Morte e Melancolia
O sangue que correu em cada veia
De cada pessoa que amei, verteu
Menos um, ele prevaleceu
E sei que me esperaria o quanto fosse necessário
Só que não..., poderia corresponder-lhe
Um ser de negras asas veio até nós,
Eu morta e ele ao meu lado
E num ato de dedicação e auto satisfação
Desmanchou-se para que a vida corresse
Em minhas veias novamente
Nunca me esquecerei dele
Seus olhos, sua maldição, sua esperança
De todos que amava, me sobrou apenas um
Esse um já se faz suficiente
Apesar de tudo o detesto
Não sabia como proceder
Minha voz não saía
E em mim folego não havia
Para expressar um único som
Eu havia morrido em meio a pensamentos
Vegetando, meu corpo já não estava em lugar algum
Minha mente ocupava todo o espaço
Ainda não tinha sido desconjurada, então...
Conjurada estava e conjurada fiquei
Desejava saber seus objetivos
Oque ele esperava fazer ou conquistar
Deixando minha mente ali?
Ah, se eu pudesse voltar no tempo
Nunca mais o verei
Nunca mais verei ninguém...
Conjurada, morta em vida, vegetando....
Maquilhei o coração ,
Com tintas coloridas ,
Mas a água é o perigo,
Destas idas e vindas .
O amor é tão perigoso,
Já deveríamos saber,
Embarcamos sem rumo,
Sem mapa , sem leme.
Ficamos à deriva,
Em pleno alto mar,
E se ela baixar,
É o destino a nos juntar.
Mas o mar não é constante,
E este amor não foge à regra,
Fomos inexperientes navegadores,
Nos afundamos em pleno rio Tejo .
E hoje ?
Hoje é o dia das flores,
Em que todos vestem escuro,
Se tivéssemos sido prudentes,
Poderíamos ter desenhado outro futuro.
Uma lágrima para o menininho
Que têm os olhos preenchidos
Por areia salgada;
Uma prece para anjinho
Que não pode mais brincar
Com o irmãozinho no sofá da sala de casa;
O anjinho voltou para o céu,
Pois o futuro lhe foi tirado.
A esperança morreu na praia;
Viver em paz lhe foi negado;
É o presságio de uma nova guerra
Com seus clichês medievais.
É o desespero que impera.
Vejo o futuro agonizando
Nos pés do mar da Velha Terra.
Desculpa mãe!
Sempre quis ser mais presente. Não pude até te perder e perceber que a única coisa que realmente importava na vida era estar perto de ti, o máximo de tempo possível. Perto da única amizade verdadeira que antes jamais tive.
Sempre quis ser um filho bom, não pude por conta de umas questões paralelas aí! Mas quis a vida inteira ser um bom filho, repeitar os mais velhos, ouvir-te sem questionar. Agora você se foi e eu estou aqui, vivendo estes dias tão tristes. A dor que me consome agora, também me paralisa. Olho ao redor e sinto os teus cheiros...
Lembro-me daquela comidinha gostosa que você preparava. Lembro de seu perfume, aroma de gordura e alecrim. Lembro-me de seus trejeitos inesquecíveis e da covinha em sua bochecha. Lembro dos teus olhos já quase sem brilho, esmaecidos pela vida. Lembro de quase tudo sobre você. Faz muito tempo, mas me lembro. Como poderia esquecer?
Tenho a sensação de que não vou aguentar sua ausência! Sinto sua falta todos os dias e, às vezes, tenho a sensação de que não vou aguentar. Durante a noite as crises são piores, você está em tudo, nem adianta cobrir a cabeça com o cobertor. Sinto tanta saudade de você!
Sei que já sou homem e que tenho de ser forte, mas veja seu neto como está, veja o quanto cresceu em tão pouco tempo! Você sempre quis ter um neto, lembra-se?
... Desculpa mãe! Volta pra casa! Volta.
Dia frio
Você só é forte e arrogante até ver
o buraco de terra vermelha aberto no chão
e as pás cheias de terra
ressoando no caixão sobre os seus.
A ti, abutre.
Sinto falta do passado,
Tudo que me dói,
Tudo que a mim corrói,
Remete ao obliquo renegado.
A esta minha sina equivocada
Sou o karma desta minh'alma amaldiçoada.
