Mortos
Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai.
Os mortos falam. Todo mundo fala. Quase todos mentem, mas os cadáveres não o podem fazer. No entanto, as mentiras também dizem algo de importante, porque as pessoas mentem com um objectivo.
É uma antítese muito interessante: Muitos que estão vivos na verdade estão mortos e muitos que estão mortos na verdade estão vivos, por exemplo, Bush está morto e Madre Teresa de Calcutá está viva.
Coração Favelado
Nesse coração favelado
Apodrecem amores mortos
Nos tiroteios da vida
Onde os traficantes
Que não gostam do amor
Usam a droga do destino
Para sustentar seu vício.
Nessa favela
Sentimentos maltratados vivem amontoados
Em barracos caindo aos pedaços,
De frente para esgotos a céu aberto
Repleto de moscas e insetos.
Esse coração
É uma verdadeira favela
Com sangue e miséria.
A polícia
Nunca prende os bandidos,
E ainda enchem esse coração
Às vezes tão vazio
Com balas de fuzil.
Os medos surgem para matar os sonhos, e você só deixa eles serem mortos se nunca imaginou eles se realizando!
É a mesma raça desde a sua civilização...
Odiosos; como são simples, comuns demais!
Mortais mortos; mentes mentidas, omitidas, desmedidas...
Olhem ao seu redor e busquem existir ou passem apenas a ser mais um grão de areia frente ao oceano.
Subestimam os fracos, não entendem os loucos, não buscam a força, nem compreendem as coisas visíveis.
Esqueceram a lógica, são tão frustrados que preferem viver em seu mundo. Sair da caverna é doloroso demais, incomodo demais, sofrido demais.
Vivem felizes assim sem buscar a verdade Ou buscam a verdade no sentido oposto?
Ocupam o posto dos cães que vivem para agradar os donos por um pedaço de carne!
Nunca descobriram a verdade, nunca, não assim!
Será que entenderão este apelo ou precisarão de mais palavras?
Ergam-se tolos, levantem-se e dêem as costas para as sombras na parede, olhem para a sua frente há uma porta aberta e sigam seus corpos até a luz, saiam da caverna e nunca mais voltem, porque os que ainda estiverem lá não te aceitarão de volta!
Eu lamento tanto por eles...
Agora que apaguei as lembranças e fiz as pazes com o passado, posso finalmente enterrar meus mortos e sentar-me à mesa... nada mais me será indigesto!
"Não se pode matar um demônio, porque eles já estão mortos. Não se pode matar energia, e demônios são seres energéticos. Eu teria de encontrar algo que destruísse não o seu corpo, mas o seu espírito. Algo que o rendesse a mim, que o fizesse querer o fim de sua existência por conta própria. E eu o tinha – mas doía-me pensar em Jasmim como uma arma. Eu tinha que ter certeza de que ela ficaria bem. Era só o que importava."
Sou um homem das letras, discípulo de sábios mortos.
Escrever é minha cura para qualquer tipo de doença.
A escritura rebenta os grilhões do silencio, das lacunas, não existe o indizível, pois o indizível também é palavra.
O tec tec tec do teclado me conforta...
Três reis mortos saúdam a pureza do olhar daquela que não conhece a dor, no céu escuro de suas bocas brandem agulhas escarlates que cobrem os olhos da menina pura.
Caminho sobre o sangue dos mortos, vejo a vida abandonar o corpo.
Ouso sua ultima batida de coração. Sei a hora e o lugar de cada ser vivo quando vai morrer. Pois eu sou o causador disso tudo! Eu sou a morte!