Morcego
O morcego
Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.
Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:
Na bruta ardência orgânica da sede,
Morde-me a goela igneo e escaldante molho.
"Vou mandar levantar outra parede..."
— Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho
E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho,
Circularmente sobre a minha rede!
Pego de um pau. Esforços faço. Chego
A tocá-lo. Minh'alma se concentra.
Que ventre produziu tão feio parto?!
A Consciência Humana é este morcego!
Por mais que a gente faça, à noite, ele entra
Imperceptivelmente em nosso quarto!
Para tirar meu Brasil desta baderna, só quando o morcego doar sangue e o saci cruzar a perna.
sinto-me eloquente quando, penso em minha solidão,
mais sinto-me, vivo em meio ao vazio da minha alma, e completo pelas visões da minha mente intorpecida pela paixão!
Dizem que:
Pardal que voa com morcego, acorda de cabeça para baixo.
Galinha que acompanha pato, morre afogada.
Por isso!! Eu voo sozinho, e não acompanho ninguém
Não há porque te comparares com os demais, e se a natureza te criou para morcego, não deves aspirar a ser avestruz. Às vezes te consideras por demais esquisito e te reprovas por seguires caminhos diversos dos da maioria. Deixa-te disso. Contempla o fogo, as nuvens, e quando surgirem presságios e as vozes soarem em tua alma, abandona-te a elas sem perguntares se isso convém ou é do gosto do senhor teu pai ou do professor ou de algum bom deus qualquer. Com isso só conseguimos perder-nos, entrar na escala burguesa e fossilizar-nos. (Demian)
"...Anjos e Demônios..."
Em nossa sede de amar,
Em nossa sede de prazer,
Nos encontramos em total descontrole,
E nossa realidade conseguimos distorcer,
Na hora dos gemidos mais aterradores,
Uma confusão invade nossas mentes,
Seríamos anjos em total complementação,
Ou demônios se consumindo como o fogo ardente,
O cheiro de uréia pelo ar,
O suor espalhado pelas paredes e sofás,
Uma mulher se agarrando a seu travesseiro,
Um homem que sua amada permanece à acariciar,
Todos temos dentro de nós Anjos e Demônios,
Eles se revelam nos picos de Prazer e Íra,
Não somos pacíveis de paz infinita,
Porém,
Na amor nossa alma é quem geme e grita.. Morcego J.L
†a morte e os demonios †
estou vivendo na escuridão
trancado no escuro
meu espirito se encontra
no vazio e na solidão.†
†não tenho boas lembranças
do dia em que nasci
até os dias de hoje
sou perseguido pela morte†
†não vejo nada de bom
sou 666% maldade
quando olho para o céu
só vejo a morte e os demõnios que me vigiam.†
†já me acostumei não me importo até gosto
o unico lugar a onde me cinto bem é no cemiterio
adoro aquele lugar é pra lá que vou
para um tumulo escuro e friu†
†não tenho amigos é só eu e a escuridão
as pessoas que pensam que me conhecem
não,não me conhecem nem 1 terço
do que elas pensam que me conhecem†
†espero encomtrar alguem que me comprienda ou esperar o doce e sombriu beijo da morte.†
Mói morcego
Todo mundo mói
O amor, a ausência,
A saudade, a presença,
Mói o que foi,
Mói o que será,
Mói o que seria.
Todo mundo mói, todo moer dói,
Todo muído é um mundo vivido,
Tem até moer pros perdidos
que àquilo deixou de viver.
Todo moer é morcego
ataca ao quarto ou ao peito,
que seja nas longas noites
que seja nos belos dias,
o morcego só não pousa
naquelas almas vazias.
O exercício de moer é o viver e aprender,
Moer é preciso para espantar o inimigo
Dentre todos ele é o mais perigoso,
tal qual que dorme e acorda contigo.
Moer é deitar a culpa na cama,
É suspirar a saudade em lembrança
É repensar o ato concebido
E também o discurso não dito,
É entender que triste de quem não mói
nesse mundo tão feroz, será ele maldito.
Moer é ir ao fundo do poço,
É segurar as rédeas e não surtar,
É dedicar-se ao que não dá para explicar,
É o exercício de sanar, e o ‘agora’ explorar.
O homem-morcego, habitante dessas noites sombrias da Ilha, nunca conta com os nuances de sua visão; prefere confiar seu rumo no eco das trevas sopradas em seu ouvido.
Capoeira rasteja e dá bote igual cobra, voa igual morcego, é coice de uma mula, é pulo macio igual gato, é a leveza de uma arraia, é feroz igual uma onça, é foleira igual macaco. É poesia, é jogo, é arte, é expressão, é luta. A luta de resistência à violência é uma característica marcante na capoeira. Notamos que apesar de toda violência e repressão envolvendo a capoeira, alguns capoeiristas e mestres deixaram verdadeiros tesouros filosóficos capazes de incentivar a eclosão de uma cultura de paz na capoeira. Percebemos, também, a influência da capoeira sobre as nossas funções psíquicas: sentimento, pensamento, sensação e intuição. Resumindo tudo capoeira é um Show! É cria de brasileiros para o Brasil e para o mundo, ou melhor, é patrimônio cultural da humanidade. Orgulhe-se do que é nosso.
Insoluvel
Ardo sobre brasas insistentes,
A silaba produz medo,
As asas de um morcego revoam na noite triste.
Perdido em estradas bifurcadas,
Não sinto minhas mãos,
Não tenho fome,
Não tenho sede.
Curvo-me diante do calor inclemente,
Meu coração explode a cada crepitar do fogo,
Os diabos travestidos de pessoas, sorriem,
Enquanto uma adaga recurva ameaça arrancar meu pescoço.
Desde há muito o meu inferno foi projetado.
Toda a alegria despendida diante da beleza,
Gorou como um vento improdutivo,
Como se as mulheres não passassem de objetos,
Insanos,
Corrosivos,
Apenas nascidas para provocar a dor!...
Postado por milton às 18:07