Morte de uma Filha
“QUERO QUE CADA SER HUMANO NÃO TEMA A MORTE OU A VIDA, QUERO QUE CADA SER HUMANO CHEGUE À MORTE EM PAZ, RODEADO DO MAIS SÁBIO, CLARO E TERNO CUIDADO, ENCONTRANDO A FELICIDADE SUPREMA QUE SÓ PODE VIR DA COMPREENSÃO DA NATUREZA DA MENTE E DA REALIDADE”
Seitas assassinas como as de Charles Manson e de Jim Jones, que levaram milhares de pessoas a morte. Até mesmo as seitas fictícias como as de Joe Carroll. Até hoje elas realmente existem, estão bem ocultas nos lados mais sombrios do mundo. Mas também tem aquelas que estão bem mais expostas, só que estão mascaradas pela bondade e fé, sendo que por trás só há corrupção, sacrifícios e derramamentos de sangue. Essas expostas hoje em dia são mais conhecidas como "Religião"
Haveria ressurreição se não houvesse a morte?
Haveria alegria se não houvesse a tristeza?
Haveria a certeza se não houvesse a dúvida?
E quanto a ordem, será essa?
Quem nasceu primeiro, a dor ou a alegria?
“Por um instante a morte soltou-se a si mesma, expandindo-se até às paredes, encheu o quarto todo e alongou-se como um fluido até à sala contígua, aí uma parte de si deteve-se a olhar o caderno que estava aberto sobre uma cadeira, era a suite número seis opus mil e doze em ré maior de Johann Sebastian Bach composta em Cöthen e não precisou de ter aprendido música para saber que ela havia sido escrita, como a nona sinfonia de Beethoven, na tonalidade da alegria, da unidade entre os homens, da amizade e do amor. Então aconteceu algo nunca visto, algo não imaginável, a morte deixou-se cair de joelhos, era toda ela, agora, um corpo refeito, e por isso é que tinha joelhos, e pernas, e pés, e braços, e mãos, e uma cara que entre as mãos escondia, e uns ombros que tremiam não se sabe porquê, chorar não será, não se pode pedir tanto a quem sempre deixa um rasto de lágrimas por onde passa, mas nenhuma delas que seja sua. Assim como estava, nem visível nem invisível, em esqueleto nem mulher, levantou-se do chão como um sopro e entrou no quarto.”
(José Saramago, “As intermitências da morte”)
Deixam rastro as cinzentas,
De Azrael, Arcanjo da morte,
E ainda assim, se as almas que Azrael carrega
Atravéz da escuridão gelada,
olharem embaixo de suas asas dobradas,
verão que suas faces são douradas.
O fim nem sempre é o final, mas pode ser um sinal de renovar e/ou renascer... A morte é só uma viagem, pra vida ela é a passagem... Pode não ser tão ruim...Porque tudo aqui tem preço, porque todo recomeço vem sempre depois de um fim."
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Nota: Trecho do livro "Os Lusíadas" de Luís de Camões
Mesmo depois da minha morte,
desejarei ser lembrada... Mas será
que para isso, terei que me tornar
uma Clarice Lispector da vida, ou
um Elvis Presley ?
[continua]
A morte de um companheiro de estimação.
A ficha não cai depressa
O fim é tão intenso, que não o sentimos.
A despedida sem se despedir, machuca.
Dizem que os seres sabem quando estão pra morrer,
E devem saber mesmo.
Um animalzinho de estimação, muitas vezes, senão sempre,
É mais companheiro do que alguns que se dizem amigos.
Os anos se passam e lá estão eles,
Os anos se passaram.
Hoje eu chego em casa, minha companhia não está mais lá.
O barulho, o xixi e a bagunça que incomodavam hoje fazem falta,
Alguns, frios, dizem que é só comprar outro,
Outros, entendedores, sabem que não é como um celular que se troca,
Como uma roupa, da qual há pelo menos uma igualzinha na loja,
É o apego, o amor, o carinho.
Carinho do qual, muitos dos que são reservados socialmente,
Encontram nesses animaizinhos.
Carinho sincero, doação d amor, doação de atenção.
Para muitos, balela.
Para outros, paixão.
Deixo meu adeus a quem retribuiu gritos com lambidas,
Coleira com alegria,
Cansaço na chegada com dose frenética de empolgação.
A Saudade é lâmina fria, corta a noite fere o dia
Lembra a morte sorrateira, rouba alegria,
Maltrata a alma amante
faz o tempo tredo constante
e aflição melodia.
A maior tragédia da vida não é a morte, porque um dia iremos todos morrer. A maior tragédia, é não poder voltar no tempo, é não poder reviver.
Autora: Aurilene Damaceno
E um dia a gente se conforma que,
não há nada melhor que a morte,
quando a sorte do desvalido
é viver morto.