Mudar de Cidade
FELIZ ANIVERSÁRIO SÃO PAULO - 466 ANOS
CIDADE TRABALHO
São Paulo, desde a década de 60, é a cidade mais rica
e poderosa do país.
Sozinha produz 10% de toda riqueza do Brasil.
O pequeno vilarejo fundado por jesuítas, tornou-se
a potência que hoje é.
Terra de diferenças absurdas, guarda dentro de si,
imigrantes de todo mundo, tendo cada um deles o seu
bairro de referência.
Terra do futuro, todos os seus números são astronômicos.
Sua produção, seu povo, suas indústrias, o seu sentido de
humanismo é diferente, ela abriga e acolhe, mas muitos
encontram nela a pobreza, a fome, o desespero.
Com todas as qualidades e diferenças, ainda é o lugar onde
os sonhos são possíveis.
Terra de bandeirantes, povo que nada teme, e tenta vencer,
não se incomodando se o serviço for de manhã, de tarde,
a noite ou de madrugada.
Quem aqui vive tem no trabalho a sua principal virtude.
Às noites, a cidade pulsa.
Tudo nela é grande, tudo nela não é fácil, tudo nela não se
explica.
E quem nela vive, ganha, sofre, mas fica.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista - RJ
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Uma semana
Eu voltei. Voltei para minha cidade, para minha casa, para minha ansiedade, para meus medos e para minha rotina.
Por uma semana consegui não sentir dores de cabeça, não chorei, não tive crises de pânico. E nessa semana também conheci você.
Por uma semana tive ideias e incentivos que nunca imaginei ter na vida.
Por uma semana não me preocupei se recebia tal mensagem, se tinha algum problema no meu trabalho, não me senti culpada por nada.
Eu estou de volta para tudo o que me aflige. Não consigo parar de pensar que queria você ao meu lado. Me sinto sozinha a maior parte do tempo. Nessa cidade tão grande e cheia de pessoas, me sinto sozinha. E isso não aconteceu nessa semana.
Queria que essa semana durasse para sempre.
Queria que a gente durasse para sempre.
A Escadaria e o Tabuleiro da Baiana.
O Tabuleiro da Baiana é um marco na cidade de Urucará, junto com a Escadaria, foi construído nos anos 40 ou 50 e desde de lá, se tornou um ponto de referência da cidade. No passado era o Porto onde os barcos atracavam, principalmente os de linha, que traziam cargas e passageiros. No dia da chegada, formava-se uma multidão para receber quem chegava, cartas e encomendas dos parentes que se encontravam distantes, muitas crianças ficavam a espera do Barco de Linha, que por um tempo, foi proibido pelo juiz, a presença dessas crianças na Escadaria. Nas nossas viagens para Manaus para estudar e no retorno das férias, era onde o Barco de Linha encostava. Eu, gostava de tomar banho na Escadaria do Tabuleiro da Baiana.
Por muitos e muitos anos, também serviu como ponto de encontro de amigos, em colocar as conversas em dias e saber das novidades da cidade.
Era aprazível, divertido e feliz, muitas histórias, causos e contos se ouvia, principalmente das lendas da nossa Amazônia, como: do Boto, da Anaconda e da Onça.
De vez em quando, saía um cafezinho para despertar o sono. O que não faltava era uma boa piada, que alegrava todos os presentes. Muitos já estão na morada eterna e nos deixaram muitas e muitas saudades.
A Escaria e o Tabuleiro da Baiana, não estão mais tanto em evidência. Devido a demanda e a dificuldade do desembarque, foi construído outro Porto, que recebe os Barcos que chegam em Urucará, mas nunca deixou de servir, alguns Barcos ainda atracam na Escadaria.
Sempre quando vou a Urucará, gosto de ir a Escaria e ao Tabuleiro da Baiana, matar a saudade, relembrando os momentos felizes vividos. Tenho encontrado sempre o amigo Cleonir, vendendo seu salgadinho.
A Escadaria e o Tabuleiro da Baiana, está precisando de inovação e mais adereço, para que seja mais visitado, pelo povo que chega em Urucará e assim manter a viva chama do local, que sempre foi o maior ponto de referência da Cidade de Urucará.
