Mortos
Se o atlântico falasse,
revelasse os colonos mortos no tempo,
veríamos as vidas lançadas na água mortal
pelos diogos invasivos e cães exploradores.
Se o atlântico falasse,
lutaria com os invasores,
os filhos da pátria se uniriam,
e eu, armado aos dentes,
mancharia a poeira com sangue,
atiraria, mataria.
Amarrem-me, matem-me se quiserem,
porque por Angola eu morreria,
se o atlântico falasse.
A literatura é a arte dos mortos que nunca partiram, que mesmo ficando entre os vivos, retratam tudo o que vivem no além em forma de poesia ou trova.
Adores da paixão paranóica....
Nas sombras te encontrei...
Nas covas de mortos nós amamos muito...
Nos aliviamos nós braços da morte...
Nas definições das paixões
Somos envolvidos numa paranóia...
No parador da madrugada geme baixinho...
Nossas línguas se contorcendo até amanhecer...
Sonso gosto amargo do raiar do sol...
Descansamos numa tumba...
O sepultamento de nossas almas condenadas por amar.
Sendo sincero vivemos paixões proibidas.
As vezes a mente mais parece um cemitério, cheia de sonhos e pensamentos mortos e com um vento gélido, que vare pra longe as cinzas das luzes que já se apagaram.
A morte não busca os mortos, porque os mortos já lhes pertence, a morte busca os vivo, porque os vivo ainda não lhe pertence, não a como ir contrário ao caminho da morte, porquê a morte já é o caminho, escrito por Armando Nascimento
Parece que no mundo dos vivos não há paz. Todos se atropelam pelo dinheiro. No mundo dos mortos toda a gente é igual. Aqui existe a maior democracia do mundo.
Em tempo de tédio
Abriu o caixão
Pegou os discos
E as fitas
Ligou a vitrola
E ressuscitou os mortos.
Noite -
A sua força vem de longe
os seus olhos estão mortos
suas palavras tristes , frias,
seu toque calmo e sombrio!
Quando chega,
esmaga sonhos no vazio,
encosta sombras na parede
e tudo é vago, tudo é estéril,
quando a noite se aproxima!
Deixem-na passar ...
Traz passos indecisos!
Leva a morte dentro dela!
Não fujam! É Inútil ... é em vão ...
Vivemos mortos em corpo adaptado de um humano, mas, não nos preocupamos em buscar o vivo que habita no nosso espírito.