Morar
Seu sorriso pela manhã que ilumina meu dia
Seu olhar que me mostra onde ir
Seu abraço que me mostrou onde ficar
Um dia eu te deixei ir
Nunca pensei que pra voltar
Que pra ficar
Que pra ser o amor maior que eu podia encontrar
Ter você é um presente
Muito maior do que eu podia pedir ou imaginar
A vida ensinou sobre amor
Ensinou sobre amar
Muita coisa eu aprendi
Outras deixei passar
Sei que hoje dentro do teu amor
É o lugar que quero morar
Depois de passar tanto tempo morando com a mesma pessoa, é normal sentir a presença dela, mesmo ela não estando lá.
Por que não me relacionar sério de novo?
Ai, ai... o problema é que levo o relacionamento a sério mesmo e me entrego de verdade. Da outra vez me quebrei por causa disso.
Moro no interior
sempre morei
No externo
cada um vive em um mundo
No interno
vive um mundo em cada um.
" No Lar da intolerância, moram também a falta de amor, o desrespeito, a violência e a perseguição."
Engana-se quem pensa que o coração mora sempre no peito. Às vezes, é necessário uma longa caminhada para se chegar onde ele está.
Sofre menos o que entende que o passado é um lugar que podemos visitar de vez em quando, mas que não podemos morar.
Vou passar a procurar
Essa tal felicidade
Saber onde ela mora
Em que casa da cidade
E depois de encontrar
Vou querer ali morar
Por toda a eternidade
Maior Abandonado
Ele, agora crescido, caminha pelas ruas da vida com uma sensação estranha de vazio. As ruas, como ele, são lugares onde tudo se perde, a começar pela inocência. Quando era pequeno, falavam do "menor abandonado", aquele que, por falta de cuidados e afeto, era deixado à margem da vida. Mas, e o maior? O maior abandonado? Pensando na canção Maior Abandonado, de Cazuza, ele se vê refletido em suas palavras.
Este adulto, invisível em sua dor, carrega o peso da ausência e do silêncio. Não há mais mãos estendidas com a frequência de outrora para aquele que, supostamente, aprendeu a caminhar sozinho. O mundo acredita que ele já esteja forte, que o coração, endurecido pelo tempo, saiba resistir aos ventos gélidos da solidão. Mas quem cuida de quem já não sabe pedir? Quem estende os braços àquele que, por costume, esconde as lágrimas sob sorrisos apagados? Ele caminha, solitário, nas ruas largas, onde ninguém se enxerga. Tal como na canção, busca restos e fragmentos de ilusões. E o que passou, talvez, só ele saiba.
O maior abandonado não grita por socorro. Não em voz alta. Ele anseia por mentiras sinceras, por gestos que, mesmo que breves, o façam esquecer a solidão. Sentado à mesa dos encontros, ele ri das piadas, compartilha olhares, mas, quando as luzes se apagam, sente o eco de uma ausência profunda. Não há mais braços que o envolvam com o calor de antes. Não há olhos que vejam além das máscaras que ele se habituou a usar. E, por vezes, aceita a presença de um corpo, com ou sem amor, apenas para não ficar só. Como migalhas dormidas do pão de outrora. Sua alma clama em silêncio, mas o mundo parece ocupado demais para ouvir.
E assim, ele segue sua caminhada solitária. Pergunta-se, sem respostas, quando foi que deixou de ser digno de cuidado. Em que instante a vida lhe impôs o fardo de carregar sozinho dores que nunca cederam ao tempo? Ele percorre os próprios desertos e, a cada passo, seus ecos se apagam, deixando apenas o silêncio como companhia.
Talvez, no entanto, o maior abandonado não seja ignorado pelos outros. Talvez tenha sido ele quem, ao crescer, aprendeu a se esconder. Talvez a maior solidão não seja a imposta pelo mundo, mas a que ele mesmo construiu, ao deixar de acreditar que também merece colo, afeto e mãos estendidas. E talvez, no fundo, ele reze para que o sagrado o proteja de si mesmo — desse vazio que, por medo ou acomodação, continua a alimentar.
Leonardo R. Pessoa
"O cristão que nasceu de novo tem plena segurança e paz, pois ele tem a convicção do lugar onde irá morar após a morte".
"Porque parar de sorrir se Jesus Cristo me deu a salvação, e se tenho a convicção de que futuramente serei promovido e andarei em ruas de ouro?"
Anderson Silva