Morar
A gente quer morar nessa realidade, em que podemos inventar uma história melhor, em que pessoas adotam capivaras do nada.
Quando os nossos pés, passam a tropeçar em si mesmo e passamos a morar e conviver num canto da nossa própria casa, perdemos a nossa morada. Agora, somos apenas inquilinos. Devemos pagar os encargos devidos. Agora, o ônus chamado de aluguel. Melhor que nunca tivéssemos chamados de LAR. Assim, as lembranças não insistiam tanto em nos fazer refém .
De que me vale morar em uma ilha distante de TUDO, em uma pressuposta paz, onde TODOS se autocidam feitos zumbis!!!
nenepolicia
Busque sempre ouvir aquilo que não é dito, ou dito nas entrelinhas, ali tende a morar as verdadeiras intenções.
Eu fui ficando mocinha e as vezes minha irmã me fazia de babá. Eu achava que um dia fosse morar com ela pra estudar,mas isso para ela nem pensar. No Natal era sempre a mesma coisa, minha mãe ia pra cidade e eu passava com minha madrinha, ela fingia ser o papai Noel. Nunca tive coragem de pedir uma boneca pro meu pai, sabia que ele sofria por não poder me dar presente. Não tínhamos TV,mas todas as noites deitavamos com a janela aberta e meu pai me mostrava todas as estrelas, dando nome a cada uma delas. Eu sempre achava as 3 Marias, o Cruzeiro do Sul...Ahhh eu era feliz! Mas meu pai começou a tossir, foi piorando, ficando sem ar,foi ficando tudo mais difícil. Era triste ver a tristeza dominando meu pai. Então meus irmãos decidiram que eu teria que trabalhar para ajudar nas despesas. Passei um ano implorando uma vaga na lapidadodora. Até que um dia fui abençoada. Mas infelizmente não pude ajudar meu pai, pois com menos de seis meses, teve um infarto. Meu querido pai partiu com apenas 59 anos. Então eu perdi meu pai,minha casa,perdi tudo. A luta da sobrevivência começava ali.
Uma ironia de morar no centro é
Caminhar até a liberdade
Eu moro bem no meio sem olhar pra dentro
E sonho acordado na cidade
Ela me fez comprar um carro
Logo eu, que amava o meu cavalo
Ela me fez vender meu gado
Pra morar num condomínio fechado
Me deu um tênis de presente
Falou que a botina não combina mais com a gente
Mas que menina indecente
Aí não aguentei, falei o que o coração sente
Vá pro inferno com seu amor
Morar fora
Morar fora é uma experiência que te amadurece de forma rápida.
Vamos cheios de medo, perguntas.
A cada despedida é um pedaço nosso que não se encontra mais.
As pessoas tem suas próprias vidas, seu próprio ritmo. Se acostume com a saudade, a perder datas importantes como natal com família, ano novo, aniversários, casamentos, formaturas... Você vai ver as pessoas que ama seguindo a vida sem você, talvez você acompanhe as atualizações nas redes sociais, chamadas em vídeos para matar a saudade que nunca mata.
A parte mais dificil é a doença, a morte de entes queridos que nos surpreende, e você não vai estar lá.
Quer comer, tem que cozinhar.
Quer roupa limpa, tem que lavar.
Ficou doente, vai ter que se virar sozinha.
Abrimos mão da nossa zona de conforto. Do pão francês, do pão de queijo, da sua cama macia, da comidinha de mamãe.
Aliás você vai dar muito mais valor a sua Mãe.
Você vai valorizar coisas simples.
Ficar longe das suas origens te faz repensar sobre a vida, sobre quem você é, sobre sua missão no mundo.
Abrimos mão da nossa cultura e até para se adaptar a outra cultura talvez você valorize mais a sua Liberdade. Você vai perceber que sim, o Brasil é um país abençoado!
Conhecer o mundo do outro é trabalhoso, é desafiador. Sair da sua zona de conforto, não é fácil, mas vai dar tudo certo. Você vai dar um jeito.
Você vai ter que lidar com situações delicadas, e muitas vezes se sentirá impotente.
Nem sempre a balança é justa, você para conquistar alguma coisa tem que abrir mão de muitas outras.
Até onde isso é válido, até onde ir?
Estou no caminho certo?
As dúvidas vão rondar a sua mente, talvez você tenha conflitos internos, tristeza profrunda, tempos de isolamento para entender quem você é.
Mas apesar de todas as dificuldades ao voltar para casa você vai querer partir novamente. É um caminho sem volta.
A cada nova viagem tantas descobertas, quantos aprendizados, quantas aventuras, quantos perrengues, quantos mestres.
Não importa onde você esteja, você é responsável por você!
Cada lugar vai ter coisas boas e nem tão boas assim, o importante é a sua forma de lidar com isso.
Escolher ser feliz todos os dias é o grande desafio.
Quando eu fui criança. Parte II
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Próximo à minha casa veio morar uma mulher. Ela era sozinha. , Bem nova, ruiva.. A casa ficava sempre fechada, mesmo com ela la dentro. Havia um homem, com cheiro de erva doce, que sempre aparecia por ali. Vez ou outra, ele brincava com os meninos que se encontravam por perto da casa. Ele tinha um carro preto, bastante bonito.
Uma tarde, quase noite, a janela se abriu e a mulher do cabelo ruivo me chamou e perguntou se eu podia ir até o Grande Hotel buscar comida pra ela? claro que sim>--"disse eu"-- então ela me deu uma marmita, uma não, cinco ou seis, montadas numa alça. E lá fui eu, sem antes ligar o motor do meu cavalinho caminhão, freio a ar..,Cheguei no restaurante, dei aquele monte de marmitas pra uma pessoa e fiquei esperando, do lado de fora a preparação. Assim que me entregaram as marmitas, liguei o cavalinho caminhão e saí. Entrei pelo jardim, contornei a fonte luminosa,( coisa linda de se ver, pena que desmancharam) entrei à esquerda, passei ao lado do coreto,( desmancharam, também) e comecei a descida para minha casa que era perto da casa da mulher misteriosa. Mas aquele cheiro maravilhoso que exalava daquelas marmitas. Vixe! Que tentação. ;
Naquele tempo, o seminário estava em construção. Eu conhecia bem a obra.Vivia brincando por ali. Entrei, coloquei as marmitas no chão e abri todas as panelinhas. Fiquei olhando para aquelas comidas maravilhosas. A maioria era comida comum; arroz, feijão, salada, maionese, ovo etc., mas na última estava a tentação: carne com batata. Era de lá que vinha aquele cheiro maravilhoso. Com muito esforço e lutando contra o desejo, fechei as panelinhas e sai rápido dali. Entreguei as marmitas para a mulher misteriosa, Ela perguntou se eu podia fazer aquele serviço todos os dias? me pagaria no fim de semana. Sim!! Claro, que sim!. Segundo dia, o mesmo trajeto. Peguei o jardim, fonte luminosa, coreto, descida para casa e .... Seminário. Aí, aconteceu... . Abri todas as panelinhas, cheirei e comi uma batata. Terceiro dia., mesmo trajeto. Seminário. Cheiro de bife com cebolas, abertura das panelinhas uma cheirada e lá se foi meio bife. Não aguentei. a metade sumiu como num passe de mágica e de lambuja comi mais umas duas batatas. Infelizmente nunca houve o quarto dia, ela não mais me chamou e o homem, com cheiro de erva doce, não mais brincou com
os meninos da rua, principalmente comigo. (I