Morte de um Bebe
A morte um alivio para os fracos!
Continuo a estudar perecimento da alma!
O merecimento do viver a morrer,ainda há de haver razão para tudo a ver e nada merecer.
São meus olhos a esta razão do amanha não existir e se não a amanhecer.
Quem não tem medo da vida, não deve ter medo da morte.
Dentre os questionamentos da vida está a certeza da morte.
Arrebatadora e cruel para a maioria que parte e para quase todos que ficam, ela é como um jogo onde todos perderemos as últimas fichas, na última mão, da última rodada.
Há quem lembre mais dos lances de sorte e como eles foram festejados, outros lamentam as muitas perdas e o vazio que fica quando cai a ficha e a má sorte foi lançada.
Todos chegamos com um grande cacife e partiremos sem nada levar, mas quem não tem medo da vida, não deve ter medo da morte.
"Dizem que o amor é mais forte que a morte". É que a morte não tem explicação, já o amor vem do ar, do vento, do tempo, do suspiro, do sorriso, vem de todos os lados em uma só direção onde mora o coração.
A morte também chora comigo.
As lágrimas escorrem sobre a tua face fria e escura, tão sombria.
Posso ver a morte chegar.
Aquele choro doía tudo por dentro e, nos dava uma enorme sensação de tristeza.
Eu, vendo aquele espírito chorando, pedindo por mais uma chance de misericórdia de coração arrependido, posso ver a morte chorar.
A procura de paz no seu peito machucado e ferido.
Não podendo fazer tal coisa, aquele espírito fez com todas as almas que ele mesmo levou para o inferno, se comoveram.
Mas nada podemos fazer o príncipe das trevas, o rei de todas as almas, no mundo dos mortos, também chora.
A morte também chora por sua morte.
Naquele lugar de almas perdidas, a morte também chora de saudades e solidão.
Nós a acompanhamos no ritmo meloso, também choramos por estarmos mortos.
Choramos por estarmos mortos.
Embraco no trem da meia noite
Embarco no trem da meia noite, no expresso com destino a morte pelo Sistema.
No trem que tem como objetivo levar toda dor.
Eternamente vou viver ao lado da morte com seus beijos gelado e com ela vou me deitar e sentir suas entranhas frias, com ela vou me deliciar em um mundo vasto de trevas e dor, a felicidade não reina nesse lugar e aqui só há tristeza solidão e maldade, a felicidade de alguém proporcionou minha tristeza e conseqüentemente minha morte súbita, mal posso me lembrar dos poucos minutos daquela corda menos de um metro entrelaçada em meu pescoço e eu me debatendo com a asfixia, agora estou aqui.
Estou em um mundo frio e cheio de dor, um mundo diferente deste mundo que vocês vivem um mundo tenebroso cheio de almas vazias, estou em um Enorme mundo vazio.
Na luta entra a vida e a morte, quem sempre ganha é a memória. Mas, uma hora ou outra, ela sucumbe ao esquecimento.
FRÁGIL CORPO
Apesar da nossa morte em ruínas
No peito acabou a ilusão na exaltação
Onde o meu frágil corpo ficou vazio
Preciso voltar escrever um poema
Antes que a noite escura chegue
E me faça um relatório de todas
As recordações que guardo na mente
Antes que o sono da morte cale para
Sempre a minha boca e meu meigo olhar
Preciso escrever o poema da minha vida
Antes que seja tarde e que a escuridão chegue
E que a morte venha e o meu corpo fique frio.
a morte nunca foi um paradigma
de tantos olhares maliciosos...
simplesmente uma outra vida ao seu lado,
neste momento descubro que as maiores conectivas
das minhas profundezas vendo que parte da minha alma
esta perdida pelo fato sermos um único lado
abrasivamente a felicidade é um sonhos de vários termos.
sempre com a mesma ousadia,
pequenos devaneios.
Nenhuma outra geração como esta tratará a falsidade no futuro como será tratada a morte com descaso.