José Gomes Paes
Escritor, compositor e poeta de Urucará.
Membro da Abeppa - Cadeira
Membro da Alcama - Cadeira 23 - Acadêmico Fundador.
Não medimos uma cidade pelo seu comprimento e largura, mas pelo tamanho dos sonhos daqueles que vivem nela. Araruama é a cidade dos meus sonhos, onde cresci e deposito minhas forças e esperança para vê-la realizando o sonho de cada um de nós.
Uma seiva de cinza
A cidade cinza não atrapalhava ver o brilho de cada olhar morto, aliás, tudo era tão fúnebre, quanto o sorriso de uma criança. Crianças, elas normalmente são felizes, ou deveriam ser, talvez seja por que elas não saibam que vão crescer, que terão que pagar contas e gastar o dinheiro pra se alimentar, talvez elas não saibam que vão passar 08:00, 12:00 horas trabalhando, é elas não sabem.
A inocência então é a fórmula da felicidade? Ou será a ignorância? Se for a ignorância, porque será que "conhecimento não ocupa espaço"?
Cair na ignorância ou voltar a ser inocente é algo que não sei se me deixaria feliz, me alimentei tanto de conhecimento, de corpos de línguas e seus sucos, bocas e suas palavras.
Não quero deixar de comer, nem de me embriagar de cada ser que eu poder tocar. Enveredo-me em um labirinto de corpos e mentes que eu sugo até o último sumo, até a última gota, engordando assim minha "feliz" solidão, vivendo assim a minha feliZcidade.
A'Kawaza
#Uns #partem...
Outros ficam...
Na cidade dos sonhos...
De um mundo perdido...
Estrela do Norte...
Anuncia uma madrugada fria...
Uma névoa tênue e esvaecida...
A irmã do sonho no céu brilha...
E os violões choram...
Tristes sem na verdade o ser...
Casarões antigos abrigam...
Histórias e amores antigos...
E o destino forte...
Junto aos menestréis...
Faz tudo reviver...
As pedras azuis...
Sem saber isso eu o porquê ...
Entre si comentam...
Sou aquela que por mim passam e ninguém vê…
E na visão do poeta que sonhou...
Que veio ao mundo para isso ver...
Junto a elas chora...
Pelo amor que nunca encontrou...
Sandro Paschoal Nogueira
— em Rodoviária de Conservatória.
Para abraçar o Sol
E fechar os olhos
Para falar de amor
Deitar em seu colo
Vim de outra cidade
Eu sou da estrada, sou rosa
Eu sou o rio...
Eu sou a cidade...
Eu sou a natureza
Eu sou a vida
... 2020
Eu sou o rio...
Eu sou o esquecido
Eu sou o poluido
Eu sou isso...
São Salvador
Na cidade de São Salvador
A primavera está em pleno andamento.
E a velocidade não está diminuindo
Corre, privando um sono repousante
Novo: corajoso e travesso!
Na cidade de São Salvador são flores perfumadas
Estou confuso com a beleza dela
As regras da felicidade são simples e engraçadas
Olha para cima, o que é que se vê? Vê o elevador lacerda
Cartão postal da cidade
Que vive a subir e a descer
Na cidade de São Salvador
As pessoas se importam com tu
Na praia do farol da Barra ou de São Tomé
A baiana de coração ofertará acarajé
Aconteceu comigo na praia de Itapuã
Chegue para cá meu nego, hoje é dia de Iansã
Grandes batalhas da vida é necessário para caminhar
A baiana me contou quando eu estava triste e comecei a chorar
O que ela me dissera sobre meu dia
Não culpo ninguém por nada, me perdoo por errar.
CRÔNICA PARA BRASÍLIA
Brasília, cidade das belas formas, de sons e encantos diversos.
Não és a mais bonita, nem a mais importante por conta do congresso.
És bela sim, de forma arquiteta, como ninfa de apolo, de flores de concreto.
Teu lago doce e puro, sob um céu azul discreto. Tens a Água Mineral e um parque a céu aberto.
