Mudar de Cidade
O homem do campo tem como meta do amanhã ser melhor que o hoje; o homem da cidade tem como meta do hoje ser melhor que o ontem.
[…]veja as árvores da minha cidade
estão floridas, coloridas, é primavera
em cada avenida ela, - sua majestade
a árvore, singela, como ela é bela!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
outubro, 2020 - Triângulo Mineiro
Eu, tu e mar
Tu, eu e cidade
Eu, tu e paz
Tu, eu e guerra
Eu, tu e fé
Tu, eu e separação
Eu, tu e amor
Tu, eu e desencontro
Eu e tu
Tu, eu
Digo de forma geral, mas também me refiro ao cidadão da pequena cidade, onde somos vizinhos da mesma realidade, sendo amigos, mas que em tempos de política selvagem, agem como se nunca tiveram alguma amizade, é triste esta realidade, pois faz parte da falta de educação e da intelectualidade...
Luzes e cores, a iluminar o céu dessa cidade. Mas por aqui um vazio a me consumir e me leva sobre essas nuvens carregadas de pensamento e lembranças, prestes a cair uma tempestade de lagrimas de saudades, que certamente me inundaria de tamanha saudade que estou de você. Por onde anda você.
Era uma noite de sexta feira. Eu morava em outra cidade para estudar, era aproximadamente 100 Km de distância da minha cidade natal, onde ele mora. Tinha uma semana que eu havia entrado na faculdade, eu ficava lá no meio da semana e no final de semana eu voltava para minha cidade, era a segunda vez que eu voltava. Eu até lembro que não tinha roupa pra sair, então eu passei no shopping antes de ir pra rodoviária e comprei um short pra usar.
A gente marcou por volta das nove horas numa praça perto da minha casa. Eu cheguei primeiro e fiquei esperando-o chegar. Nós sentamos e conversamos um pouco, eu estava muito tímida, comemos numa lanchonete perto dessa praça e ele disse depois que tinha que ir para um churrasco de um amigo. Naquela época eu não importei, mas se fosse hoje eu teria importado. Eu não o conhecia bem, não sabia no que ia dar, por isso nem me importei.
Hoje estamos juntos há mais de um ano, eu me pergunto em qual momento do nosso relacionamento eu perdi quem eu era. Em qual momento eu comecei a depender emocionalmente dele. Eu era uma pessoa despegada, eu gostava de ficar sozinha, e não queria controlar a vida de ninguém. Hoje eu sou alguém muito diferente, em muitos aspectos eu cresci muito, mas nesse eu apenas regredi.
As vezes a gente precisa ver que nós nunca poderemos controlar a vida de ninguém. Muitas coisas aconteceram para que eu me tornasse uma pessoa desconfiada, mas muitas das vezes ele não me da motivo pra ser assim. Eu desconto os meus sentimentos ou melhor meus ressentimentos em alguém que não merece.
Quando eu comecei a namorar, eu afastei de quase todos meus amigos, eu mal tenho alguém pra conversar e tem coisas que ele simplesmente não vai entender, tem coisas que é melhor não falar, eu me sinto muito sozinha. Eu queria descobrir uma luz, um motivo, ou simplesmente deixar ele ir, se ele me ama realmente ele vai voltar.
Quando eu tento conversar com ele parece que eu faço tudo errado, parece que ele não gosta de nada do que eu faço, eu não tiro minha culpa, mas eu queria que ele tivesse mais paciência comigo. Eu tenho muito medo de me machucar, não porque eu não confio nele, mas eu amo ele demais e se acontecer alguma coisa eu não sei como eu posso reagir, se algum dia eu vou conseguir me perdoar, eu tenho medo do que pode acontecer. E, a gente nunca sabe realmente o que passa dentro da cabeça de alguém. Eu sou uma pessoa complicada, o meu jeito cansa, eu tenho medo dele se cansar. Quando eu o achei, eu me perdi. Mas crescer é necessário. Eu tinha tanta certeza de tudo, só um relacionamento é capaz de fazer você questionar tudo que você pensou durante a sua vida inteira. Eu me abri, eu me quebrei, eu me reconstruí, mas eu ainda estou confusa. Eu não queria me importar, eu não queria essa insegurança.
