Morte de uma Filha
Sinto uma dor forte de não ter meu amor, os anjos o levaram, e só ganhei desamor; choro por ti, vejo todas as almas ao céu subir, eu aqui na terra a infligir, pois meu apego foi sucumbir.
Se sofrimento é passageiro, divindade me dê a paz e me leve por inteiro, sou corrosivo com o tempo, ando ao vento por este sentimento, sem o meu amor eu caminho ao relento.
Da morte tenebrosa quero virar uma estrela, ir ao teu encontro e degenerar toda tristeza, voando ao céu segurando tua mão, e depois de um beijo você arrebataria a minha escuridão.
E se eu morrer,
não queira doar meu coração,
já pensou alguém sentindo toda essa dor?
Muita judiação.
Tudo é uma questão de termos nossas dúvidas respondidas e os caminhos traçados, não existe nada na vida que não seja passível de transformação, aquele que se bloqueia em uma nuvem de poeira, sufoca até a morte.
(...)
Enquanto poeta Alvaro Giesta, a liberdade da palavra, no uso poético que lhe é dada, permite-lhe, em O Retorno ao Princípio, filosofar acerca da morte. A morte, que é a garantia da ordem no mundo dos homens, que é o que concede o diálogo, pois, no mundo humano adquire-se a vida através da morte. Só, assim, a vida tem sentido.
A linguagem poética, neste caso na enfatização da morte pela palavra, não procura uma finalidade, uma explicação, não procura atingir algo, atingir um fim - isto, é para as religiões e seitas. Na linguagem poética a palavra não morre. A palavra, se morre, é para dar vida à palavra nova porque "a palavra é a vida dessa morte", como nos diz o filósofo Maurice Blanchot e o poeta Alvaro Giesta, num dos poemas iniciais de O Retorno ao Princípio.
A linguagem poética, neste caso na enfatização da morte pela palavra, não procura uma finalidade, uma explicação, não procura atingir algo, atingir um fim - isto, é para as religiões e seitas. Na linguagem poética a palavra não morre. A palavra, se morre, é para dar vida à palavra nova porque "a palavra é a vida dessa morte", como nos diz o filósofo Maurice Blanchot e o poeta Alvaro Giesta, num dos poemas iniciais de O Retorno ao Princípio.
(...)"
do posfácio ao livro O Retorno ao Princípio, de Alvaro Giesta
inclina-se o decadente tempo
para o ir das frias águas
onde misteriosa
e incógnita
é a sorte.
nessas fontes enigmáticas
a luz, antes intensa, deixa de o ser
e cai no esvaziamento.
é o tempo do inverno!
ali, nesse tempo, a matéria se nomeia
MORTE.
nessa permanência intemporal
permanecemos esquecidos
mas, em essência, somos.
*
desse tempo etéreo
pulsando
um halo se evola,
quando
a lucidez em indizível ciência
estremecida
traz da essência o ímpeto
que ressumbra desse húmus,
até aí ignorado.
ilumina-se a uma luz
intensa
essa penumbra crepuscular;
como na árvore,
que do cálamo em sono mergulhado
se acendem em flor os gomos
essenciais à VIDA.
in "O Retorno ao Princípio", Editora Calçada das Letras, 2014
Os grandes não morrem, apenas descansam nas entrelinhas de suas histórias, ressurgindo a cada amanhecer!
"Quando morre um poeta ficamos um pouco mais mudos e surdos. Não conseguimos os sentidos que a poesia apura. Quando morre um poeta ficamos pobres...de sentimentos nobres e puros, de deslumbramentos pelas coisas mais inusitadas e até pobres de espírito, tanto do bem quanto do mal. Nossa alma se entristece e sentimos a dor da perda daquele que abastece nossa alma de versos, rimas, contos e encantos".
Luiza Gosuen
Antes fazer como os escritores e poetas que morrem de causas naturais do que tantos canalhas e hipócritas que vivem de causas artificiais.
Quando morre um escritor morre uma estrela do céu,
meu coração compadece pois sempre vou escreve,
mais seria uma estrela pois minha alma é um constelação,
num mar de solidão compreendo a existência...
pois mar se dá como ar de uma estrela...
mesmo morta está no céu.
por celso roberto nadilo
Dizem que a curiosidade mata, mas as vezes na verdade é ela que mantem aqueles que esperam nas surpresas da vida.
Meus sentimentos por você morreram juntos com o pôr do sol. A única diferença é que o sol nascerá de novo amanhã.
Ando ridico de palavras,
escravo de mesmices.
Fico triste de domingos vazios.
De pequenas lamparinas
que iluminam mas não aquecem.
Assim sigo tomando os mesmos venenos,
vomitando as mesmas bobagens.
Enquanto o alfange da morte não
ceifar os meus suspiros.
Enquanto os seus olhos ainda teimarem
em não me ver.
MORTALIDADE (B.A.S)
Somos chamados de "mortais".
É o que realmente somos, passageiros.
A nossa mortalidade e não eternidade é
o que nos define. Seres passageiros...
transitórios...
O amor é a única resposta para a morte...
SÓ O AMOR PERMANECE...
Passageiro do nada
Picotou-me o coração a vida.
E para sempre me quer assim.
Faz-me sentir não credora de mim.
Culpa-me por respirar,
E por não valorizar este ato de amar.
Rapinou-me a mente a morte,
Sem traumas me parou.
Debruçou-se sobre mim
E as chamas da vida,
Uma a uma de mim arrebatou.
Desfez-se de mim o tempo,
Que nem para a morte
Nem para a vida me entregou.
E sobre meu corpo, vivo morto.
O tempo se largou.
Enide Santos 30/10/14
Legado.
O que mais a vida nos ensina não esta em nossa individualidade, nem ao menos em nossas projeções, as verdadeiras lições da vida se encontram nas pessoas que passaram pelo nosso caminho. A verdadeira essência do modo coletivo em que vivemos está presente em nossas conquistas, mas do que valeria todos os esforços, se não houve a quem entregá-los, se não existissem as pessoas que fossem dar o real sentido de tudo que fazemos. Esta é a vida. O puro prazer de lutarmos por algo que seja não apenas um objetivo pessoal, mas algo que alegre, complete, e acrescente a vida das outras pessoas. Junto com a vida, sempre existe a morte e com ela vem a certeza de que tudo que fizemos ficará eternizado no coração de outras pessoas, as mesmas pelas quais lutamos a vida inteira, a decisão de continuar lutando por novas conquistas não é nossa, e por isso quando tudo se acaba, tenha a certeza de que sua missão foi comprida. A batalha será sempre vitoriosa, se ao fim deixar saudades. É com esta saudade que devemos continuar a viver, e aplicar tudo aquilo que nós foi passado por alguém especial, alguém que jamais deixará de estar com você, que agora pertence a outra dimensão, mas leva consigo sua alma, e deixa não apenas suas conquistas e ensinamentos, deixa o seu legado, e este ... Ficara para sempre em todos pela qual ela já lutou um dia.
Ouço ruídos estranhos durante a vaga e silenciosa noite. Quando o tic-tac do maldito relógio que soa em eco pelo corredor deserto faz minha mente oscilar. Realmente posso estar vulnerável à morte. De fato pessoa nenhuma poderá me salvar enquanto meu corpo estiver queimando, quando o sangue borbulhante escorre sobre meus braços e em pingos tocam o cálido solo das trevas.