Mudar de Cidade
Junho chegou
O ano esta na metade
La no interior
E até mesmo na cidade
Diz o povo com propriedade
Ano miou
Ano acabou
E isto é verdade.
Vivemos entremeados de recomeços. Mudamos de casa, de emprego, de cidade. Tem quem muda os amigos, o amor, os conceitos. Fazemos novas escolhas para juntar os pedaços, ou ajustar os ponteiros. Para respirar o ar menos poluído da hora do ‘rush’, e, também, mais leve de rancores. Há aqueles que mudam por necessidade, e, outros, por simples vontade.
Muitas vezes, mudamos do jeito que dá, e encaramos a nova morada ainda vazia. Faltam sofá, mesa e louça limpa. Faltam também certezas, mas levamos a coragem que carregamos no peito. Porque partimos em busca da felicidade.
No início, nos perdemos um pouco. É normal. Nem sempre a nova estrada é bem iluminada. Mas, mesmo ser saber direito como é o chão em que pisamos, sem pensar demais naquilo que nos impulsiona, seguimos em frente. É como retirar um pincel mágico de dentro do bolso e desenhar a luz que nos deslumbra pela vida.
Certa hora, um som de dar arrepios nos fez pensar em voltar atrás. É o barulho estridente da culpa, trazendo o peso carregado do medo de se arrepender. Pensamos nas pessoas que deixamos para trás, e na vida que um dia foi aquilo que sonhamos.
Lembramos que dizer adeus nos corta por dentro, e que as lágrimas nem sempre são suficientes para aliviar a dor. Tem dor que precisa doer até passar sozinha. Até compreendermos que para sermos felizes, infelizmente, algumas vezes decepcionamos alguém. E o contrário também ocorre, tem gente que nos magoa mesmo sem querer. Então, encontramos dentro de nós uma força invencível, e, com nossa gaita invisível, sopramos para longe a melancolia.
Damos risadas nas conversas à toa, ouvimos o barulho dos talheres novos ou velhos, mas diferentes. Sentimos o tique-taque mais calmo, mas atento. O mensageiro do vento nos traz boas novas: não há pressa para ser feliz, só não podemos perder nosso tempo.
Se percebermos que esse projeto não há como ser realizado, faremos novas escolhas. Se alguém que desejamos nos ignora, conheceremos novas pessoas. Nosso lema será não desitir de nós mesmos. Quem desiste, não aprende a sacodir o pó da canseira.
Conscientes de que, na vida, temos poucas certezas, aproveitamos a beleza da descoberta. Desembrulhamos nossas dúvidas e as deixamos livres para voar. Mesmo que a previsão do tempo seja imprevisível, se fará chuva ou sol, não importa. O que interessa é onde estamos, aqui e agora.
Só se acha quem se perde, e não adianta pegar atalhos. A felicidade é uma colcha de retalhos. Passado e futuro. Amor e dor. Alegria e tristeza. Todos se entrelaçam para dar forma e sentido às nossas pegadas. Caminhamos para onde quisermos, e levamos conosco a alma aquecida por essa colcha, dia após dia.
Olhamos para trás para seguirmos em frente. Saudade e esperança caminham juntas. É que já revolvemos nossos vulcões, encontramos algumas raposas e nos despedimos de nossas flores. Agora pegaremos carona com a nova migração de pássaros…
Voemos!
A terra flora! Felicidade!
Choveu na roça!Adeus cidade.
Eu vou-me embora. Eu já vou tarde!
Eu vou agora. Bateu saudade!
Minha cidade Natal
Natal, cidade de praias lindas,
de lindas mulheres desfilando pelas calçadas,
Provocando paixão aos homens com seus olhares.
Natal capital do sol brasileiro,
Festas de reis e do carnatal, de euforia sem igual,
Reunindo foliões por toda a madrugada de Natal.
Natal de belas praças,
Avenidas, viadutos e a Barreira do Inferno,
Temos o mais belo estádio, o Arena das Dunas.
Natal de grandes prédios,de arquitetura moderna
Bem armados em seu concreto,
De fachadas com arquitetura de causar inveja.
Natal, minha casa,
Longe dela sinto que o tempo passa,
Por desejá-la, gostaria que o passado voltasse.
— Aos 14, eu conheci a garota mais linda da minha cidade. Aos 15, nós tivemos uma briga terrível e não nos falamos por 1 ano. Aos 16, reencontrei ela em um supermercado, 5 minutos de conversa e eu me vi apaixonado. Aos 17, eu comecei a namorar com a garota mais bonita da cidade. Aos 22, eu fiquei noivo da mulher mais linda do país. Aos 25, eu estava casado com a mulher mais linda do mundo. Aos 27, eu tive um filho com a mulher mais madura que já conheci. Aos 29, eu tive uma filha, a filha mais linda da cidade. Aos 40, eu fiz 15 anos de casado com a mulher mais interessante do universo. Aos 50, eu percebi que nunca tinha tido olhos para outra, nesse mesmo ano, eu percebi que eu era um homem realizado. Aos 60, eu vi a mulher mais linda do mundo continuar sendo a mulher mais interessante do universo. Aos 76, eu senti falta dessa mulher, a mulher mais incrível do mundo, agora só existia em fotografias. Aos 78, eu senti que não tinha mais vida sem ela; nesse mesmo ano, eu me entreguei para viver a eternidade ao lado dela, seja lá onde fosse.
