Mudar de Cidade
Visitar a cidade de Vassouras, é realmente dar um
mergulho no passado, e faz muito bem para a alma...
De vez em quando é bom relembrar esta viagem
feita em 15/10/2002...
Osculos e amplexos,
Marcial
Texto escrito em 23/10/2002
VASSOURAS... Um mergulho no passado
Marcial Salaverry
Viajar sempre é bom. Viajar para aprimorar a cultura, além de um belo e merecido repouso, melhor ainda. E, se além de tudo isso, ainda curtir um local onde o Amigão exagerou quando fez a divisão das belezas naturais, fica um passeio inesquecível. Tudo isso encontrei neste passeio às serras fluminenses.
Procurei contar alguma coisa neste poema, algo sobre Vassouras... um local que não será varrido da memória.
"Viveu glórias no passado,
ainda hoje cultivado...
Seu Patrimônio Histórico tombado,
cuidadosamente conservado...
A História preservada,
jamais será olvidada...
Ocupou importante lugar na História,
e hoje conta sua história...
Casarões... seu calçamento, parte da glória,
jamais se apagarão da memória...
Vassouras... da memória jamais será varrida...
Sua História, nunca será esquecida.
Suas palmeiras imperiais,
árvores colossais,
atestam a grandiosidade,
que é um dos orgulhos da cidade...
Árvores que tem sua história...
Monumentos de dias de glória...
Seus museus muito bem cuidados...
Documentando fatos históricos testemunhados.
Casa da Hera,
mostrando como a vida era...
Eufrásia e seus amores...
Dando do amor as cores,
que deixaram quase maluco
até a Joaquim Nabuco...
Por suas ruas passear,
é no passado mergulhar...
E o orgulho do presente...
Em suas escolas, não há criança ausente...
Índice zero em analfabetismo,
mostrando a atenção
dedicada à educação...
Vassouras... sua história não pode ser esquecida...
Da memória, não pode ser varrida.
Marcial Salaverry".
Um pouco da história e da importância que Vassouras representou na História:
Era ponto de parada e reabastecimento para os tropeiros que faziam o transporte do ouro das Minas Gerais para o Rio de Janeiro.
Quando o Ciclo do Ouro entrou em declínio, começou o Ciclo do Café, que trouxe grandes fortunas para a região. Construíram-se luxuosos palacetes nas fazendas e na cidade. Com o fim da escravidão, acabou o ciclo do café. Os fazendeiros não dispunham mais dos escravos para avalizar seus débitos com os bancos, que principiaram a ser executados. As fazendas começaram a ser compradas pela burguesia mineira, que as transformaram para a criação de gado leiteiro e produção agrícola.
Ficaram as sedes das fazendas, palacetes, praças, palmeiras, e as famosas ruas de "pé de moleque".
Vassouras... recomendo a visita... realmente, vale a pena.
Sem varrer essas lembranças, desejo a todos UM LINDO DIA.
"Vassouras... tem na sua história,
um lugar especial na História...
é essa sua maior glória...
Marcial Salaverry"
Do Iracema posso enxergar os traçados montanhosos de minha querida cidade; vejo que do Alto do Concórdia deflagra o brilho que ilumina as noites de Teófilo Otoni e faz incandescer a beleza do amor fraterno
A verdadeira felicidade
não tem pra negociar
pode ser numa cidade
ou num sítio pra plantar
quem tem paz e tranquilidade
vai ser feliz de verdade
não importa em qual lugar.
A cidade está morta
O mexicano que espantava a molecada
com sua espingarda de sal
estancou-se no tempo
A noite está muda.
Amordaçaram Vila Galvão.
Gritos de brincadeiras
fazem eco no quarteirão.
As vozes das crianças
são pedras soltas no caminho.
São concretos que mastigam os terrenos.
São gemidos de gatos
que assombram os telhados.
Ninguém brinca.
Ninguém grita. Ninguém fala palavrão
Ninguém acende um pneu
Ninguém solta um balão.Ninguém.
Na cara do presente
há uma faixa estendida :
É proibido ser criança..
Rosa hereditária
Rosa ferida e calejada.
O Éden, a cidade alvejada.