O chamado
Quando a Morte me encarar
Face a face
E sorrindo
Invocar meu nome
E o Destino me disser:
- Eis seu último minuto!
Abrirei meus olhos
Levantarei meu corpo
E, encarando a Morte
E o Destino,
Direi:
Meu último minuto
Pertence ao Senhor;
Quem vem me buscar
Não é a Morte...
Mas a Vida!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
PENEDO OU ESPUMA?
Penedo ou espuma?
Vaporosa formação granítica
Rocha para correntes espumantes
Espuma ao contato das tempestades.
Quem és na essência
Se flutuas como tênues flocos
Se envergas trajes de matéria densa?
Na noite de teus mistérios
Ao esvoaçar de asas
Ensombrece o penhasco
Em enigmático mutismo.
Nos escaninhos de teu ser
Procuro espuma
Encontro penedo
Esculpo rochas
Desfaço espumas.
Que porta se abrirá
Ao chamado da dúvida?
Penedo e espuma
Dois estados do mesmo elemento
Encontro a ambos
No mesmo cenário:
Penedo é coragem
Espuma é indecisão.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
C R I A Ç Ã O
Meus versos, minha poesia
Não me pertencem:
Faço-me instrumento
De vidas alheias
De alheios sentimentos.
Sento-me no Banco da Vida
E transcrevo o grande poema
Dos homens
E dos deuses!
Minhas linhas são minha efígie
No anverso e reverso
Da moeda do tempo;
Crio vidas já nascidas
Sou senhor de alforriados
Pastor sem rebanho.
Meus versos, minha poesia
Não me pertencem:
Sendo a vida luz
Sou iluminado
E ilumino
Por minha vez!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
EM BUSCA DE UM CARNAVAL
Minhas ruas da infância
Estão vazias de sonhos e de confetes.
Os espirradores coloridos se esvaziaram no tempo,
Molhando requebrantes serpentinas.
Os pierrôs se fizeram mais tristes:
Suas colombinas perderam as fantasias
E em mulheres se transformaram;
Meu bloco virou a esquina
E o Bloco da Alegria
Em Bloco da Agonia se tornou;
Os mascarados tiraram as máscaras
E seus rostos outras máscaras se tornaram.
Meu carnaval menino
Em que espelho da vida
Escondeu seus foliões!?
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
CONVITE AOS SONHOS
O sono, traído pela inspiração,
Parte, contrariado,
A cerrar outras pálpebras
Insugestionáveis.
O poeta, atraído pela inspiração
Ressurge, reavivado,
A perder segmentos de sua alma,
Manchando alvos papéis
Com a cor perene
De seus voos de Ícaro!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
INTRINSECAMENTE
Esta é uma noite minha,
Intrinsecamente minha!
A estrela mais brilhante
Reflete em meus olhos;
O vento brando que beijou
As flores noturnas
Minhas narinas entorpecem;
A melodia do universo sussurra
Em meus ouvidos atentos;
Os sonhos contam segredos
Decifrados por mim.
Esta é uma noite minha,
Intrinsecamente minha!
Todo o universo
A mim se ofertou
E igualmente
A mim arrebatou!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
APELO
Quero humanas criaturas a me amar
Além do baço reflexo de minh’alma
De minha fisionomia, que ri e que chora,
Em sentimentos puros ou contrações involuntárias.
Quero humanas criaturas a receber
Meu coração púrpuro
Fresco de sangue,
Que é morte... mas também vida.
Quero humanas criaturas a soprarem
O hálito de sentimentos
Em meu coração pequenino
Querendo crescer, ao sabor da vida.
Quero humanas contradições
Alimentando meu coração
Quase sumindo...
Meu coração quase crescendo
Vertido de uma alma entorpecida
Buscando a humana vida:
Pequenino brilhante imerso
Nos desejos humanos!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
ESPELHO
Quando o tempo tatuar meu corpo
Com as rugas da idade
E o espelho refletir minha imagem
Tão estranha aos ares da mocidade
Que verão meus olhos cansados?
