Morto Vivo
“Não é fácil explicar. Eu sou assim, meio morto por dentro. Faço as coisas por empolgação e no outro dia, sei lá. Sou dessas pessoas que ficam procurando as canções no rádio até achar um clássico, algo perfeito para aquele horário do dia, aquele semáforo. A música acaba e eu troco de estação.”
Pois morrer é uma destas duas coisas: ou é como um nada e o morto não tem nenhuma sensação de nada, ou (conforme se diz por aí) ocorre de ser uma transmigração e uma transferência da alma aqui deste lugar para um outro lugar.
Lembrar
É sentir saudade
Do que foi adormecido,
Mas, nunca esquecido,
Nem morto,
Nem despercebido,
Nem o passar do tempo.
Lembrar...
Mesmos em a reciprocidade,
Mesmo que signifique sofrer,
O que foi bom,
Vale apena reviver.
Me fingi de morto para ver o enterro que me fariam.
A um carneiro morto
Misericordiosíssimo carneiro
Esquartejado, a maldição de Pio
Décimo caia em teu algoz sombrio
E em todo aquele que for seu herdeiro!
Maldito seja o mercado vadio
Que te vender as carnes por dinheiro,
Pois tua lã aquece o mundo inteiro
E guardas as carnes dos que estão com frio!
Quando a faca rangeu no teu pescoço,
Ao monstro que espremeu teu sangue grosso
Teus olhos - fontes de perdão - perdoaram!
Oh! tu que no perdão eu simbolizo,
Se fosse Deus, no Dia do Juízo,
Talvez perdoasses os que te mataram!
Pensei uma vez que os deuses são o oposto da morte, mas agora eu entendo que eles estão mais mortos do que qualquer coisa, pois são imutáveis e não podem segurar nada em suas mãos.
A velhice pode ser o nosso tempo de ventura. O animal está morto, ou quase morto. Restam o homem e a alma.
Eu só queria está morto mais não posso me matar. Pois desgosto para minha mãe não quero dar , sonho com a morte todos os dias todos os minutos do meu dia espero a morte me visitar
Desequilíbrio
Minha alma ora tem a altura do monte Everest
Ora a depressão do mar morto.
Ora a profundidade da Fossa das Marianas
Ora a extensão do Amazonas.
Às vezes tem a grandeza do continente Asiático.
Às vezes a pequenez da Oceania.
Ora tem o isolamento da Ilha da Páscoa.
Ora o reboliço de Xangai.
Algumas vezes minha alma tem o calor do Deserto Dasht-e Lut
Outra vezes o frio da Antártida.
Algumas vezes é ressequida como o Saara.
Outras vezes tem a biodiversidade brasileira.
Fico, então, nessa gangorra do ter muito
E ser tudo e minguar numa vazante descontrolada de vida
Ora sou tudo, ora nada sou
E atravesso a eternidade como um Ser
Em desequilíbrio permanente.
Ora sou ateia.
Ora fervorosa crente.
O tempo está morto enquanto é marcado por pequenas engrenagens; só quando o relógio para é que o tempo vive.
Paz, paz! Ele não está morto, não está dormindo - apenas despertou do sonho da vida.
É honroso para um jovem morto e mutilado em batalha por uma lança de bronze. Em sua morte tudo que fez soa belo.