Morte
Às vezes, o aprendizado amoroso é duro. É duro aceitar uma separação. É como ter uma pequena morte. É como se um lado da sua vida deixasse de existir. Você se sente sem apoio, perdido em um labirinto sem saída. Você se entrega, se recolhe e se resume a esse mar salgado, tão salgado que chega a rasgar sua pele. É tudo passageiro, acredite em mim! Tudo tem seu tempo e você precisa tentar sorrir. Ninguém é de ninguém, e os ventos que te levam algo, são os mesmos que te trazem algo muito melhor e mais cheio de vida. Aceite. Viva e olhe em volta. O mundo, junto com o tempo, não param para ouvir seus choros e lamentos, eles simplesmente te ignoram. Ou você aprende e aceita, ou você deixa de viver. A escolha é sua.
Amigos, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe, é mais ou menos assim né ?! Seja feliz, com seus amigos, grite e chore, faça tudo que te der vontade, a vida é uma só, você só pode fazer tudo uma vez.
Há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte.
A morte nos observa todo dia, só esperando um momento de tristeza, pra nos mostrar que ela está viva.
A metástase da carne tem início na alma. O vírus do câncer é quântico. Morte no multiverso, todas as réplicas tombando como peças de dominó.
Morremos em série, a nível cósmico. Apagados, obliterados, dizimados. O não-ser da mais infinita impossibilidade, nada pleno, oco perfeito.
Morremos molecularmente. No osso do átomo. Na estagnação do elétron. Deus cai na latrina e o Demônio toca a descarga. Morremos. Morremos.
Morremos e enquanto agonizamos a morfina do entretenimento nos distrai do estertor uníssono de células presas aos coágulos pastosos que somos.
A cultura da maldade, da imbecilidade e do vazio. A cultura da ausência de cultura. Não contra-cultura, mas a própria antimatéria da cultura.
Todo conhecimento convergindo para um fétido buraco-negro, ralo que suga mentes e amalgama cérebros perdendo-se no fomento do agora crônico.
Mas que dor seria legítima sem espectadores? Um ator não representa por detrás das cortinas. Toda calúnia há de ser lançada ao devido rosto.
Para que soro corrosivo da encenação grotesca carcoma a vil máscara do público, revelando a fealdade explícita por trás da maquiagem humana.
O problema da inveja, é que ela mata. Não morte convencional, mas daquelas que padecem a alma, infectam a mente e inutilizam o coração.
A morte mexe tanto com as pessoas, mas a maior parte delas não dá valor ao que realmente importa na vida.
A morte é um fato triste para o quem fica, e o fenômeno do arrebatamento eterno para quem deixa o mundo dos viventes.
A Chuva e a Morte/ A Morte e a Chuva
Não sei se chove porque alguém morre,
Não sei se alguém morre sempre que chove.
Só sei que chove,
Só sei que alguém morre.
Não sei se quando alguém morre a chuva fica triste,
Não sei se quando alguém morre as pessoas ficam tristes com a chuva.
Só sei que ficam tristes,
Só sei que chove,
Só sei que alguém morre.
Não sei se as pessoas sentem que a chuva é diferente quando alguém morre,
Não sei se quando alguém morre a chuva sente que as pessoas estão diferente.
Só sei que alguém sente,
Só sei que ficam tristes,
Só sei que chove,
Só sei que alguém morre.
Não sei se é a chuva e a morte,
Não sei se é a morte e a chuva.
Só sei que existe a chuva.
Só sei que existe a morte.
Será que pra mim, talvez seria mais interessante ter nascido na época onde amar até que a morte nos separe era real, onde a noiva tinha orgulho de se casar de branco, onde estar junto em noite de lua cheia gerava sorrisos, onde a vida até podia ser difícil mas planejava-se com muito amor a chegada do primeiro bebê, onde o amor não era descartável, onde servir a Deus era coisa muito séria. Hoje em dia alguns solteiros vivem como se fossem casados e casados como se fossem solteiros.
A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é jogo escuro das ilusões.
O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. Copiando-lhe a expressão, a alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria.
Entretanto, me pergunto: qual a diferença entre a morte católica e a morte protestante? Nenhuma! Todos querem apenas poder! Garanto que nenhum deles pensa em Jesus Cristo quando agem como demônios!
*Do personagem Adam Morgan, ateu que se tornou padre para fugir da Inquisição, do livro A Insígnia de Claymor *