vou agora!
Choveu na roça! Felicidade!
A terra flora. Bateu saudade!

Quero o silêncio das manhãs de passarinhos,
Ouvir as folhas, respirar a plantação!
Viver de novo a eternidade de um carinho
Que o meu amor me dá de todo o coração!

Até parece que se volta a ser menino,
A gente lembra que é feliz e ri à toa!
Luar na roça é uma bênção do divino!
Viver na roça! Ai! Meu Deus, que vida boa!

Choveu na roça! Felicidade!
Eu vou-me embora. Adeus cidade!
Eu vou agora. Eu já vou tarde!
A terra flora! Bateu saudade!

Flores na Estrada...
Um homem morava numa cidade grande e trabalhava numa fábrica. Todos os dias ele pegava o ônibus das 6:15h e viajava cinqüenta minutos até o trabalho. À tardinha fazia a mesma coisa voltando para a casa.

No ponto seguinte ao que o homem subia, entrava uma velhinha, que procurava sempre sentar na janela. Abria a bolsa tirava um pacotinho e passava a viagem toda jogando alguma coisa para fora do ônibus.

Um dia, o homem reparou na cena. Ficou curioso. No dia seguinte, a mesma coisa.

Certa vez o homem sentou-se ao lado da velhinha e não resistiu:

- Bom dia, desculpe a curiosidade, mas o que a senhora está jogando pela janela?

- Bom dia, respondeu a velhinha. - Jogo sementes.

- Sementes? Sementes de que?

- De flor. É que eu viajo neste ônibus todos os dias. Olho para fora e a estrada é tão vazia.

E gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho. Imagine como seria bom.

- Mas a senhora não vê que as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos. A senhora acha que essas flores vão nascer aí, na beira da estrada?

- Acho, meu filho. Mesmo que muitas sejam perdidas, algumas certamente acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.

- Mesmo assim, demoram para crescer, precisam de água.

- Ah, eu faço minha parte. Sempre há dias de chuva. Além disso, apesar da demora, se eu não jogar as sementes, as flores nunca vão nascer.

Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela aberta e recomeçou seu “trabalho”. O homem desceu logo adiante, achando que a velhinha já estava meio “caduca”.

O tempo passou...

Um dia, no mesmo ônibus, sentado à janela, o homem levou um susto, olhou para fora e viu margaridas na beira da estrada, hortênsias azuis, rosas, cravos, dálias. A paisagem estava colorida, perfumada e linda.

O homem lembrou-se da velhinha, procurou-a no ônibus e acabou perguntando para o cobrador, que conhecia todo mundo.

- A velhinha das sementes? Pois é, morreu de pneumonia no mês passado.

O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela. “Quem diria, as flores brotaram mesmo”, pensou. “Mas de que adiantou o trabalho da velhinha? A coitada morreu e não pode ver esta beleza toda”.

Nesse instante, o homem escutou uma risada de criança. No banco da frente, um garotinho apontava pela janela entusiasmado: Olha mãe, que lindo, quanta flor pela estrada. Como se chamam aquelas azuis?

Então, o homem entendeu o que a velhinha tinha feito. Mesmo não estando ali para contemplar as flores que tinha plantado, a velhinha devia estar feliz. Afinal, ela tinha dado um presente maravilhoso para as pessoas. No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se numa janela e tirou um pacotinho de sementes do bolso.

“Se não houver frutos, valeu a beleza das flores. Se não houver flores, valeu a sombra das folhas. Se não houver folhas, valeu a intenção da semente”.

Mais importante que conhecer uma cidade é saber se perder nela

A maior força de uma cidade é ter muitos cidadãos instruídos.

Martinho Lutero

Nota: citado em Lutero e Libertação, Walter Altmann

⁠Era capaz de atravessar a cidade em bicicleta só para te ver dançar.

E isso
diz muito sobre minha caixa torácica.

Não perca seu tempo!

Sêneca foi um filósofo estoico nascido em 4 a.C., na cidade de Córdoba, Espanha. Filósofo estoico de renome e autor de vários tragédias, suas obras inspiraram numerosos escritores e leitores durante séculos. Fiel à filosofia estoica prática, seu exemplo de vida em consonância com suas palavras confirma-as como verdades para a vida.

