Morte
Com exceção de acontecimentos inexoráveis, como a morte, quase tudo pode mudar, a qualquer tempo!
Não hesite em reconsiderar, tentar de novo;
perdoar-se, pedir perdão, perdoar e recomeçar.
Cika Parolin
A religião cristã foi DADA aos homens pela morte de Jesus Cristo na Cruz, para torná-los participantes da Vida de Deus. Mas hoje em dia os cristãos decidiram CONSTRUIR uma religião que os torne participantes da vida terrestre.
Queria lhe escrever um poema
Mas sobre o que? Não sei dizer
A Vida? É Magnífica
Morte? Bem Intrigante
Política? Tá Cansativa
Natureza? Uma beleza
Momentos? São pequenos
Sentimentos? Muito intensos
Pensamentos? Barulhentos
Te digo sinceramente
Eu realmente
Não sei o que escrever.
E se morte é na verdade o começo de uma vida?;
E se as rosas no túmulo de um morto na verdade forem presentes para um vivo?;
E se o azul do céu for um lago de lágrimas daqueles que partiram?;
Do pó viemos, ao pó retornaremos.
A vida são longos 60 segundos
Dos quais 20 tomamos todas as decisões erradas,
Dos quais 30 passamos concertando essas decisões,
Dos quais 5 realmente vivemos,
Dos quais 5 nos lamentamos de não ter aproveitados os outros 55.
Fugimos da morte, mas mantemos ela por perto
Misteriosamente e inconscientemente perto
E como um sopro, ela chega.
"Vivo pela curiosidade do que será amanhã e por conseguinte, meu receio no tocante a morte, é o entendimento de que depois que me for, a curiosidade pelo amanhã, não mais existirá. "
A MORTE
A morte flagela-me
Fecho-me num quarto escuro
Dentro de um verso
Que eu tentava escrever
Palavras transpiradas de mim
Dentro de um poema inacabado
Rasgo-me o peito de dor
Para não o escrever
Letras que tentam fugir da morte
Entre os dissabores do meu corpo
Tento não enlouquecer
Nas vogais que me enlouquecem
Na insana sina esta a minha
Saboreio sem força esta insanidade
Perfeita ou imperfeita dum poeta
A morte fecho-me num maldito quarto
Sem portas, janelas ou luz alguma
Sem conseguir escrever coisa alguma.
A morte em vida
Vejo ao meu redor
Almas sedentas que vagam em cemitério infértil
Que ninguém rega o terreno endométrio
Gerador de novas vidas, tanto na Terra como no céu
Almas ressequidas pela robusta ignorância
Onde estão em si mortas
Apesar de semivivas
Não conhecem a vida
Apenas sobrevivem
Feliz são as prosopopéicas vidas que as assistem
Felizes aqueles que são homenageados
Sem a consciência de estarem
Sem o orgulho para seus egos se elevarem
A vida é assim
Dá-se vida aos mortos
E mata os vivos, outrossim
No cemitério da ignorância
Morrem para dar frutos
E dão vidas aos que perderam a consciência de tudo
Negue até morrer que seu coração adormeceu no leito da morte daquele amor não correspondido, sorria para o resto das pessoas, faça elas acreditarem que você é feliz, tudo bem que elas não se importam, apenas não terão o doce sabor da zombar da sua dor.
Existem alguns tipos de morte que não se pode obrigar alguém a reviver, um tipo de conexão tão profunda que, quando se rompe, você sente o estalo do elo partido dentro de você.
Ah! Se todos entendessem,
que a alma transmuta e a morte vence.
Teriam o amor como pertence...
Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
Nunca, de forma alguma, deixe algo para depois. A Morte não costuma esperar que alguém decida alguma coisa.
INDOMÁVEL MORTE
Morri sem saber que tinha morrido
Vivi sem saber que tinha vivido
Amei sem saber que tinha amado
Sepultei-me sem saber que me tinha sepultado
Dormi sem saber que tinha dormido
Sonhei sem saber que tinha sonhado
Senti dor sem saber que tinha sentido
Fui uma árvore sem saber que tinha sido
Menti sem saber que tinha mentido
Matei sem saber que tinha matado
Sofri sem saber que tinha sofrido
Ignorei sem saber que tinha ignorado
Perdoei sem saber que tinha perdoado
Esqueci sem saber que tinha esquecido
Respirei sem saber que tinha respirado
Morri na solidão ao sabor do vento
Vivi na escuridão como um fantasma
Amei com paixão no meu pensamento
Sepultei-me na vereda do desgosto
Dormi entre as trevas do inferno
Sonhei na esperança da liberdade
Sinto as labaredas da saudade
Fui as folhas secas caídas da árvore
Menti com vergonha do um momento
Matei o esquecimento com fragas do olvido
Sofri sem tédio ou até dor do desgosto
Ignorei os meus próprios sentimentos
Perdoei tudo o que tinha de ser perdoado
Esqueci que as palavras rasgam a dor
Respirei para sentir os ventos agrestes
Morri com o espelho das amarras na face.