Mosquito
Se tamanho fosse documento, o mosquito não seria o animal que mais mata no planeta, e sim a baleia azul e os big fives das savanas Africanas.
Ai de vocês
Ai de vocês hipócritas, que coais um mosquito e engolis um camelo! Ai de vocês que sois como os fariseus! Vós que dizeis "templo do Senhor é este"! Mas que templo? Templo de falsidade? Vós que cantais, hinos mas não amais o necessitado! Vós que pregais lindos sermões! Mas não acolheis o fraco, o órfão e a viúva! Ainda dizeis "o nosso ministério! O nosso ministério! Ele é nosso! O Senhor no-lo deu, no- lo abençoou! Mas não amais o pobre, nem o necessitado!
E ainda dizeis "Abençoa o nosso ministério"! Mas não vos lembrais, do preso e do doente! E ainda o empurrais mais para baixo! Ai de vocês ovelhas gordas, que com os vossos pés, sujais o pasto das ovelhas vossas irmãs, e com o vosso lado as empurrais para o chão. E que com os vossos chifres marrais, nas ovelhas do Senhor! E dizeis , o templo é nosso, e não cuidais da doente! E ainda dizeis "Não tens fé, por isso sois doente; sois mentiroso"!
Ai de vocês no dia do Senhor! O Senhor julga tudo bem julgado! Amém!
“ Prefiro mil vezes compartilhar uma casa com mosquitos sugando meu sangue ; do que compartilhar uma casa com invejosos sugando minha alma .”
Título: Vida de pernilongo
Nasço em água limpa,
Sem saber quem me fez,
Chego nesse mundo sujo,
Sem mesquinhez.
Vivo escondido,
Com medo de ser comido,
Vivo nos cantos, camuflado como um filete,
Esperando você chegar e ser o meu banquete.
O que eu vim fazer aqui se ninguém gosta de mim?
Ninguém soube me explicar, enfim,
Não quero fazer mal, mas preciso do seu sangue,
Por isso vou te sugar junto com a minha gangue.
Voo correndo risco todo dia,
Lógico que dependo da sua pontaria,
Ciente que minha vida não passa de alguns dias,
Vou continuar com minha correria.
De manhã faço o desjejum,
A noite é a hora do zum zum zum,
Sou o pesadelo de alguns,
Até que alguém junte as mãos e faça bum.
Aí mosquito, está moscando?
Autor: Nélio Joaquim
Entre os marimbondos há uns mosquitos que, de vez em quando, convivem conosco e nos ferram para sugar nosso sangue.
Caminhos de um Zé
Por quais #caminhos seguirei nessa noite?
Por ávidas lembranças ou certezas das incertas horas?
Que farei então agora?
Disfarçar um sorriso...
Fingir que gosto da conversa do bêbado...
Mão molhada...
Hálito de cachaça...
Rostos envelhecidos...
Dar-me por vencido?
Ao ninho...
Travesseiros jogados...
Lençóis amassados...
Sapatos virados...
Ventilador ligado....
Mosquito que me deixa irritado...
Na escuridão de olhos fechados...
Aguardo sonhos coloridos...
Desejos sentidos...
De tempos perdidos...
Nunca esquecidos...
O tempo passa...
Alma não se acalma...
Coração quer algo...
Chove na rua...
E as pedras...
Azuis e nuas...
Convidam a seguir um destino...
Que caminho seguirei agora?
Na fantasia de um sorriso bonito...
Apareceu...estava sumido...
No fundo de um copo vazio...
Vou embora...
Deu a hora...
Não me interessa...
Conhecer....
Qualquer Zé...
No esperar não consigo...
Acho difícil...
Sigo...
Sandro Paschoal Nogueira
Conservatória RJ
Me aplacenta a escuridão
onde vivem os mais temorosos animais
minha relação com eles é única
muito eles me ensinam
Já matei muita barata no peteleco
fazendo elas girar antes de morrer
giro esse sagrado
e com a perfeição de um zumbi
Já dormi perto de ratoeiras
com os bichos me subindo pelas estribeiras
no meio da noite
Sou sempre hipnotizado pela dança
contingente que eles nos inebriam no ar
há uma matemática sagrada por aí
Não sei se foi o perfume
que me lembrou a infância
e seus fede-fedes mortos por acidente
mas em cima de mim havia uma teia
e a aranha conseguiu me envenenar
com sua gosma me retirou minha asa
Agora já não posso mais voar.
Mas sem problemas,
é só não abrir mais a boca
que não vejo mais uma mosca entrando por ela.
Nada que me impeça de me divertir,
quando elas estiverem atoa
cato-as e lhes faço ninar.
Mentira, não mato nem barata.
Só as espanto com as mãos.
Só tem uma coisa que conscientiza certas gentes: a punição, inclusive com multas. Só assim não se perde tempo e se combate as doenças espalhadas pelos mosquitos, como a dengue, a chikungunya e a febre-amarela, por exemplo. Mas me parece que ninguém deseja realmente dar um fim nisso.