Brasília das cantigas, de bois de Teodoro, de tantos sons herméticos, do reggae de Renato Matos, ao jazz de Renato Vasconcelos.
Do samba ainda menino, do Rock do Porão aos blocos do asfalto. Brasília da política, dos donos do planalto, das CPIS, das pizzas, dos sábios Collors e tolos Jéfersons. É tua vocação, vencer as turbulências, cortar na própria carne os males-desafetos.
Assim serás madura, à custa dos teus braços. Quem vem da ditadura, por certo sabe bem, que a um povo pacífico a liberdade sempre vem. Diretas de Tancredo, o povo no poder, o teu dever de casa honraste ao fazer.
Contudo não é cedo pra quem sabe sonhar, quem sabe um filho teu irá governar.
Será de sobradinho, Ceilândia ou do Guará? Por certo um candango, virá da tua madre, dará exemplo ao mundo e ao resto da cidade, que espera do teu cerne um bem pra ser feliz.
Brasília da savana, do fogo no verão, Brasília dos pedestres que acenam com a mão, ao bom desconhecido que pára em prontidão.
Brasília mar sem praia, das noites no pontão. Um caminhar no parque, à torre, a diversão; lazer do homem simples, espaço aberto à mão.
Ao jovem vista plana, um salto à direção. Brasília mulher jovem, senhora da razão. Aqui tudo é perfeito aos olhos do cristão. Falar de ti enfuna qualquer poeta vão.
Evan do Carmo
há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
Se a cidade falar que me viu sofrendo, é mentira
Não acredita
Se o povo falou que me viu chorando, mentiu
É fake news
VIDA VIVA!
Na cidade é bom viver
tem shopping pra diversão
tem trabalho é só querer
o que não falta é opção
mas nada dá mais prazer
do que um belo amanhecer
nas alvoradas do sertão.
Sou do campo _ da cidade
Sou do rústico _ da vaidade
De dia vejo caminhos
De noite vejo luar
Ali... Vaga _ lumes
Borboletas acolá.
Posso não ser flor de jardim
A vida me fez assim
Cacto cheio de espinho
Me reencontrarei um dia...
Andando pelo caminho.
Elane Chaves
O coração não é como uma cidade turística que você pode passear, se divertir e depois ir embora. O coração é terra onde se cria raízes, é lugar pra fazer morada.
Surgi a escuridão sobre a cidade a chuva cai sobre a humanidade...
Tempos obscuros sobe a virtude da humanidade...
O tempo revela se em fúria aos atoa de tristeza do homem que polui a terra...
Ao mesmo esgota a vida pelo seu bem estar...
Afrontando os limites da vida...
Inesperado o desespero a vida pede socorro...
Em meados de fronteiras a vida que despertar se despede num simbólico desejo de viver.
Tão pouco ao pó de estrelas se deu o que existiu...
De fato o amor morreu nos braços do destino...
Embaralhado num trago de fumaça e gole de água suja...
Porque destrói o que é a vida (...)
Pois deixa um sonho para eternidade...
Deflorado as centelhas divinas morrem em vão na decepção.
Desastre biológico não há necessidade.,.
Disso que fazes só dará glórias a própria destruição.
Observo o céu da minha cidade e começo a perceber todas as conexões que o universo faz, como se as galáxias de alguma forma estivessem conectadas. Sinto que minha consciência vai e volta, acho que estou fora de sincronia, como se estivesse em outro mundo, outra realidade. Estou sozinho, e me sinto bem, mas de repente, surge a minha volta uma sensação estranha, de decepção, de tristeza eu tento não sucumbir a ela, mas não consigo, é mais forte que eu, parece inevitável e dolorido, como apagar uma brasa com a mão. É o mesmo sentimento que tenho ao tentar não me apegar as pessoas, porque elas sempre vão embora e eu fico sozinho. Estou em um ônibus, com uma amiga ao meu lado, eu quase beijo ela, mas algo, alguma coisa, impede isso, não sei exatamente o que, eu saio de lá, entro em outro ônibus e vou embora, ao que parece dessa vez sou eu quem vai embora. Domingo nasce, e com ele vem a sensação de perda. Esse sonho foi um dos mais simples.