SÃO PAULO
Engraçado...
Uma cidade tão grande,
Com ruas tão ocupadas,
Rotinas tão recheadas,
E ainda assim existe
Muita gente se sentindo sozinha.
Existe tantas peças nesse quebra-cabeças,
Tanta gente pra se completar,
Tanta gente pra ser completada,
Tanta história de amor que nem existe
Mas que um dia pode ser contada.
Loirinha linda eu te encontrei por acaso,
Foi bem distante de mim em outra cidade,
Mas o destino fez com que eu te encontrasse,
E trouxesse para mim felicidade...
Sérgio o Cancioneiro.
Amo dias de chuva... Chuva que refresca a cidade, chuva que alegra a terra seca, chuva que faz as árvores dançarem e os mares se agitarem, faz alegrias daqueles que admiram a sua chegada, e também daqueles que se alegram com sua partida, chuva que me inspira, que me faz ser criativa, e que chova todos os dias da minha vida, pois se não for sede de água, é sede de viver a vida.
Nas Minhas Ruas
E nas ruas desertas da minha cidade
No silêncio rompido somente por alguns pássaros
Eu danço e pulo com a liberdade
E me contento com a felicidade pássara
Deixar voar, cantar
Nas ruas da minha cidade
A felicidade vem pra durar
Essa é a sua ambigüidade.
Não há idade nem necessidade
Não há mais paz,
Não nas ruas desta minha cidade
As pessoas acordaram, e essa é a realidade.
As ruas não são mais desertas,
E já não ouvimos mais os pássaros
As pessoas se acham espertas
Mas nunca conhecerão a minha felicidade pássara.
Imagine que você nasceu em uma família pobre, em uma cidade pobre, em um país pobre, e com 28 anos de idade, você tem tanto dinheiro que não consegue sequer contar. O que você faz? Você faz seus sonhos se tornarem realidade.
AQUI NA ROÇA
Tem moço da cidade cantarolando
As maravilhas de se viver na roça
Cavalgar pelos campos, nadar no rio
Fogueira, roda de viola e cachaça
Aqui tem tudo isso
Mas aqui também se acorda cedo para trabalhar
Cavalo, porco, cachorro, galinha, gado para alimentar
Lavoura pra plantar, cuidar, colher e vaca para ordenhar
Aqui fim de semana ou feriado não se pode parar
A vida na roça não é fazenda de novela
Peão de roupa limpa, mão sem calo e rosto sem suar
Aqui na roça o trabalho é pesado
Mas pra quem já está acostumado
Essa é a melhor vida, esse é o melhor lugar
Parabéns
Enfim viste eleito,
O prefeito
Da cidade do desproveito
Do estado do desrespeito
E no país do insatisfeito
João Pessoa.
Cidade verde e arborizada
onde o teu xaxado ecoa
dentre tantas tão amada
não conheço outra tão boa
de Parahyba à Filipéia
não tem um que faça ideia
o quanto eu amo João Pessoa.
A Cidade dos Gatos
Noite linda céu de estrela ascendente.
Memorias remotas ao longe vinha como
lembrança de um belo e singelo rosto.
“Então antes de pensar morra!” disse
alguém ao longe.
Trazido pelo ar o som daquela tenebrosa
voz, chegava até a mim pela janela.
Que nem sei aquém pertencia cujo um
pavor em mim eu sentia.
E se cabia a mim refletir sobre aquilo.
E as ruas escura e solitária, pôs a noite
tinha acabado de chegar a um certo
tempo.
Cada beco escuro era visto os olhos
brilhante de algum gato.
Parei para admirar tal gato preto que
por mim do meu lado passava, e ouvir
do outro lado: “A cidade a noite é deles”
disse um velho que por mim tinha
acabado de passar que eu nem mesmo
havia notado, só quando ele proferiu
a tal frase.
E a noite parecia ser dada de presente
para eles.
E num encontro de dois gatos numa
rua, parecia que um dizia para o outro:
“O que se passa?”
“Os gatos são os donos da noite”
disse a mim uma figura misteriosa
que por de trais de um capuz seu
rosto eu não podia ver.
“Que cidade mistérios e intrigante”
pensava eu.
Cidade na qual tinha acabado de
mim mudar naquela data de “01/11/1888.”
E numa andança pela cidade ao dia
notei que ao dia a eles também
pertencia.
Ao fazer companhia aos feirantes e
pescadores perto do mar.
Se fartando nos restos de peixes.
E nos seus focinhos dava para ver
quanta alegria neles era vista em cada
ronronar de felicidade.
Então de baixo daquele dia lindo me
dirigir ao encontro de minha amada
na cidade dos gatos.
Verdadeiro valor!
O cabra pode ser vaqueiro
ser prefeito da cidade
ser doutor ou ser pedreiro
ou viver de caridade
do Brasil ou do estrangeiro
mas nem sempre é o dinheiro
que nos traz felicidade.
A cidade era de papel, mas as lembranças não. Todas as coisas que eu tinha feito ali, todo o amor, a pena, a compaixão, a violência, e o desprezo estavam aflorando em mim.
No lugar da correria da cidade, o balanço da rede, o único som que se ouvia, era o canto dos pássaros!
O que eu gosto de visitar em uma cidade são as igrejas, os cemitérios e as bibliotecas, todas coisas que exigem silêncio e aspiram à eternidade.