Morto
LOUCO
Deste acaso imprecado sem razão,
Em que eu vivo a desventura,
Tudo é pálido, é morto, tudo é vão
Dentre a minh’alma intensa e dura!
Não me há sentimento de ilusão
Neste transbordar de tortura...
Que já inventivo à solidão
Transpõe os meus olhos e perdura...
Eu já tanto sinto esse compasso,
Que já me é amor, que já é laço,
Que já me é tormento de conforto!
E deste blasfemo que vence a morte,
Que sorrio pela vida, desta sorte,
Já me sou de afeto intenso e absorto...
O POETA
Quando juntar a mim o perfume morto
Da estrada em que ando na ramaria
Dos arvoredos secos, sem paz, e absorto...
“Que notado mundo, verei o sol do dia!”
Quando o cedro der-se pequeno fruto,
Branco em neve na luz dum luar,
Que fora, ao zumbido a voz dum tributo...
“Mais um réu a juntar-se irá vagar...”
Imensas cores terão as alvoradas...
Os sóis queimarão, sem fogo, sem arder,
Dias e dias, sem negras madrugadas...
E o mar revolto, na calmaria de vencer
Os meus braços, nos ramos das jornadas...
“Que notado morto ledores hão de ver!”
O verdadeiro imortal, não é aquele que nunca morre.Mas sim
aquele que mesmo depois de morto continua em nossas mentes.
Já estou morto por dentro,
não me sinto mais entre os vivos
do mundo.
Estou morto por dentro
e só você pode me reviver, só você pode dar sentido a minha vida...
Eu te amo você sabe!
Encontra-se morto aquele que era imortal. O sangue verte incessantemente por dias a fio Enquanto o gelo derrete molhando o chão de vidros estilhaçados e papéis enrolados. A roupa suja e amassada se multiplica em torno de pedaços de madeira que já não servem pra nada. Acordo no escuro procurando respostas para pergunta nenhuma e tudo que encontro são restos de cerveja quente misturada com cinza de cigarro. O mel cristalizado já não adoça mais a vida e me obriga a vestir a fantasia daquilo que nunca fui, mas sou, ainda que apenas superficialmente. Visto-a, então, e sigo pela selva da obstrução em direção à liberdade que me aprisiona diariamente e eu, meio que inconsciente, sufoco meus dramas, piso na grama e viro engrenagem. Acordei de péssimo humor.
Eu Não Acho Que Eu Seja Um Homen Digno De Pena
Simplesmente Pelo Caso Que Eu Ainda Nao Esteja Morto.
Se saudade mata-se, morto eu estaria!
Mas como ela não mata, me fere todos os dias!
Uma ferida muito grande,grande e dolorosa, quão grande é essa dor, que meus olhos lacrimejam, oque posso fazer se meu corpo ainda te deseja!
Do que Adiantas Viver Sem ter motivos,
Do que Adiantas Viver se o coração Já estas morto ,
Do que adiantas Sorrir se estás triste,
Do que Adiantas ?
Do que adiantas Viver ,sem saber que irás morrer
Ou Morrer Sem saber que viveu ?
Do que Adiantas Lamentar O Passado , se o Presente é realmente oque Importa ?
Do que Adiantas ……Ter fotografias suas…… , se ao meu lado ……Eu sei que Você não poderá esta
PASSAGEM
O que olha, o olhar do morto fixo no teto,
Pensa no aborto no feto,
No filho que seria o prodígio,
Porque os que vingaram,
Envolveram-se com drogas,
O que pensa o defunto?
Pensa no gerúndio do verbo morrer
Pensa nas coisas que deixou de dizer,
Pensa nos abraços que deixou de dar,
Pensa na esposa que deixou de amar,
Pensa no particípio do verbo finar
O que pensa o finado
No féretro fechado
No pranto caindo de alguém preterido
No pretérito imperfeito
E no mais que perfeito
Do verbo acabar
Acabara bem antes do lapso, do colapso
O que olha o olhar do morto,
Num ponto indeterminado,
Pensa no pigarro, na cirrose,
Pensa no enfisema,
Na cachaça que não mais beberia,
No cigarro, que não fumaria ...
O que olha o olhar do defunto,
Germes, vermes em festa,
Por um novo presunto,
A passagem? Alguma paisagem?
Trevas ou luz?
Ou A singular possibilidade de renascer?
Poema morto
Saudade, saúde
Vida, vivida
Palavra sem rima
Poema sem vida
Sonho encantado
Acordei desesperada
Sonho horrível
Sem ti inexprimível
Sonho azul
Estrela brilhante
Traga meu rosa
Entrego-te um diamante
Sonho encantado
Sonho sem vida
O que farei
Quero que viva.
A maior covardia do homen é se fingir de vivo quando já se esta morto a muito tempo as vezes o suicídio é a solução sim.
O perigo de não temer o passado, é ter a ilusão de que ele está morto.
E não acreditar que ele é capaz de ecoar no futuro.