Morte de um Bebe
Não me importo com a hora da morte, pois a sepultura jamais conseguirá tirar um minuto da minha eternidade com Deus.
“A morte é tão comum, tão normal. E mesmo sabendo que é algo inevitável, não nos acostumamos, não esperamos. E ela não deixa de chocar, de machucar, de doer. Ela fica lá te atormentando. Te lembrando de tudo que passou com aquela pessoa e de tudo que ainda poderia passar se não fosse ela. Se ela não chegasse e destruísse os corações de todos que rodeavam o morto. Ela vem e deixa o ‘e se’ plantado na nossa cabeça, então, paremos de teme-la e comecemos a aproveitar a vida, as pessoas enquanto elas ainda estão aqui. Enquanto a morte não chega. Enquanto ainda podemos deixar os ‘e se’ em aberto, afinal ainda podemos mudar as coisas. Porque depois da devastação, quando se olha pro lado e não vê mais aquele pai carinhoso que te fez, aquela mãe maravilhosa que te guardou sempre com ela, aquele tio que te cuidou, aquele irmão que te irritou, aquele amigo que te acompanhou, aquele filho que te desobedeceu, todos que estiveram ali, que te mostraram a felicidade, a raiva, o carinho, o amor, a amizade, o companheirismo… tudo, que viveu, que sorriu, que chorou, que abraçou, mas que agora não ta mais ali, não se pode tocar, olhar, abraçar, beijar, que só tem lembranças, fotos e aquelas coisas bobas e que antes pareciam insignificantes agora tem todo um valor.”
Turno à Janela do Apartamento
Silencioso cubo de treva:
um salto, e seria a morte.
Mas é apenas, sob o vento,
a integração da noite.
Nenhum pensamento de infância,
nem saudade nem vão propósito.
Somente a contemplação
de um mundo enorme e parado.
A soma da vida é nula.
Mas a vida tem tal poder:
na escuridão absoluta,
como líquido, circula.
Suicídio, riqueza ciência...
A alma severa se interroga
e logo se cala. E não sabe
se é noite, mar ou distância.
Triste farol da ilha rosa.
E, se Deus quiser, amar-te-ei melhor depois da morte.
O rei Davi disse: ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei a mal algum.
Só se pode não temer esse tipo de "mal", quando se passa pelo vale da sombra da morte.
É o único meio para se saber se se está pronto para temê-lo ou não.
"A vida é um câncer incurável no corpo da morte. Mas, onde houver vida, aí haverá libido, quer dizer, ação do princípio do prazer, busca da felicidade."
A vida é finita, e a morte é inevitável. Todos vivem nas mesmas condições.
Sim, eu já experimentei a morte, quando estava na escuridão, triste e sem esperança; não ter Deus é ter morte, ter Deus é ter vida!
Ao contrário...
A morte me trouxe vida.
A dor me fortaleceu.
O sofrimento me curou.
A ausência me aproximou.
A falta me preencheu.
O não foi como um sim.
As palavras me alimentaram.
O alimento não me saciou.
A água me deu o refrigério.
O frio me acalmou.
Alguns abraços me ergueram.
O olhar me apaixonou.
Mas o fogo alimentou as brasas que por pouco não apagou.
Durante trinta anos eu vivi na sombra ... Tratei a morte para quem merece ... e eu desapareci como o vento.
Onde quero morar até a morte chegar
Vários lugares ja andei, por muitos lugares viajei... mas tem que um que quero sempre percorrer e se possível morar. Os caminhos misteriosos do seu corpo, no calor do seu desejo, no brilho do seu olhar ao me ver despindo-me, no gosto do seu beijo onde mora o desejo, esse desejo de querer mais do que só beijar, mais do que só abraçar, esse desejo de amar intensamente até cansar e a morte desejar.
Pois morrer amor é uma bela forma de amar.
Erika Renata de Macedo Andrade