Mudanças
Eu passei boa parte da minha vida esperando que as pessoas mudassem, até que percebi que as mudanças tinham que partir de mim... E me tornei uma nova pessoa, e as pessoas também acabaram se tornando novas para mim. Talvez elas não tenham mudado, mas quando eu as enxerguei com meus novos olhos, eu as vi tão diferentes.
Hoje percebo que demorei para conhecer pessoas que estavam tanto tempo ao meu redor, simplesmente por não enxergá-las como elas eram e sim como eu queria que elas fossem. Me sinto mais leve, pois consigo carregar comigo, as pessoas mais verdadeiras e acima de tudo estou mais sincera comigo mesma.
Mudanças programadas são irreais
Os dias, os meses e os anos, assim como tudo que é ilusório se finda, porém o real permanece. A mente restrita pela temporalidade limita-se aos marcos cronológicos; deseja o novo na perspectiva de transcender o velho, sobretudo quando este, traz consigo cicatrizes, memórias e experiências desconfortantes. Porém todos que aguardam uma ocasião para mudar não mudam, pois toda mudança programada é irreal, fantasiosa e fantasmagórica. A mudança é um fenômeno do presente, é atemporal não ocorre com hora marcada ou preestabelecida. Assim sendo nunca espere um momento para se despir da velha roupagem, uma ocasião para o abandono de hábitos não edificantes, uma estação para evoluir, uma era para ser uma nova criatura. Pelo contrário, experiencie o "agora", pois este é o "momento" fora do momento sobremodo oportuno para mudanças de qualquer natureza.
Sensibilizar-se com o que esteja ocorrendo; é sempre, um bom começo. Para que mudanças sejam feitas intimamente, ao pesar todos, os prós e os contras decorrentes da própria vida, na intenção de fazer uma autorreciclagem; em nível de essência. Mas em tudo há um, porém, sem a menor sombra, de dúvida, pelo simples fato de haver sim, uma necessidade de dar uma volta de 180° e desta, renovações concretas que abram novas portas e destas proporcionalmente, novas esperanças, na vida.
Para ocorrer mudanças que realmente cause efeito profundo na vida são necessárias duas coisas; mudança de hábito e manter a mudança.
As mudanças que acontecem em torno de nós,
costumam acontecer quando mudamos primeiro dentro de nós.
Eu tenho q me manter estável, nos pensamentos, no ser. Essa vida de mudanças repentinas vem destruindo minha existência, não é fácil viver e não se conhecer...
Onde quer que esteja às mudanças, quando precisam acontecer acontecem, sabem como nos encontrar. Não seja o mais forte ou o mais feliz que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças, desta forma será mais fácil ser feliz.
Mudanças devem acontecem para não nos acomodarmos na mesmice.
Quem dera eu saber de tudo nesse mundo, assim saberia meu futuro... mas não pretendo nem saber metade do que se sabe os sábios, sou o que sou.
A web não está concluída, é apenas a ponta do iceberg. As novas mudanças irão balançar o mundo ainda mais.
Fiapos de Memórias
Se fui pobre não me lembro! Mas lembro de que já cai de caminhão de mudanças.
E isso é coisa de pobre. Ricos contratam empresas, delegam tarefas, colocam
os filhos confortavelmente em seus carros, enquanto funcionários embalam taças
de cristais, xícaras de porcelanas e telas de pintores renomados.
E nós? Como era engraçado. Na véspera arrumávamos caixas de papelão e muitos jornais, embalávamos os copos de vidros as xícaras de louças e portas retratos
com fotos da família. Enquanto todos estavam ocupados, furtivamente fui ao portão do vizinho, despedir-me do menino da lambreta, prometendo-lhe escrever.
Eufóricos com o prenúncio da aventura íamos dormir.
Com a claridade que precede o nascer do sol, meu pai nos acordava, tomávamos café preto com bolinhos de fubá. Lá íamos nós! Minha mãe se ajeitava na cabine
com os três filhos menores, junto ao motorista, e meu pai na carroceria com outros seis filhos incluindo eu. Partíamos rumo ao destino desconhecido.
A mesa da cozinha mais parecia uma espécie de barraca, o colchão em baixo amortecia os solavancos, com a lona por cima e o resto das tralhas espalhadas por todos os lados, uma pequena abertura na lona, nos servia de janela, que era disputada por todos.
Exceto por uma irmã, que com mania de grandeza, não fazia questão de ficar na janela improvisada, morria de vergonha que alguém a visse.
Mas eu me divertia! Acenava a todos, e foi assim que eu cai do caminhão. Foi um susto danado, achei que ia ficar para trás. A gritaria foi geral dentro do caminhão, mas foi alguém da calçada, quem conseguiu alertar o motorista. Reboliço total,joelhos e cotovelos ralados, broncas, risos e beijos. Para compensar tudo isso, uma
parada na beira da estrada, para um sortido, “prato feito”.
A irmã com mania de grandeza fingia que a aquela família não era a dela...
Seguíamos a nossa viagem, que hoje sei que era para um lugar no litoral do Paraná,onde meu pai dizia: O mar de lá tem muitos peixes e nada vai nos faltar.
Vejo o meu retrato: um menino pobre de Porto Barreiros que chegou a Goiânia num caminhão de mudanças. Penso que evoluí muito.Mas não importa o quanto eu tenha evoluído, eu continuo num caminhão de mudanças.
De nada adianta termos tantas conquistas,se estas mesmas conquistas não trazerem mudanças em nós mesmos.