Infelizmente chega um momento na nossa vida que precisamos encarar de frente todas nossas escolhas e todas as nossas falhas, e perceber quem verdadeiramente somos e porque agimos diferentes. Eu não sou assim, essa não sou eu, eu admito. Eu prometo parar de te importunar, eu prometo parar de desconfiar, eu prometo esquecer minhas inseguranças. Se der errado, eu vou encarar minhas escolhas, minhas ações, crescer e me refazer com elas. Me desculpa pelas vezes que eu te magoei, foi tudo sincero, mesmo que você não entenda isso.
Há um ano e dois meses atrás nós começamos a conversar e nos conhecer. Se eu pudesse me ver hoje, eu não tenho certeza que eu teria feito as mesmas escolhas que eu fiz, sinceramente eu não sei se estaríamos juntos hoje. O fato é que estamos e tudo na vida tem seu preço. Foi uma experiencia maravilhosa, a melhor da minha vida, mas teve seus problemas. Eu o amo muito e tenho certeza que quero ficar junto dele, mas primeiro eu preciso me encontrar.
Numa manhã de segunda-feira, Nasrudin chegou na cidade pela rua do mercado central montado em um burro, o qual ele teve dificuldades de encontrar local para amarar, pois, as duas margens da rua estavam cheias de animais deixados pelos comerciantes locais.
Nasrudin, entra num dos mercados e chega ao comerciante rico e diz: eu não consigo entender como vocês querem que chegue a freguesia, se vocês deixam as ruas sem quase espaço para nós fregueses deixarmos nossos animais, também?
O comerciante rico diz: essa é a nossa estratégia para que a freguesia compita entre si pelos lugares ainda vagos, para que façam as compras rapidamente, pois, a maioria das pessoas dão mais valor naquilo em que mais esforço necessitam colocar.
Na terça-feira bem de manhã, Nasrudin chegou com uma tropa de burros, ocupando as vagas dos comerciantes locais. ( Arcélio Alberto Preissler )
E aí?
E aí eu aqui nesta cidade
Cativo da liberdade
Sem legitimidade
Sem ninguém
Num horizonte além
Nos caminhos sem rumo
Desatando o prumo
Tentando o resumo
Do sumo que escorre na face
Há se ele falasse
Se ele chorasse
Eu também quereria chorar
Desapegar pra parar de sufocar
Me alegrar com o muito do pouco
O pouco do muito do eu louco
E eu aqui nesta cidade
Já com cumplicidade
Da secura do amanhecer
É o craquelado do entardecer
Que dorme e acorda
Acorda, dorme e borda
Cada fio da saudade
Aqui nesta cidade
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10 de outubro, 22'48", 2015
Cerrado goiano
Aaaah, nem te contei, hoje achei sem querer peônias, estava numa cidade próxima de onde moro. Hoje dia.dos namorados né, tinha flores por todo lado, andando e observando as almas avistei um casal se olhando de um jeito que faz provar o amor, se aproximei e vi, peônias lindas gigantes, fiz algumas perguntas e eles disseram que eles mesmos cultivaram, lindas, perfeitas e raras assim como você, tirei algumas fotos, um dia lá pra frente quem sabe eu te mostre pessoalmente.
O sertão da cidade de São Paulo está no frio/calor do concreto triste, suas vidas miseráveis que com as sobras vivem. A miséria, em qualquer canto, é o diagnóstico de uma sociedade que possui patologia moral.
O capital, na capital
É tanta especulação imobiliária na cidade fechada, que sinto no ar o vento frio da esperança, sem vírus e na quebradeira.
Preferi, na falta de opção com nova guerra na faixa de Gaza, lembrar da Revolução Francesa.
Na padaria de nome francês, onde não se tem pão jacó, mas tem francês,observei um bom pão crocante e até aquele brioche de Maria Antonieta, a rainha que mandava comer na falta do outro, mas só sobrou sua cabeça na sesta da guilhotina na praça da Bastilha.Tudo árabe fechado, mas tem Jacó que não havia na francesa, mas que no centro tem dança do ventre,não por causa da guerra de Beirute e nem pela guerra em Beirute,porém existe uma porta que só atende delivírus.