A bomba serpentina.
O pecado.
Atômica, binária, quântica.
A terra escrava.
Que série, que novela, que filme.
A luz, a molécula, o som, a energia, o átomo, partículas, transistores, frequência, ondas.
Velocidade, medida, trilhões, pecados, geração binária.
Escravo, liberdade, bênção, maldição, perdão.
Vença cristão.
A rosa hereditária.
Giovane Silva Santos
“Eu sou tão apaixonado pela cidade de Fortaleza, quanto um gringo é apaixonado pela esculhabação do Brasil.”
URANDI ANTIGA
No encontro dos rios
nasceu a cidade;
ainda tinha a lagoa
que deixou saudade.
Tinha os casarões
cheios de janelas,
comércio com portas
e fachadas muito belas.
As casas eram artes
de platibanda portuguesa;
símbolo de riqueza,
pois a família era burguesa.
As casas eram geminadas
sem janelas dos lados,
com quartos interligados
pra serem ventilados.
Não tinha casa recuada,
usava grade na porta
para barrar cachorro
ou gente que não suporta.
Tinha casas muito bonitas
construídas na praça,
de incomparável beleza,
enfeitadas com vidraça.
Tinha suntuosos sobrados,
sinônimo de muita riqueza.
O mercado era um barracão
com maior feira da redondeza.
ADEUS AO MISTO
O trem chegou a Urandi,
Fazendo grande revolução;
Era a Segunda Guerra
E a cidade viveu a explosão.
A cidade viu o progresso,
Muita gente casou aqui;
Deixou grande legado
Ou radicaram em Urandi.
A estação do trem
Era muito peculiar;
Ficou longe da cidade,
Era difícil pra acessar.
A estação era bonita,
Valia a pena preservar.
Tinha um curral de trilho
Para o gado embarcar.
Muita gente trabalhou lá:
Abelardo, Antenor, Valtinho.
Recebia muita mercadoria
E tinha produto pra exportar.
De Urandi levava minério,
Mamona, ovo e frango.
Trazia cimento, sal e grãos.
O misto lotava de candango.
O trem de passageiro
Fez história no nosso lugar.
Começou com maria fumaça,
Depois veio o misto até acabar.
Ele descia pra Minas na sexta,
Dia de sábado ele retornava.
Vendia muita coisa no trem
Porque a parada demorava.
Era um transporte barato,
Favorecia muito a pobreza.
Fernando Henrique acabou,
Dando adeus essa riqueza.
A CIDADE DOS GARIMPEIROS
Quando fez a linha do trem,
Urandi cresceu tanto
com aumento da população,
que causava até espanto.
O famoso bairro DC-5
é homenagem ao Departamento.
Ele era uma outra cidade
com mais desenvolvimento.
Tinha as casas de turma,
também lagoa pra lazer,
as casas dos engenheiros
e até cinema pra ver.
O almoxarifado foi aproveitado
pra funcionar o Centro Educacional.
O antigo Ginásio de Urandi
é hoje o Colégio Estadual.
Tinha uma casa de bela arquitetura
que serviu depois de Casa Paroquial
e muitas casas viraram residências
nas proximidades do atual hospital.
Dá-me a visão da Cidade Eterna. Que eu possa manter meus olhos fixos nela até que, enfim, eu vá estar Contigo e com aqueles que eu tenho amado há muito tempo e perdi por um pouco. John Wesley - Carta para Sra. Miss Bolton
PARA TODOS E TUDO, PÃO E CIRCO ("O circo está na cidade, mas o pão amargo impede a risada." -- Igor Oliveira Ferreira)
Uma aluna do 7º ano perguntou-me se sou formado mesmo! Só podia está orientada! A maioria deles não se importa com isso. Então, suspeito de um colega "pseudointelectual" sentindo-se ameaçado por minha "caipiraneidade" e com melhor projeção social que ele. Porém, não continuará anônimo, pois se valeu dos "pseudoingênuos", entregadores de qualquer um por um simples presentinho. Ela usará esse segredo, também, em desfavor dele, atitude de suposto amigo. Agora, medindo-me com os objetivos da escola, admito, sim, ser muito ruim mesmo e já conto com 60 anos de experiência perdida! E os meus 30, trabalhados na educação, não servem para aposentadoria, a burocracia precisa se vingar! Em todos esses anos, nunca presenciei a viabilização integral de uma sugestão minha em uma reunião de trabalhos escolares. Por isso, digo: A escola é um espaço hostil. Os alunos perguntam-me todos os dias: — por que o senhor veio hoje? Na sala dos professores, os colegas ficam torcendo pela falta de um, todos querendo sair mais cedo. Se um de nós Adoecer ou morrer não importa, outros vão ter folga. A unidade escolar deveria ser o lugar mais aconchegante da terra por ser um ambiente de educação! Na verdade o é; mas, aliás, só para aqueles que foram expulsos de outra unidade escolar: acolhidos incondicionalmente, com o pão e o circo. (CiFA
Sem Documento
O poeta passeia na cidade
sem lenço, documento, pente ou meia,
levando só, debaixo das melenas,
pensamentos, idéias e poemas.
