Morto Vivo
Poema V
A Federico García Lorca
Companheiro, morto desassombrado, rosácea ensolarada
quem senão eu, te cantará primeiro. Quem senão eu
pontilhada de chagas, eu que tanto te amei, eu
que bebi na tua boca a fúria de umas águas
eu, que mastiguei tuas conquistas e que depois chorei
porque dizias: “amor de mis entrañas, viva muerte”.
Ah! Se soubesses como ficou difícil a Poesia.
Triste garganta o nosso tempo, TRISTE TRISTE.
E mais um tempo, nem será lícito ao poeta ter memória
e cantar de repente: “os arados van e vên
dende a Santiago a Belén”.
Os cardos, companheiro, a aspereza, o luto
a tua morte outra vez, a nossa morte, assim o mundo:
deglutindo a palavra cada vez e cada vez mais fundo.
Que dor de te saber tão morto. Alguns dirão:
Mas se está vivo, não vês? Está vivo! Se todos o celebram
Se tu cantas! ESTÁS MORTO. Sabes por quê?
“El passado se pone
su coraza de hierro
y tapa sus oídos
con algodón del viento.
Nunca podrá arrancársele
un secreto.”
E o futuro é de sangue, de aço, de vaidade. E vermelhos
azuis, braços e amarelos hão de gritar: morte aos poetas!
Morte a todos aqueles de lúcidas artérias, tatuados
de infância, de plexo aberto, exposto aos lobos. Irmão.
Companheiro. Que dor de te saber tão morto.
Segundo as leis da medicina sou um homem morto, pós, sempre que apareces na minha retina ocular o meu coração entra em PARAGEM CARDÍACA, a tua voz é como um DESFIBRILADOR CARDÍACO me reanima.
Nos teus braços me sinto num bloco operatório, onde o teu abraço forte e gostoso torna-se o meu MONITOR DE FREQUÊNCIA CARDÍACA.
A tua rissada é o meu CHECK UP, onde o resultado é o teu nome em meu coração.
O teu beijo me tira da sala de visitas me levando na UTI para receber CUIDADOS INTENSIVOS. O teu toque são como SOROS me deixam mais forte e reanimado.
A tua ausência me deixa fraco sem proteínas e vitaminas...
FICA comigo minha medicina natural, chinesa, ou contemporânea... enfim...
Meu HOSPITAL GERAL
TE AMO
Não peça avivamento, seja o agente do avivamento, olhe para o que está morto ao seu redor, ou dentro de você, e profetize que haja vida, e seja luz.
...E quando a tudo se imagina perdido,
morto no tempo que nos crucifica,
lembrar de um olhar encandecido,
de um sorriso que me pacifica,
penso, vejo, doce cena,
porque uma bela saudade,
sempre valerá a pena.
(Sócrates Di Lima)
Uma alma vazia, não pode ser tirada.
Assim, se você já está morto por dentro, não há como morrer por fora.
Meu pai morreu subitamente aos 63 anos. Simplesmente caiu morto. Por muito tempo, me perguntava: Por que não joguei mais golfe com ele? Por que não passei mais tempo com ele? Mas quando se está tentando fazer sucesso, a gente ignora essas pequenas coisas. Isso te dá um certo arrependimento mais tarde, mas não há nada que se possa fazer. Você simplesmente segue em frente.
"É difícil falar de vida quando se está morto por dentro. Insensível, indiferente. Sobreviver e viver são coisas absolutamente diferentes. Não sou insensível à ideia de que o homem deve buscar algum tipo de fé, basicamente, sou a favor de qualquer coisa que faça você dormir à noite. Mas insensível que eu não posso sentir você aqui. Me tornei tão cansada, que não tenho forças pra lutar contra esses fortes pensamentos que me atormentam. Muito mais ciente, que ilusão nenhuma é capaz de ter domínio sobre mim. Eu estou me tornando isso, e isso é triste, deprimente e amargo. Me sinto com um burro empacado, quando nos desfizemos você ficou com o meu melhor. E quero de volta e quero agora, não posso mais não sentir, eu quero, eu preciso. O meu sonho que tanto sonhava se tornou real e o que em mim, resultou? Nada, sem um sorriso, nem uma pitada de felicidade, apenas a sensação de obrigação comigo mesma comprida. Entende, o que gerou em mim, aquilo que um dia foi? Mas tudo bem, hoje com tantos ardores, tenho total controle sobre mim, até o que devo ou não sentir. Você é como a notícia da morte de alguém que vi ontem, saudável, vivo, e sem ninguém esperar morreu. Não entendo direito, as vezes nem acredito, mas aceito muito feliz... Você que já foi minha vida, você que ontem estava vivo, você agora... Morreu, já que assim escolhemos."
RENASCER...
Tudo o que me é morto, ou podre, ou indecifrável,
Tudo o que me é de pecados ou de incensos afrodisíacos,
Tudo o que me é de destruir nas impurezas dos sentimentos,
O que me fere o coração, e o corpo, e o espírito,
O que não me alça em voo sobre os amores de fogo,
Tudo o que não me é de cumprir os mandamentos e a justiça,
Os poderes, e a calma, e as glórias do firmamento,
O que me é de tormento, o que me é sem razão, em vão
O que me é simplesmente incompatível a memória
Por insanidades entre os mortais, e os anjos,
Tudo o que não me faz perdurar no amor e na bondade,
Tudo o que não me é no olhar infinito,
O que não me ambiciona na conquista da eternidade,
E o que me faz de um só murmúrio fólios e mito...
Que tudo me seja de inconstâncias, e de provas absolutas;
Porque nada é intransponível ao renascer de um sol!
Como dizia Maquiavel a 500 anos atrás, a familia esquece o morto mas nunca os bens do morto. Na guerra se pergunta ao morto quando lhe devo de pensão, de pouco importa se seus uniformes e pertences serão devolvidos.80% das familias não reinvidicam esses pertences".
Você será sempre lembrado pelas coisas em dinheiro e patrimônio que deixou, poucos lembrarão de suas piadas"
Os amigos lembrarão das festas e das bebidas inclusas, os funcionários de como era bom a politica salarial com você vivo, e sua esposa se lembrará agradavelmente se lhe sobrarem poupanças, bens e casas de veraneio. Na maioria dos casos os seus pertences, suas fotos pela casa rapidamente será recomendável desaparecerem das vistas da viúva, porque sua foto traz a lembrança e consequentemente o choro e tristeza. O carro importado, o dinheiro, a casa na praia, nem tanto.
O certo é deixar suas memórias para os outros, porque aos seus pouca importância darão. Mas é claro que em toda regra tem exceção
Foi ontem, época de praça geral louco
Subconsciente grava imagem sangue e amigo morto
Mundo escroto que, amputa inocência a gente aceita
Sempre pacientemente o beco é sujo, estreito e torto