Morrer
Na imaginação de alguns eu estou no fundo do poço, prestes a me afogar, falam mal de mim pelas beiradas, mas ninguém joga a corda.
Ela me chama
O meu peito explode como uma supernova
Dissipando o encanto alegre entre as minhas virilhas
O músculo tenro balança medíocre como um sino
A morte dança e geme desnuda à cada badalada
Me excita
Preciso fomentar o peito com padecimento
Calado no açoite ferir-me à clausura
Conciso e consciente
Morrer.
Irá ver a verdade, mesmo que demore
quando não restar mais ninguém para botar a culpa encontrara o culpado.
viver
mesmo que seja o fato de não querer viver
ou por hora a vida não se viver
talvez possamos ter apenas,
o viver
viver para sofrer
viver para amar
viver para se doer
viver, para perdoar
viver a vida
a doce vida sofrida
a tal da vida doída
a vida, que ja não é mais vivida
vivo por ti
vivo por nós
vivo sem encontrar a ti
vivo, sem saber oque somos nós
vivo, por viver
vivo sem nada para viver
vivo com um único motivo para viver
vivo, por viver
vivo, para morrer.
Somos muitos os que andamos com o carinho estropiado, mas é preciso ter valor para tirá-lo de dentro, estropiado e tudo. Acho, agora, que é algo que temos de aprender, como tantas coisas na vida. Morreremos aprendendo, se quisermos viver distraídos de morrer.
Saudades não vejo mais,
Apertos me traem,
E a chuva me faz morrer.
Círculo simétrico,
Muito perfeito,
Luz de espelho,
Nuvens a perecer.
Me procura,
Te achei,
Te procuro,
Não te acho.
O sol ilumina,
A lua rouba,
As estrelas morrem,
E eu estou aqui.
Você pode achar que morrer é o mais difícil, mas não. Viver é. É vivendo que se sofre, vivendo que se magoa e se machuca. Morrer não. Se morrer acabou. Chega de dor, chega de sofrer, mas também chega de viver.
Viver pode ser o mais difícil, mas é vivendo que se ama, que se aprende. É vivendo, sabendo que a morte é inevitável, que se valoriza a vida.
Não precisa temer a vida, mas também não é necessário ter medo da morte. O equilíbrio do meio termo é o essencial. Não viver como se fosse morrer hoje, nem pensar que nunca morrerá. O tal equilíbrio seria saber que a vida e a morte não são uma antítese, e sim um paradoxo. Um começa quando o outro termina. E o que você faz quando ainda é potente, é o que fará a diferença.
"Aqueles que me olham me ver vivo exteriormente, mas mal sabem que interiormente já morrir faz tempo"
Nós temos uma escolha simples. Ou morremos aqui de joelhos ou nos levantamos e lutamos com nossa família.
Os livros seriam uma (tênue) possibilidade de não morrermos. Mas podemos desaparecer e voltar, sofrermos um revival. (...) Este ofício é complicado, mas temos de exercê-lo com sinceridade, fogo e lança na mão.
Se você tirar a última coisa que faz sentido para mim, então eu vou morrer com você, bem aqui agora.