Trago entre os dentes um cigarro
Nos lábios, meu batom borrado
Na cabeça, a coroa do passado
Cá estou, prestes a destruir outro carro.
Nunca mereceste um pingo de piedade
Meu miocárdio ainda grita a traiçao
Não convém conceder-te perdão
Tua vida desconhece o valor da lealdade.
Amaldiçoada seja a tua existência
Se nada fui ou signifiquei,
Se nada importa, nem a dor que suportei
Nada existe! Nem tua essência.
Quero teu sangue escorrendo por meu corpo,
Quero seus gritos agonizando em sufoco,
Quero que implores como louco.
Ei de ver-te com o medo tranparecendo à epiderme.
Chore, meu bem.
Deixe suas lágrimas orvalharem,
Permita ver elas te entregarem,
És agora meu refém.
De ti, nada menos que um metro de distância
Na minha taça, nada além de teu sangue ou suor
Em meus fones, nada mais que teus gritos de dor
Talvez permaneças ainda com a mesma nula relevância.
Se sento a mesa, alimento-me de vingança
Me deleito com o que me nutre
Fomento a ti, abutre!
O lado negro venceu na balança.
Segure minha mão,
Juro-te ser desleal
Seguir a ti, Judas sem ponto final,
Anseio ouvir teu "Não"!
Anseio te ver implorar,
Ofereço tua vida a quem quiser!
Que se faça dela o que vier!
Mas vais ingerir todas as borboletas que me fez regurgitar!
Por longos tempos fui luz.
Tornaste-me escuridão.
Mergulhei tão fundo nessa imensidão
Que agora vais comigo ver que nem sempre é ouro, tudo aquilo que reluz.
Thaylla Ferreira Cavalcante (Sou nós)
E então as cores se foram
Partiram em mil pedaços
E tudo ficou cinza
O dia não amanheceu
Paralisou naquele instante
Onde não havia mais o seu sorriso
Nem suas palavras
Ou o seu respirar
Lágrimas secavam em meu rosto
Enquanto novas surgiam
E eu simplesmente não conseguia
faze-las parar
Dizem que o choro alivia
Então quis chorar o tempo todo
Mas a dor não cessou
E os dias jamais amanheceram
Foram sempre escuridão
Tudo sempre cinza
E sem os seus sorrisos...
Hora de partir.
Você fala em desapego
Mas se apega a aparência.
Você refuta o aconchego
Mas insiste na permanência.
Você critica o que convém
Mas logo tu que não se mantém.
Se te falo em entrega
Me dizes que assim não erra
Que tenho idéias antiquadas
Que sou por deveras equivocada.
Que sou sopro de apego
Que dispenso as aparências
Que busco teu aconchego
Rezo por tua permanência
Eu que velei tua alma
Que dispensei as amarras
Enquanto te vi partir.
Eu que mantive a calma
Conheci tua outra amada
Enquanto via meu mundo ruir.
É você mais sal que açucar
És de todo ruim
Inválida foi minha luta
Tens agora o meu sim.
Você diz que é do sol,
mas molha o que ele enxuga
Você diz amar a noite
Mas não é pra ela que se arruma
Você diz querer o mar
Mas não se entrega nem mergulha
Diz também ser furacão,
A este sim, se equipara na destruição,
Fostes minha perdição.
Mas fui,
Eu fui!
Antes tarde do que nunca.
Thaylla Ferreira Cavalcante {Mais uma deste ex amor}
►Há Demônios Em Minha Mente
Minha mente está inquieta
Escuto vozes que não reconheço
Dizendo para eu matar minhas palavras prediletas
E, cada vez mais eu me enlouqueço
Não consigo mais distinguir a escolha certa
Em um calabouço de más ideias eu me perco
Já não me lembro de nenhuma meta
Essas vozes estão me corroendo
Não há escapatória, não há janelas
Meus pensamentos humanos estão se dissolvendo
Estou me destruindo, peça por peça.
Ódio, dor, sem amor próprio
Raiva sem motivo, nada mais é relativo
Uma ferida no peito é um remédio ótimo.
