Morto
Eu sou melhor que Napoleão Bonaparte, ele morreu lutando pela sociedade, e eu, nunca serei morto por nada, por quê eu sou.
Aqui jazz aquele que não é, por nunca ter sido
agora entendo
estou morto há muito tempo
por isto não consegui me fazer ouvir
a força do desejo do que deixei de viver e Amar é que me faziam acreditar estar vivo
não percebi o último despedaçar das minhas asas e estava de coração quente e cheio de esperanças demais para perceber a queda
quando morri, não houve tempo para me despedir, levantar um clamor ou dirigir alguma súplica
estava vivo demais para isto, inclusive para morrer, mas minha morte não dependia somente de mim
faz alguns dias, talvez semanas, não sei, faz tempo, parece fazer séculos...
ainda suspiram em mim mim os fluídos das almas deitadas na grama olhando a lua
do desabrochar das pétalas de Lótus Líricas que insistem em me acariciar
do aroma da canção que não quer ir embora
olhei para uma estrela longínqua para sentir seu perfume
mas não consegui manter-me vivo
afoguei-me em suas águas lodosas, de sede fui morrendo enquanto te recolhestes da natureza a que pertencias para habitar em algum vaso mundano de cor rubra
o universo é imensidão
nós nos fizemos apequenados demais para sermos notados quando desprezamos o Amor por não aprendermos a Amar
morri antes de acenar uma despedida para teus olhos profundos e delicados
não transbordei teus desejos e nem extasiei seus Amores
a isto, mesmo morto, acreditava estar vivo
não pude fazer com que me lesse
e em sua morte adormecida, fatalmente vim a morrer
e ja não tenho de onde tirar ânimo para ressuscitar outra vez...
enfim, aceito a morte..
Um ladrão que rouba trocados acaba sendo morto ou preso. Mas um ladrão que rouba em grande escala pode mudar o mundo e até virar um herói.
Eu estive ali o tempo todo, você fez meu coração morto ressurgir das cinzas e clamar por você. O meu corpo dava sinais quando estávamos próximos, mas eu não era suficiente, algum dia eu fui? No fundo eu sempre soube a resposta. As vezes quando me deito posso sentir seu cheiro, me lembro de como era tocar sua pele macia, um abraço desajeitado, tudo agora não passa de lembranças. Eu nunca poderei dizer que te perdi porque eu nunca cheguei a ter você.
Não sei onde estou,
Não vejo um palmo a minha frente,
Talvez estaja morto.
Ainda sim, sinto!
Sinto a areia sob meus pés,
Sinto o vento frio em minha face,
Sinto o cheiro de maresia,
Sinto tudo a minha volta.
Ainda sim, ouço!
Ouço o farfalhar das folhas,
Ouço as ondas quebrando,
Ouço os insetos cantando,
Ouço tudo a minha volta.
Se assim é a morte,
Não sinto problema em morrer.
Me sinto em paz.
vivo ou morto você nunca terá ninguém ao seu lado, todos dizem estar com você mas quando você precisa ninguém nunca está lá, quando eu estiver na beira de um prédio todos tentarão me ajudar, mas nenhum irá conseguir me impedir de pular
AS PORTAS DE UM CORAÇÃO MORTO
Toc-toc!
- Por favor, me deixe entrar!
- Não vou te deixar entrar!
- Por quê?
- Você me machucou!
- Não machuquei!
- Sim, machucou!
- Não machuquei. O seu passado te machucou.
Toc-toc!
- Por favor, me deixe entrar!
- Não vou te deixar entrar!
- Por quê?
- Você fará o mesmo que todos!
- Não farei!
- Sim, fará!
- Não farei o mesmo que todos.
Toc-toc!
- Por favor, me deixe entrar!
- Não vou te deixar entrar!
- Por quê?
- Você está me enganando como uma bruxa!
- Não estou!
- Sim, está!
- Não estou. Você apenas tem medo.
Toc-toc!
- Por favor, me deixe entrar!
- Não vou te deixar entrar!
- Por quê?
- Não acredito mais nessas coisas! Vá embora!
- Não, não vou!
- Vá embora! Não ligo para você e não preciso dessas coisas! Me deixe sozinho para sempre!
Silêncio
Ela se foi.
Ele olhou ao redor, esperando escutar as batidas na porta.
Silêncio
Ela se foi.
Seus olhos corriam em muitas direções, arregalados.
Silêncio
Ela se foi.
Seu peito palpitava em pura ansiedade amarga.
Silêncio
Ela se foi.
E quando se deu conta, os pés já estavam mexendo-se sozinhos, correndo em alguma direção.
Toc-toc!
- Quem é?
- Sou eu!
- O que você quer?
- Por que foi embora?
- Você me mandou embora.
- ... Não era o que eu queria.
- Por que o fez então?
- ... Eu tinha medo.
- Medo do quê?
- Você me faz lembrar de sensações que tento enterrar dentro de mim. Sentimentos que jurei nunca mais ter.
- Por quê?
- Não quero passar por tudo uma segunda vez. Não acredito mais nessas coisas.
- Não acredita mesmo? Está mentindo!
- ... Estou.
- Eu sabia!
- Gostaria de não acreditar, e o faria, se nunca tivesse te conhecido.
- O que tem de tão ruim em ter me conhecido?
- ... Você me fez querer viver outra vez.
- Mas, veja bem, isto não me parece ruim.
- Para alguém como eu, ter um pequeno grão de esperança e expectativa para acreditar na vida novamente, é terrível.
- Pois, está dizendo que eu sou terrível?
- Sim, você é.
- Hm...
- O que está fazendo?
- Toc-toc!
- ...
- Vai me deixar entrar?
- Bruxa!
Ele sorrio.
Ela sorrio.
Você está morto pela metade, certo? Como quebar e arrancar os dedos usando um alicate.... colocar uma centopéia no ouvido.... vamos a um encontro na biblioteca, e prometo ser gentil enquanto estiver mexendo nas suas entranhas !!!
Um coração bom, quando regado com uma gota de amor que seja, aínda que morto por conta das decepções, renasce pra vida novamente!
"Sei que ainda existo!
No grito de todo louco!
Nos sonhos de qualquer morto!
Na miséria no conforto!
Na putrefação de todo corpo!
‒ Ainda existo?"
Rogério Pacheco
Poema: Abrolhos latentes
Livro: Vermelho Navalha - 2023
Teófilo Otoni/MG
A depressão arrasa, devasta, transforma vidas em desertos áridos ou campos de batalha cheio de mortos para enterrar. Aprendi que devemos sepultar a nós mesmos dentro desse processo e aprender a recomeçar todos os dias!
Digno é o Cordeiro Jesus Cristo, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças.
- Morrer vivo, ou viver morto?
A morte negocia, propondo não te levar se você levar ela.
Mas não compensa, só mesmo uma pessoa determinada para não aceitar essa péssima oferta.
Infelizmente muitos aceitam, quantas pessoas apenas existem, permanecendo entre aspas vivas, mas não passam de cadáveres, mortos estão, pois o sobrenome dela é acomodação.