Morto Vivo
No túmulo frio do meu peito errante,
Sou zumbi que vagueia sem rumo certo.
Não sou vivo, nem morto, apenas distante,
Entre sombras escuras e lembranças de deserto.
Meus passos arrastados ecoam na solidão,
Entre ruas de concreto e almas sem cor.
Alimento-me de memórias, na escuridão,
De um passado que se desfez como pó.
Oh, como é amargo o sabor deste viver sem vida,
Onde meus olhos não veem, apenas fitam o vazio.
Meus dias são espinhos cravados na ferida,
De um coração que já não pulsa, apenas desafio.
À luz da lua, busco o alento dos sonhos perdidos,
Mas só encontro a névoa densa da desilusão.
Neste corpo frio e dormente, escondo meus gemidos,
De um tempo que se esvaiu na maré da ilusão.
Sou zumbi de mim mesmo, espectro de um naufrágio,
Afogado nas águas turvas da desesperança.
Onde tudo que resta é o eco do meu presságio,
De um destino traçado com tinta de lembrança.
Não me chame de vivo, pois sou apenas um eco,
De quem um dia respirou, mas perdeu a razão.
Zumbi de sentimentos, de amor desfeito em tropeço,
Sou o que restou de uma vida, perdida na escuridão.
Como os versos que escrevo, na penumbra do meu ser,
Sou a sombra que dança no muro do esquecimento.
Triste zumbi de mim, naufragado no meu próprio querer,
Busco em cada passo um alívio, um alento, um alimento.
Mas só encontro desespero, desamparo, solidão,
Neste mundo onde ser zumbi é a sina que me coube.
E assim sigo, sem vida, sem morte, sem redenção,
No labirinto sem fim de uma existência que me dobrou.
Ah, Menina, se soubesses do peso desta condição,
Da alma que vagueia sem destino, sem direção.
Talvez me entenderias, entre linhas de ilusão,
Como um zumbi que lê, que escreve, que clama por perdão.
Nas madrugadas frias, nos dias de inverno , como um morto vivo, vaguei. Vaguei por caminhos solitários, ladeado de vozes, de sorrisos , de sons, de sussurros vazios, buscando em meio ao alarido, um único som. O som que meus ouvidos é ardentemente a minha alma almejava ouvir. A sua voz.
Vaguei, e em todos os lados, procurei. Cansado de vagar, procurei descanso em meio às rochas, num vale de terra seca e sem cor. Abatido, ferido, com a alma dilacerada, ali descansei .
Um breve sono se apoderou, e me entreguei ao cansaço.
Cansaço, dor, frio! Acordei e em meio ao esgotamento, ouço o som, que me vez vagar pela vida.
Sua voz.
MORTO(,) VIVO! ("Finados é o dia dos mortos. Os dias seguintes, são dos mortos-vivos." — Ediel)
Hoje, apesar do recesso no trabalho, as circunstâncias me seguraram em meus aposentos, choveu persistentemente lá fora, e aqui dentro, o telhado úmido chorava para dentro, estabelecendo o ritmo com o som das goteiras pingando na bacia. É como disse Renilmar Fernandes: "Igualmente chora meu coração nessa triste chuva de finados." Ninguém interrompeu os meus assuntos, nem bateram no portão; todavia não fluíram o bastante, estou meio sonolento, quase morto! Na manhã toda, estive escrevendo esta crônica de um parágrafo só. Então, lembrei-me sobre o feriado dos finados, eles sim estão descansando de verdade. Preciso descansar, não o descanso dos mortos; mas, talvez visitá-los, tentando ganhar tempo, agora vamos parar por aqui: "Deixe os mortos enterrar os mortos". Amanhã preocupar-me-ei com o que realmente importa: a morte. Sairei do meu cemitério, para estar totalmente focado nos assuntos sobre o estado dos defuntos. Por isso, só amanhã, irei ao cemitério deles buscar a companhia de bons amigos, procurando familiaridade com o tal "campo santo". Com certeza, vou ter mais um dia para viver, e menos um em minha existência. Meu corpo já pode sinalizar alguns desconfortos com esta vida; sobretudo, eu nunca vou me esconder da realidade, pelo contrário, já estou pronto. E quando meu dia chegar, não se esqueçam do meu epitáfio: — Não fui eu quem morreu, pois existo em tudo que restou de mim, e tu me percebes, mas, foste sim tu quem morreu para mim, não posso te perceber.
Você Brigava muito comigo enquanto eu estava vivo , agora depois de morto você me leva flores e chora todo dia , e em oração pede para que eu encontre a respectiva paz no lugar para onde vão os mortos .
Que maravilha é sabermos que não servimos um Deus morto, mas um Cristo que ressuscitou e está vivo!
me diga coisas bonitas enquanto eu estiver vivo, pois quando eu estiver morto eu não irei ouvir-las
O amor está morto, não é uma novidade.
O que eu quero saber se esteve vivo algum dia na vida ou so foi por acaso de existir como uma ilusão para iludir idiotas?
Quem se decepciona está vivo em pensamento e morto em alma - vivo para a tristeza e a humanidade e morto para seus sentimentos.
E mesmo morrendo, você continua vivo, um morto vivo. Vive esperando sua vontade concretizar, seu dia esperado de sentir a presença daquela que nunca vai te abandonar, que com um beijo egoísta, te levará só para ela e deixará os demais com saudades...
Para sabermos se o Gato de schrödinger está verdadeiramente vivo ou morto espere o sono, esperar, dormir, guardar o sono, Nietzsche.