No escuro as vozes querem que eu odeie todo mundo
Na solidão não há necessidade de calor em meu coração
Saudade e felicidade estão morrendo em minha memória
Meu anjo da guarda tirou uma eternidade de folga
Estou desfiando em fios a minha sorte
Querem que eu destrua meus líricos como esporte
Sem mencionar minha saúde, que se contorce
Minha diretriz está em total desordem
Meus pensamentos querem a minha morte.
Não possuo mais o controle
Minha salvação está fora de alcance
Sem receber ligações ao telefone
Sozinho ficarei totalmente louco
Logo darei meu último sopro
Logo não aguentarei o peso de meus ombros.
Um ano depois
Sentimentos sombrios
Transpassados de um humor sórdido
Lembanças embebedadas no mais elevado teor alcoólico
E o cheiro a contrastar com estes meus lençóis frios
Aqui da janela, tudo parece uma pintura
Verniz escorrendo no acabamento mal feito
Feio como o conhecido pacto desfeito
Bem-vindo à famosa ausência de compostura
O sangue escorre por meu braço
Lágrimas orvalham meu rosto
No espelho só me vem desgosto
O importante é que rompi o laço.
Cortei as linhas que nos ligavam
Sequei todo sentimento
E por um feliz momento
Desejei poder não dar ouvidos a tudo que falavam.
Por vezes precisei me entorpecer para não sentir
Do meu cigarro favorito foram sete maços
Nas paredes do meu quarto vários traços
A lua me mostrava ser melhor deixar partir.
Thaylla Ferreira Cavalcante
E quando eu acabar os meus dias aqui quero que as pessoas sintam a dor da minha partida. Só assim terá valido a pena todas as alegrias e tristezas vividas aqui pela minha intensidade. Não desejo levar nada de ninguém mas quero deixar muito de mim.
E eu ainda insisto em dizer que naquele dia, não apenas seu corpo foi enterrado, eu sinto como se toda a minha energia tenha ido junto
PENSAMENTOS KAMIKAZE
Frio vento da manhã
Assanha de leve meus cabelos
Coloca sobre o leite derramado
Lágrimas que não vão limpar o meu tapete.
Temos ódio e o coração foi derrotado
Colocamos no peito o destino traçado
Levamos na cabeça a memória da derrota
Basta, com um olhar baixa o clima
Veja mesmo a morte tem descendentes.
Líquido da memória de um adolescente
Com certeza não é semente que esperem gerar frutos
Nem há de ficar marcado com o ferro do inferno
Dando vazão a um poço sem caldas.
Lotação completa, segue o carro em movimento
Difícil é se manter seguro a ele
Oposto de se obter benefícios
Não quero mais seguir este caminho.
Jamais pedi a você que por amor
Colocasse uma bala em minha cabeça
Mas volto e lhe peço agora.
Sujo o pára-brisa deste carro em movimento
Não quero mais olhar para ver se ainda existe caminho
Quero voltar ao fim
Seguir uma reta longa que tenha um fim curto.
Curto a contagem regressiva do momento
Estou entre largar a vida e segurar minha derrota
Lembro do vento e seus olhos orientais
Sinto o quanto gosto de sua companhia
E volto a aceitar seguir com o carro em movimento.
IDA DESISTIDA
Em um domingo, quase fomos.
Choveu.
Ida desistida
em vários outros domingos.
Não fomos.
Fomos desistindo, desistindo...
Agora não há mais
Domingos"
Registro de um momento de tristeza...
Esse texto "brotou" dia 06 de abril. Estava me lembrando de um dia que estavámos eu e minha ame indo para a Igreja do bomfim e ela desistiu, com medo da chuva.
Quinze dias depois, ela faleceu.
Comece a rezar.
Bem aventurados sejam aqueles que te ignoram
Amaldiçoados sejam aqueles que por ti choram.
E se do pó viestes, ao pó não voltará
Tua imoralidade, toda bondade ceifará.
Quero que morras triste e solitário
Sentindo dor e frio
Quero que você sofra um inferno agonizante
Até a decomposição de tua carne.
Quero ver-te sozinho, chorando,
No vazio, e por piedade implorando.
E no velório de tu'alma, assistirei a esta matança,
A supremacia da divindade, aqui não alcança
Teu sangue petrificará.
Pois tenho em minhas mãos o poder,
Agora é ver pra crer
Crer que nada acabou,
Que teu sofrimento continuou, e por longas datas há de continuar.
