Mudar de Cidade
De que me adianta viver na cidade se a felicidade não me acompanhar? Adeus 'recifence' do meu coração, lá pro meu sertão eu quero voltar...
Meu amor esta lá fora
E dentro de mim
Sua respiração sentida
A cada passo nesta Cidade
De tão pequena por procura
A cada canto de encontro
Uma deixa de detalhes do meu amor
Assim se agiganta esta fascinação
Mesmo sem procurar por pistas
Apenas um perfume e tudo
Desencadeia em alucinações de procuras
Tudo diferente fica tão igual
A confundir e muito a cada passo
Ruas intermináveis ao atravessar
A tantas cobranças de caçada
Uma imagem fixa
Cada detalhe do ontem
Embaralham tanto o presente
A ponto de fundir
Presente, passado e futuro
No fragmento do agora...
Encontros e desencontros
Eu vejo as pessoas indo e vindo nos terminais da cidade, vejo sonhos e planos, eu vejo garotas e garotos, vejo o amor, ah o amor
vejo rencontros e desencontros, vejo tristeza e dor, o amor, ah o amor
reencontro amigos alimento a minha saudade, a triste história do amor, triste, ah o amor, amor
pessoas entram e saem, pessoas chegam e vão, e eu continuo sentada, e eu continuo sentada, ah o amor, amor
dizem que amar e uma dor, mais amor eu continuo esperando, alimentando a saudade, alimentando, alimentando o amor, alimentando, me alimentando de você, me alimentando de dor, ah o amor
esperando por você, a solidão, oh a malvada solidão, o amor, ah o amor, amor...
Sinto nojo. Dessa casa, dessa vida, dessas roupas,da minha cara, dessa cidade, dessa rua, desse coração quase parando, dessa felicidade alheia (muitas vezes falsa e movida por lixo mundano), desse corpo, dessa coleção de corações partidos, desses livros velhos, da garrafa de café em cima da mesa. Sinto nojo. Dessas pessoas ao meu lado, essas feias, desse seu jeito burro de ser. Sinto nojo do modo como eu te amo muito e não amo a mais ninguém, mas sinto um nojo bom, um nojo limpo, um nojo, nojo!
Cidade Maravilhosa
Rio do bonde pão de açúcar
Rio do samba e do tambor
Rio das praias Rio da serra
das histórias de amor
do piscinão de Ramos
Rio do Arpuador
Rio da Barra da Tijuca
Rio da rua do ouvidor
Rio do Maracanã
Rio da Beija Flor
dos fogos de copacabana
Rio que supera a dor
Da Rocinha da Mulata
da ilha do Governador
Do Vasco do Flamengo
do Fogão do Tricolor
da garota de Ipanema
do carioca da gema
Rio do Cristo Redentor.
A cidade não para, não ama, não chora...quando molha é da chuva. A cidade não desliga, não dorme, não descansa. A cidade some, engole e cospe. A cidade te engana. A cidade é grande, a cidade tem luzes, a cidade tem escuro. Tem solidão, tem multidão. A cidade muda a todo instante, ela não tem tempo, ela não te espera, ela sempre acelera. A cidade é gigante, terra dos bons, dos maus, dos pequenos, fracos, fortes. A cidade te abriga, mas nem sempre te fortalece, conforta. A cidade é fria, nem sempre quente. Na cidade tem prédios, casas e poucas árvores. Na cidade tem postes, de luz e energia e como frutas ou flores são os fios e lâmpadas. Na cidade não tem borboletas, tem barata. A cidade nem sempre é limpa. Ela é poluida. Tem desenhos nas paredes, tuneis, viadutos. São desenhos coloridos, são revoltas contra o governo. Na cidade existe trânsito, existe solidão em cada carro, existe cada rádio. Na cidade tem muita informação, propaga produção. A cidade nunca para.
B.
O sol nasce na cidade, na praia...entre vales e montanhas...em cima do meu e do seu telhado com sua luz, seu calor aquece sem distinção, é a prova de conceito sem pre-conceito, é esse amor incondicional...os pássaros louvam e agradecem com cantos e revoadas...as plantas exibem-se de sorriso florescendo com cores e paridos de frutos...o sentimento é de tudo curvar-se diante de sua majestade, "o sol!!!"...por mais que pareça impossível, existem pessoas com esse dom...essa luz...seres humanos inigualáveis...simplesmente incomparáveis, que contagiam com encanto, magia, sedução, graça e luz, pessoas iluminadas...você é exatamente assim!
- Sabe, não sei andar pela cidade, mas sei traçar todo o caminho que me leva até a casa dele. Não sei andar pela minha casa, mas sei vagar pela casa dele no escuro. O que eu tenho doutor?
- Um GPS e uma Lanterna. É o que você não tem.
Revolta
Terra de Deus
Cidade dos poetas ocultos,
das injustiças, calunias
e das desinformações
Sonho em tiver independente
Descaso, exploração, migalhas
Por que esta realidade imposta?
Isto não mim agrada canalhas!
As noites são encantadas
Pacata quando é necessário
Onde o justo não tem salários
Futuro de um bon vivant
Sonhar é perigoso demais
Esta ela tua realidade Ibitupã.
CLÉSIO COELHO CUNHA – CANTO REAL DUM JUIZ
Um certo dia, um raio cruzou a “Cidade Esperança,”
Levando uma tarja d’ouro quão reluzente!
Nascia o menino n’Alto Turi sem tardança,
Da pátria de Zé Doca se fez diligente,
Levantou balizas n’ alegria familiar,
Confiou as lições com a mãe sem abreviar,
Erigiu-se n’alma dum homem corajoso,
Abriu os doces sonhos com arco ditoso,
Do Maranhão improvisou a sua nobre canção,
Altivo Juiz que o povo quer: é talentoso,
Um julgador cordial e tem bom coração.