Uma vítrea personagem sem alma
Dublando um resto de vida?
Uma alma esculpida em bronze
Afrontando, sobranceira,
O inevitável Mistério?
As linhas tão profundas
Sulcando minha matéria frágil
Aumentarão a luz
De minha candeia íntima
Transformando minh’alma
Prenhe de liberdade
Num candeeiro sem fim?
Ó Tempo, eterno coletor de débitos!
Que me cobrará teu aguçado desígnio?
Quando o Tempo tatuar meu corpo
Com as rugas da idade
E minha imagem diluída no espelho
Perder o alento de quem se mira
Indagarei aos anos idos:
Que espectro me reveste o presente:
Anjo ou demônio?
Quando o Tempo tatuar meu corpo
Com as rugas da idade
E no espelho não houver imagem
Que me cobrará a Vida?
Com que peso ou leveza
A Pena da Eternidade
Lavrará minha sentença?
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
V a t i c í n i o
Enquanto o belo
For estandarte;
O ideal
Profissão,
O canto do poeta
Será semente
Fecundando
A escuridão!
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
Vértice divino
Durante milênios
Sentei-me na relva do mundo
E perscrutei as estrelas
Em busca de outros seres.
Durante milênios
Ao lado de pequenina semente
Reguei minha imaginação
Buscando formas
Procurando respostas.
Durante milênios
As estrelas cintilaram
E a roda do universo girou
Mas meus olhos cegos
Somente viram sombras
Da realidade tão perto.
Durante milênios
Voei o voo raso
Dos desencontros
Sentei-me no topo do mundo
E somente vi desolação.
Durante milênios
O mundo sulcou minh’alma
E descerrou minhas ilusões
E a semente da vida
Agora em botão
Mostrou-me os seres
Que há muito
Davam-me as mãos.
COSTA, Sergio Diniz da. Etéreas: meus devaneios poéticos. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2012.
VOO TRANSCENDENTAL
Sou pássaro encerrado
Nas grades das ilusões
Cantando canções de liberdade.
Minhas asas querem o voo
Das grandes alturas
Alcançar a Fonte
Das águas cristalinas.
Além, onde os pássaros voam livres,
Quero mergulhar no Oceano da Luz
Planar nas correntes da paz
E mitigar a sede
Nas águas do conhecimento.
Oh, morte! Leva me contigo para o vazio. Aonde meu ser esvaía-se completamente na penumbra da noite eterna.
Se o que a sociedade chama de loucura for a causa de nossa morte, pelo menos partiremos com dignidade.
"Ó Morte, me leva só no dia da sua morte. Porque hoje a minha dona é a sorte, e eu quero namorar a vida"
SEMENTE DE LUZ
A morte veio, chegou no dia em que deu à luz
As lágrimas do seu rosto eram o seu único alento
Ela estava mergulhada na terra seca como uma
Difícil semente de um amor tão belo e sensível
Afinal somos feitos para lembrar e sermos lembrados
Para chorarmos, fazer chorar quem mais amamos
Tal como sermos enterrados ou enterrar os mortos
Escondemos a nossa alma queimada de tanta dor
Num jardim de anseio que foi futuro ou passado
Onde temos medo da face da morte que nos rodeia
Dá-me o céu verde das tuas rosas com borboletas
Nesse último dia em que leva o fôlego do seu amor
Um ser pequenino e doce, para o colocar no paraíso
Onde brotou a vida, brota agora a morte neste dia tão Especial, repleto de tanta dor, apenas resta no seu peito
A morte semente de luz eterna na sua alma pequenina.
Dizem que na vida temos duas certezas, o sopro da vida e o ceifar da morte, lembre-se que Cristo já desfez esta mística a quase 2 mil anos quando ressuscitou Lázaro.
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