Meu consolo é saber que não há nada que possa te consolar.
Quando os cavaleiros subirem o monte,
A pedra mais alta irá cair,
E eu estarei a aplaudir,
Será teu coração a desmoronar
O coração que achei que tu não tivesse,
Mas deus há de atender minha prece,
Terei poder tão logo e não distante.
O inferno, à terra vai subir,
Iremos nos encontrar.
Como fogo e água,
Mar e luar,
Pontos opostos da velha diretriz.
Sou a lua sobre a escuridão,
Sou fogo, clarão,
E tu, apenas algo a sucumbir.
Prometo ser piedosa!
Doses longe do brutal.
O perdão é para poucos,
Para os loucos,
E para alguns moribundos como ti.
Fui pouco,
Hoje sou muito,
Tanto que nem me caibo
Por isso me guardo em mim,
Aprendi contigo, é certo dizer
Não sei mais sentir
Sou vazia de mim, pelo vazio de você.
Em meio a meus 12 "eus",
O mais amado foi me trair.
O que fazer?
O que sentir?
Deixar doer ou ver partir?
Continuo a ouvir o doce som da podridão de teu corpo,
De teus ossos se preparando para uma iminente implosão,
Da ruína que está se tornando teu coração.
Adentrando uma terra deserta,
Colmada de vingança e ódio sem perdão.
Mas o alívio final será meu,
E enquanto paga teus pecados, o inferno será teu.
O mesmo inferno que me prometeu, cômico, não?!
Não tens amigos,
Não tens família,
O lado bom da armadilha é que tu próprio se prendeu,
Perdeu-se em meio aos detalhes.
E por minha pura tirania, admito, doeu um pouco
Mas por fim, não sou eu quem está a ficar louco.
Não sou eu quem está sem pão,
Sem amor ou perdão
Não sou eu quem está abandonado,
E pela simbólica escuridão,
entrego-te esse recado:
Pense em teu pecado.
Não tente manter-me perto,
Fiquei melhor com tua pior escolha
E agora viva nesta bolha
Como um mero condenado.
O mal está em tudo,
Infiltrado nas melhores relações,
Nas piores proposições,
E até no maior amor do mundo.
Lava esse rosto,
Mostre-me o que tanto tentou esconder,
Há tanta lágrima espalhada
Chega a dar desgosto.
Acordou de cara marcada,
A noite deve ter sido mal encarada.
A bebida vai virar sangue,
Hoje teu anjo da guarda desde de gangue,
A escuridão tomou conta
A tentação venceu-te de ponta a ponta.
Teu sorriso agora ausente comprova,
Vamos para a santa inquisição,
Perguntas feitas e não respondidas,
Vidas interrompidas,
Malditas,
Sem perdão...
Como a tua traição.
Thaylla Ferreira Cavalcante (relicário de vocábulos vazios.)
►Faça Dela Teu Anjo
Eu te amo de mais, meu amor, não solte minha mão
Por favor, não siga a luz, não solte minha mão
Fica comigo, vamos superar tudo isso, não solte minha mão
Prometemos descobrir juntos o mundo, não me deixe na depressão.
Meu Deus, por que deixas minha amada sofrer?
Diga o motivo para ela merecer
Ela já não possui forças para me abraçar,
Como se ela passasse a morar em cima da cama
Ela já não mais anda,
E com dificuldades ela suspira que me ama
Meu Deus, ela está frágil como as pétalas de uma linda rosa
Com lágrimas descendo sua pele clara, eu me desmonto
Eu lhe imploro, não a tire da minha vida, senhor
Foi ela quem fez de mim quem eu sou
Sem ela, eu não irei viver como este sonhador.
A respiração tornou-se uma preciosidade
E em seus lábios, hoje só saem dores
Ela já não mais enxerga as lindas cores da cidade
Eu fico de manhã até a noite ao lado dela,
Mas, por dentro eu derramo em tristeza, por saber que vou perdê-la
Senhor, faça dela o teu anjo,
Pois ela não sabe mais em que ano estamos
Senhor, cesse o sangue que surge regularmente em suas vestes
O lindo vestido que lhe presenteie, hoje vermelho se parece
Senhor, se for tira-la de mim, tire
Mas não deixe que ela continue a sofrer, escute minhas preces.