O campo
A adaptação humana para ser gregário em uma cidade e sofrer segregação no campo. Se está na roça quer cidade e sequer tem dores, se quer cidade tem dores e sequer quer roça!
Avisa em Tóquio que eu cheguei
A cidade grande é o meu lugar
Da vida na roça eu cansei
Saori-chan, se prepara que eu vou te visitar
Centro da Cidade
Caminham sérios como penitentes de batina,
Que tipo de grito espalha toda minha gente?
O mesmo do pedinte solitário seguindo sua sina?
Ou o choro lancinante de qualquer indigente?
Há um grande espaço vazio entre cada esquina,
Que se povoa de pedaços de ilusão ingenuamente,
Num doce olhar grisalho ou no sorriso da menina,
Que se aperta no trem lotado sofregamente.
Então, fatigada e inerme a cidade sua...
Passam-se as horas, o tempo, a vida e até a rua
Cujo nome se perdeu na ladeira da memória.
Prédios, sonhos, monumentos... tudo é história.
Quando o velho farol da praça se abre de repente,
Automóveis, motos, almas partem velozmente.
H Patria
1984 Janeiro.
Terça feira a noite
Terça feira a noite
A chuva toma conta da cidade
Terça feira a noite
Uma poça de tinta enorme em minha mesa
Terça feira a noite
Eu queria ter palavras pra te descrever
Mas, por que?
Por que doi tanto pensar em você
Terça feira a noite
Você é tão dolorosa que me faz chorar
Mas por que?
É sua culpa,
Terça feira a noite
Por que chove tanto?
Como será que XXXX esta?
XXXX não ta bem, e a culpa é minha
Terça feira a noite
Como você é dolorosa, pare de me fazer pensar em XXXX
Terça feira a noite
Você é apenas um dia simples, mas por que doi?
Terça feira a noite
I W T K M S ? ? ?
Sei que já é tarde, rodei a cidade
Mas você insiste em se esconder
Responde essa mensagem
Isso é maldade
Quero ficar com você
O luar é ofuscado pelas luzes da cidade
Os cabelos balançam-se com o vento
Todos dançam com extrema virtuosidade
Toque no meio peito, pode ouvir o batimento?
Os lábios se misturam com o vinho
E a música preenche o nosso ser
Não há quem se sinta sozinho
Quando o céu estrelado está a descer
Seus olhos são como uma pintura
Sua voz como uma canção
Seu corpo é como uma escultura
E seu sorriso me traz uma estranha sensação
Esteja comigo até o amanhecer
Acompanhe todos os meus passos sem questionar
Deixe a mente espairecer
E vamos nos apaixonar
Hoje a cidade de São Paulo está fria e molhada.
Há muita gente nas ruas.
Gente que não tem nada.
Há prédios inteiros desocupados.
Há gente usando máscara.
Há povos desesperados.
Enquanto isso, na ciranda, há um grande reboliço...
Estão todos se perguntando: O que Felipe Neto diria disso?!
Nesta cidade velha, eu saio na rua e posso ver nossos jovens fantasmas dançando sob a luzes fracas dos postes, como se tivéssemos todo o tempo desse mundo.
Nós tínhamos.
Achamos por um momento que o amor era a melhor sensação do mundo.
Pensamos que a paixão que queimava dentro de nós era a vida.
Mas foi só por um instante.
Quando o sol apareceu não acreditávamos mais nessa paixão ardente.
Estúpidos. Éramos jovens demais para saber que tínhamos tudo.
E só depois de uma vida inteira que
percebemos que o amor era de fato a melhor sensação do mundo.
Que era a única coisa nessa existência vazia que realmente valia a pena.
Mas agora é tarde.
Você partiu e restou apenas nossos jovens fantasmas apaixonados, dançando em uma noite de verão, em um looping infinito.
Espero que em outra realidade não cometamos os mesmos erros.
E que na próxima vida sejamos mais do que dois estúpidos jovens.