Foi na cidade de Zé Doca com bonança,
Onde Vicente e Isabel erguera’ o Progresso,
Labutas com ardor fizeram a mudança,
N’anfiteatro da Grécia foi um grande sucesso,
Da pecuária e educação saiu o homenageado,
De Promotor ao cargo de Juiz é confiado,
No baluarte da magistratura ’o Poder,
É reto nas decisões e faz ’contecer,
No judiciário maranhense em cada ação,
É ele: Fruto imparcial dos deuses comprazer,
Um julgador cordial e tem bom coração.
Tão radiante tem a luz do sol na confiança,
E por ser um árbitro virtuoso e excelente,
Leva no cerne a modéstia numa balança,
Duma nascente majestosa é competente,
Por onde passa com humildade faz brilhar,
Com carisma detém a força de ajudar,
Nem os ventos incautos chateiam: é atencioso,
Brioso nos costumes o que faz ser honroso,
E o chão Gonçalvino abraça com adoração,
A nobreza deste herói muito valioso,
Um julgador cordial e tem bom coração.
E nesta aptidão de senso crítico é aliança,
Compassivo na cátedra é benevolente,
Agita-se em favor do fraco com mestrança,
Ato humanístico que realça decente,
Num lampejar merecido para ofuscar,
E são sementes de afeto sem demonstrar,
Porém, todo mundo sabe quem é ele: airoso,
Alteia com riso democrático e rendoso,
Fala com todos e abre as portas com distinção,
Democrático por natureza é lustroso,
Um julgador cordial e tem bom coração.
E analisa contemplando o mund’em mudanças,
Das alçadas que leva a vida nesse expoente,
O Juiz Clésio Cunha atua com perseverança,
E na trilha do trimilênio é promovente,
Erguendo no ritmo diário faz laborar,
Com afeição os anseios dos humildes n’olhar,
É uma missão d’alma que enobrece e custoso,
Na margem jovial será sempre caloroso,
Induz na mais quieta e imutável atenção,
Produzindo ato de pura jurisdição,
Um julgador cordial e tem bom coração.
Ofertório
Faz jus a oblação do canto real primoroso,
Por ser um grande magistrado conceituoso,
Adição qu’enobrece nesta posição,
És tu Clésio! Operante da justiça atuoso,
Um julgador cordial e tem bom coração.
Continuo andando naquele carro velho
Que cruza com total insensatez a cidade
Vem da Liberdade e vai até o que ultimamente penso de liberdade
Aquela de poder sentir novos versos ebulindo
Em antigas Antígonas, segundo Mário, antigonas
Ou meu andar caricato e trágico
Carrego pesos como o Fausto, não o do Goethe, o daqui
Só que os meus não me dão velocidade
Como erros, meus pesos, não estão a serviço dos acertos
Lido com a dor sem domesticá-la
Apenas não sou por ela aniquilado
Pois primitivo me privo de ser íntimo de deuses e tebanos
Mas sem a ilusão é impossível atuar, como dizem
E não sou belo,
O trágico, também dizem, é alegre
Apenas caminho com essa solidão sem espelho
Em seu todo perfeita, plena, repleta de erros, pesos, e acertos
E sonho este desejo insano de completude
Molhado de sêmen e risco
Pela insônia das horas
Eu moro numa cidade chamada solidão
Aqui, tudo é vazio, sem cor, sem brilho.
Há pouco tempo, essa cidade estava habitada
Havia brilho, havia movimento.
Hoje, não passa de um local ermo, deserto, apagado, onde tudo é cinza.
O sol não aparece por completo.
Quando um raio tímido faz menção de aparecer, eis que surge uma nuvem enorme e carregada e tudo fica escuro novamente.
Nas ruas o que se vê são cicatrizes, imagens deturpadas da realidade.
O ar é carregado, pesado e difícil de ser absorvido.
As árvores e plantas estão secas e a chuva é constante.
O palhaço que ficava na praça alegrando a população, há muito tempo deixou de pintar seu rosto, pois não encontra motivos para sorrir, tudo apagou, tudo acabou.
A noite é sombria, as luzes não acendem mais, a lua não tem coragem de aparecer, e as estrelas nesse lugar, deixaram de existir. O que se ouve, de vez em quando, é o cricrilar dos grilos e asas dos morcegos que sobrevoam o país abandonado.
Assim, dessa forma, é que os dias passam na cidade da SOLIDÃO, meu atual endereço.
Todo o ser humano que vive na cidade e que não pertença a burguesia é colonizado mas dum modelo mais comteporâneo.
como se coleciona pôr do sol?
Vá em cada cidade, estado ou pais e procure o lugar mais lindo onde o sol se põe.
Fotografe,coloque o nome do lugar e eternize em algum lugar.
Na memoria a gente esquece a grandeza dos detalhes e os tons exatos das cores.
Por isso fotografe!
o que acontece com voce
quando o por-do-sol da cidade
vai embora e a lua chega
voce veste suas roupas
de seda branca
fica deitada, sonhando
com o teu principe
o que aconteceu com teu jardim
ele esta morrendo
nada mais cresce
voce não consegue ver isso ?
quem é o teu jardineiro
que tipo de sementes ele usa
deve te-las regado
com as tuas lagrimas
oh, adoravel menina
eu estou aqui
nos dois sabiamos
que isso iria acontecer
mas vc não me ouve
eu chamo o teu nome
bato a sua porta
ei, ei, adoravel menina
voce não quer ficar comigo ?
se ao menos vc pudesse me ouvir
nunca mais precisaria
rezar para chover
eu cuidaria do teu jardim
regaria as sementes
com as minhas lagrimas