Me lembro quando a escrevia poesias,
Ela me pedia para escrever para ela a cada dia
Hoje eu me sentei ao lado da cama, e recitei
Chorei quando reparei que seus lábios estavam avermelhados,
E seus olhos me falaram quanto tempo eles haviam chorados
Meus sentimentos permaneceram os mesmos,
Amo-a como amava nos velhos tempos
Mas, mesmo que me machuque dizer,
Quero que ela não sinta mais esse sofrimento,
Pois eu mesmo estou sofrendo
Salve-a, passe pela janela e a leve para o paraíso,
Pois minha vida acabou no momento que ela disse que sempre me amou
Essa foi a frase de despedida
Oh meu Deus, minha vida era ela, minha querida Cinderela,
Flor mais bela, que hoje a pele gela,
Avisando-me que o fim a espera.
És tão linda quando consegues descansar,
E eu fico a imaginar se ela reaprendeu a sonhar
Faz tanto tempo que estou acordado,
Que meus pés já adormeceram, mas eu estou com ciúmes
Pois Deus levará de mim a luz,
E eu ficarei no escuro.
Oh meu Deus, nós tínhamos planejado o nosso futuro
Eu cochilei, amor, sinto muito,
Você se foi enquanto sonhava
O que estava pensando quando fora levada?
Quando você se foi, meu amor, o tempo parou,
Hoje nos céus, Deus guarda minha amada.
Dor
Caos
Escuridão...
Seria esse o prefácio do fim?
Loucura
Devaneio
Pesadelos...
Existiria um purgatório antes de lançar-me ao vácuo?
Preocupações
Amores
Dessabores...
Monstros me perseguem enquanto durmo e quando acordo, torço para que apareçam e me sinta viva.
Sinto mãos me tocarem a noite... Mãos inexistentes. Sei que precisarei me decidir uma hora, mas falta-me algo.
Não me atormentam enquanto estou acordada e isso me mata aos poucos. Por que esse silêncio ronda-me como nunca?
Teriam eles cumprido seu propósito e agora só esperam minha decisão?
Mãos quentes apertam-me o peito e estrangulam-me aos poucos me deixando agonizar esperando ansiosamente algo que não sei o que é
Segue-me a todo o momento
Sinto feridas se abrirem e nem sei como elas vieram, apenas sinto brotarem de mim e se derramarem pelo meu ser... Feridas visíveis e invisíveis
O silêncio cresce
Os amores desaparecem
As feridas aumentam
Tudo parece escorrer entre meus dedos.
Luzes de um farol alto que ofuscam a visão.
São como gotas de orvalho expostas ao sol.
Minhas viagens são sempre voltas à infância, aos lugares onde vivi um dia. Uma procura, pai, mãe, avós, tios, amigos mortos. Volto atrás e procuro no verde, na luz, no céu. Em vão. O que perdi não terei mais, porém, mesmo assim volto sempre. A esperança de que algum dia encontrarei aquilo que procuro incansavelmente. Quem sabe na morte, única paisagem que por enquanto me é vedada.
Dor substitui amor
Você nem ao menos disse adeus
Apenas deixou uma carta,
Sangue e um frasco de remédios
Eu sei que a vida não fazia sentido
Que a vida não importava
Mas eu estava aqui ao seu lado
Isso não importava?
Agora só tenho lágrimas
Lágrimas neste dia de preto
Soluços e choros e me mantenho quieto
Sempre foi assim
Você trocava nosso amor
Por coisas como lâminas
Drogas e dor, muita dor
A dor que você não sente mais
Mas sou eu que sinto agora
Desde o dia em que você ficou assim
Só dor substitui o amor
Agora estou sozinho
Sem você ao meu lado
Alguém que me completava
Alguém que eu amava
Agora só tenho lembranças
De cada lindo sorriso seu
Que tropeçava ao sair do seu rosto
Quando eu fazia algo bobo
De seus olhos negros
Tão negros quanto o céu
Mas que, ao fundo, existia um brilho...
Irradiante como a lua
Nada disso existe mais
Seus lábios que tinham um sorriso
Agora são gélidos
Como o seu corpo em meus braços