Como podem os homens do sistema
compreender um poeta que percorre
a selva de automóveis e neuroses,
conversando com fadas e duendes,
colhendo flores no cimento armado,
ao sol da tarde que cansado morre ?
Como podem os homens do dinheiro
compreender um poeta que carrega,
na mochila esmaecida e já sem cor,
uma esperança do amanhã de paz,
a antevéspera de um mundo melhor ?
Como podem os homens da polícia,
de farda, cassetete, autoridade
- os donos da Moral e da Verdade-
compreender um poeta vagabundo,
que distraído vai chutando o mundo
e brincando de ciranda com o vento?
A ordem política dos esdrúxulos eleitos da cidade.
É notório que as necessidades da sociedade são reais e que devem ser tomadas providências inovadoras para que haja, oportunidades através da educação e formação, da melhoria do emprego, da renda para as pessoas e suas famílias, mas o que assistimos é a prática escandalosa, da política do toma-lá-da-cá.
Não é visto por parte de nenhum dos órgãos públicos de governo, um projeto que eleve as condições dos municípios.
Assistimos um marasmo...
Políticos com sua política do mais do mesmo, fazem da cidade, um eterno bolsão de associações com fins lucrativos e eleitorais, alimentando seus acessores que em troca da facilidade do toma-lá-da-cá.
Prof. Hélio Ramos
Não é denegrindo a nossa cidade e o nosso país que vamos consertar os problemas de dezenas ou centenas de anos.
Você não fica expondo seus próprios defeitos e problemas publicamente. Você os conhece e tenta corrigir.
Ou não.
Todos os problemas da cidade são iguais do que a maioria das demais do Brasil
A flor doméstica perfuma a cidade, a flor silvestre os campos do sertão, a nossa amizade é a flor que perfuma o nosso coração.
Flor nasceu; no capim do sertão e no Jardim da cidade, no seu coração pra mim nasceu, a flor da sua amizade.
"A cidade é tão podre, sinto o cheiro dos bueiros, dos conflitos, da gasolina no ar e tudo mais. Mas dentro do caos que observo, a desordem reina suprema, com uma beleza que vassala até uma deusa"
Letras desbarrancadas
de muito cansaço
de tanto se queixar
as margens da BR-470
na cidade de Gaspar,
aqui em Santa Catarina,
somos vozes isoladas
de um vício antigo
que não é só brasileiro
e está espalhado por
toda a América Latina,
Nesta estrada federal
onde há espécies
raras de árvores que
o Homem se sente
autorizado a derrubar
do Pau-Brasil
ao Jequitibá-Rosa,
Nada escapa do radar
desta gente ambiciosa
que insistem o país
da gente descaracterizar;
Letras muito cansadas
de gritar pela vida,
pela liberdade
de consciência
e pelos nossos
povos originários,
nós latino-americanos
estamos sufocados
vencendo barreiras
para no futuro
a memória
em todas as escalas
não ser desaparecida,
No meio dos Mapuches
que ainda esperam
pela justiça lenta,
as minhas letras
estou no meio da tropa
que o fel da rotina arde
mais do que gás pimenta
neste mês de março
que a prisão injusta
que o General está,
e a fé de todos experimenta.