Mortos
O que me fascina em Jesus não é sua capacidade de ressuscitar os mortos, de curar os cegos, os paralíticos. O que me fascina Nele é sua capacidade e coragem de dizer que Deus é Pai. Um Pai que tem preferência pelos piores homens e mulheres deste mundo. Um Pai que ama os que não merecem ser amados, que abraça os que não merecem ser abraçados e que escolhe os que não merecem ser escolhidos. Um Pai que quebra as regras aos nos desconsertar com seu amor tão surpreendente. Um Pai que não quer se oculpar com os erros que você cometeu até o dia de hoje, porque o amor que Ele tem por você é um amor cheio de futuro. Ele não está preso ao seu passado e a Ele não interessa o que você fez ou deixou de fazer de sua vida. Para Ele o que importa é o que você ainda pode fazer !
Se me perguntar o que é a morte! Respondo-te: a verdadeira morte é a Ignorância. Quantos mortos entre os vivos!
Posso trazer lágrimas aos seus olhos e ressuscitar os mortos. Eu me formo em um instante e posso durar uma vida.
O que eu sou?
Uma memória.
Mas talvez a única maneira de honrar os mortos é fazer o máximo da sua vida, seja ela durando alguns poucos anos ou... um século rapidamente decorrido. Eu vou tentar, tio Ben, por você"
Estou a divagar, mas eis a falha: os mortos são visíveis apenas através do terrível olho vigilante da memória. Os vivos, graças aos céus, mantém a capacidade de surpreender e decepcionar.
Envelhecer é cultivar adeuses
e empobrecer em cada despedida.
Os afetos morrendo com os mortos.
Lembrar é praticar necromancia.
O que fazer de tudo o que já foi,
mas fica latejando em nossa vida?
É o incurável câncer da saudade:
o que passou matando o ainda vivo.
Que os mortos me ajudem a suportar o quase insuportável, já que de nada me valem os vivos.
Estamos todos mortos, dentro deste mundo invisível, onde as pessoas preferem a guerra e a destruição, ao invés do afeto e amor...
O ser humano é estranho.
Briga com os vivos e leva flores para os mortos.
Lança os vivos na sarjeta e pede um “bom lugar para os mortos”.
Se afasta dos vivos e se agarra desesperados quando estes morrem.
Fica anos sem conversar com um vivo e se desculpa, faz homenagens, quando este morre.
Não tem tempo para visitar o vivo, mas tem o dia todo para ir ao velório do morto.
Critica, fala mal, ofende o vivo, mas o santifica quando este morre.
Não liga, não abraça, não se importa com os vivos, mas se autoflagela quando estes morrem…
Aos olhos cegos do homem, o valor do ser humano está na sua morte, e não na sua vida.
É bom repensarmos isto enquanto estamos vivos!
Saudade
Ante os mortos queridos,
Faze silêncio e ora.
Ninguém pode apagar
A chama da saudade.
Entretanto se choras,
Chora fazendo o bem.
A morte para a vida
É apenas mudança.
A semente no solo
Mostra a ressurreição.
Todos estamos vivos
Na presença de Deus.
O que está em vida é inacabado. Os mortos são completos. A ânsia por perfeição é, na verdade, na profundeza, uma ânsia pela morte. Para que fiquemos em vida, temos que respeitar o inacabado.
Bert Hellinger, em "A Fonte não precisa perguntar pelo Caminho"
Apenas os mortos verão o fim da guerra.
Nota: Citação inspirada no pensamento de George Santayana erroneamente atribuída a Platão.
Há sete bilhões de pessoas vivas no mundo e mais ou menos noventa e oito bilhões de mortos. [...] Há cerca de quatorze pessoas mortas para cada vivo.
Os lobos que só sabem perseguir, os corvos tão valentes contra os mortos, os abutres que seguem o vencedor e devoram os despojos desprezados, como fugiram todos, quando ele, como Apolo vibrando áureo arco, a seta deparou contra a serpente!
Enterre os mortos. Não como os egípcios, para tentar a imortalidade. Mas como deve ser, definitivamente. Volte as costas ao passado. Olhe apenas em frente. Recorde que o tempo tudo cura.