A filosofia estoica, fundada por Zenão, nascido em Chipre, no ano de 358 a.C., é uma filosofia completamente ligada à moral, a uma vida em conformidade com valores e princípios, virtudes e ética. É uma filosofia onde o ser humano livra-se do quaternário (pensamentos, sentimentos e emoções) para ser um homem livre de fato. É quando ele se livra de seus instintos para agir de forma ética, de acordo com a razão.
É quando o ser humano não mais age de acordo com seus interesses, em troca de algo para si, mas sim de acordo com seus valores e princípios. Segue a linha de raciocínio do imperativo categórico, que não visa resultados, e sim a prática de ações belas, bonitas e justas por si próprias.

No primeiro capítulo de Sêneca, do seu livro "Da Brevidade da Vida", ele aborda 4 aspectos muito interessantes:

1-) O ser humano queixa-se que o tempo passa rápido.

Sim, nos queixamos que o tempo voa, que os dias estão corridos, que já é final de ano, que o ano já acabou, que o tempo está passando muito rápido. Bom, na verdade o tempo sempre passou da mesma forma, nem muito rápido nem muito devagar. O tempo é imutável, transcorre no mesmo ritmo desde sempre. O problema é a nossa percepção de tempo. Temos a sensação de que o tempo passa muito rápido pois achamos que tempos pouco tempo. Dizemos que a vida está muito corrida e que sobra pouco tempo livre para nós.

2-) Querer viver quando se está para morrer.

A maioria dos seres humanos percebe o tempo que perdeu na terceira idade, lá pelos seus 70, 80, 90 anos. É quando ele percebe que está parar morrer, e aí quer voltar no tempo, recuperar o tempo que perdeu. A maioria de nós só percebe que o tempo passou e que não realizamos o que queríamos, ou que perdemos muito tempo com coisas fúteis, quando o tempo que já nos resta é pouquíssimo.

3 -) Ganhar tempo é dedicar-se a coisas boas, construtivas.

O tempo pode ser seu melhor amigo, se você souber ganhá-lo para si. Quando você dedica seu tempo a atividades construtivas e edificadoras, seu tempo não é perdido, ele é ganho. Agora, o que são atividades construtivas e edificadoras? Cada um sabe, ninguém pode dizer para o outro. Cada ser humano sabe quando está ganhando ou perdendo tempo. Eu, por exemplo, sinto que estou ganhando tempo quando estou estudando, aprendendo, lendo, refletindo, escrevendo, ou simplesmente usufruindo um momento de lazer. Cada um deve emitir o seu próprio juízo, e saber quais atividades irão contribuir para sua evolução e para a realização dos seus objetivos pessoais.

4-) Não importa se o tempo livre é pouco ou muito, o que importa é saber utilizá-lo.

Selecionar o tempo. Esse é o segredo. Quem seleciona o tempo ganha-o. É como selecionar comida. Quando você seleciona o alimento que come, está ganhando saúde. Quando você seleciona as atividades que irá realizar durante seu tempo livre, está ganhando tempo. Sempre lembrando que o ideal é "gastar" o tempo com coisas que irão edificar sua vida, que irão acrescentar aprendizado e sabedoria. Desta forma, você não irá se queixar que o tempo passa rápido, chegará à terceira idade com a sensação de que não perdeu seu tempo e com a satisfação de quem realizou seus objetivos, dedicar-se-á a coisas boas e saberá utilizar seu tempo.
Ah, e quanto aos tempos de lazer? Quando chega aquele sábado e queremos sair, quando chega o domingo a tarde e queremos dormir? Não tem problema utilizar seu tempo dessa forma, contanto que você saiba utilizar os outros tempos a seu favor.

Não precisamos esperar a morte para valorizarmos o tempo de vida.

Paes é o prefeito mais feliz do mundo, que dirige a cidade mais importante do mundo e da galáxia. Por que da galáxia? Porque a galáxia é o Rio de Janeiro. A via Láctea é fichinha perto da galáxia que o nosso querido Eduardo Paes tem a honra de ser prefeito.

Quando eu vou na cidade tenho a impressão de que estou no paraíso. Acho sublime ver aquelas mulheres e crianças tão bem vestidas. Tão diferentes da favela. As casas com seus vasos de flores e cores variadas. Aquelas paisagens há de encantar os visitantes de São Paulo, que ignoram que a cidade mais afamada da América do Sul está enferma. Com as suas úlceras. As favelas.

O bom de cidade pequena é que,se eu não sei o'que eu estou fazendo, outra pessoa sabe.

Que esta minha amada paz e este meu
amado silêncio
Não iludam a ninguém
Não é a paz de uma cidade
bombardeada e deserta
Nem tampouco a paz compulsoria
dos cemitérios
Em mim, na minha alma,
Pressinto que vou ter um terremoto