Moradores de Rua
Eram dois office-boys de blusa bege de lã, caminhavam pela rua de número quinze, com suas pastas pretas recheadas de milhões, conversavam corriqueiramente sobre qualquer coisa, soltavam largas risadas sinceras das mesmices dos finais de semana, eram apaixonados discretamente por algumas atendentes, que carimbavam e digitavam freneticamente envoltas em camisas entre abertas e perfumes inapagáveis, caminhavam, adoravam o mês de Dezembro andar pela rua de pit pavê, cheia de cabeças que poderiam ser vistas da parte alta da rua, entrando e saindo com sacolas saciadas, mal sabiam o que eram e o quê queriam da vida, eram uma indefinição por decreto.
O destino continuava a lhes reservar a amizade, regada de festas e música, de viagens com chevette, que as vezes rampava a divisória de pista das BR’s, de fronteiras com bebidas fortes e ciganas que não conseguiram ler o destino, de caminhões traçados chacoalhando entre as dunas aos gritos de amizade e alegria, de longas conversas a beira do lago titicaca, até as boas bandas de Buenos Aires, e um el pogo de whisky escocês de graça, até um submundo do vagabundo selvagem em La Paz, de noites que viraram dia, e tristezas que viraram alegria, de uma amizade que nem o tempo nem a distância apaga. Ao amigo Foca.
O céu que nos brinda toda noite com a maravilhosa lua
Mostra que toda noite temos que estar na rua
sonhando acordado com você
Só me lembra que é do seu lado que quero viver.
Eu olho para os lados em uma rua de mão-única
Deixo as palavras e um copo vazio
Corro ao vento tentando não parecer atônica
E nem percebo o leve arrepio de frio.
Infiltrando-me no escuro de um beco
Fugindo do quê talvez nunca a de saber
Sentindo o efeito do porre de vinho seco
Pus-me a pensar nas consequências de viver.
Daqui um tempo a minha mente já não vaga
Já não fiz planos nem vontade de fazer
Não estou mais totalmente embriagada
E os tais tormentos começam a aparecer.
Queria ver ao menos de perto a lua
Pedir conselhos e tentar me convencer
Não ouço vozes dos estranhos na rua
Estou sozinha e já percebo amanhecer.
Volto a largos passos para o meu apartamento
No automático sinto medo percorrer
Sei que há tempos se repete o mesmo momento
Mas é de longe o que entendo por viver.
Um dia, encontrar-me-ei contigo pela rua, e em um abraço forte, saberás o quão importante fostes para mim.
Pare um pouco e imagine. Melhor imagine-se. Imagine que você está caminhando em uma rua deserta, o dia está quente , muito quente. Você caminha a muitas horas e seu corpo pede repouso mas não há onde parar, não há abrigo , não há sombra, não há água. Você pensa em desistir, mas parar ali significaria a morte para você. Então mesmo cansado, mesmo não vendo perspectiva, você vai. Sua companheira a FÈ, sua força a ESPERANÇA, seu pensamento DEUS. Depois de algum tempo você encontra uma árvore frutífera para saciar-te, para te proteger do calor do sol, e ali você adormece. Quando acorda, não mais está debaixo da árvore, está deitado numa cama de uma casa simples, aconchegante e arejada. Enquanto dormia pessoas de luz te avistaram e te acolheram com carinho em sua casa. Assim é nossa vida e assim trabalha Deus nela. Se apesar de qualquer problema tivermos fé, não perdermos a esperança e focarmos o pensamento Nele , tudo vai se organizando e sem percebermos o quadro vai mudando, as coisas vão criando outro rumo e ele nos acolhe em sua tenda, nos coloca em seu colo, nos segura pela mão. Vamos confiar, vamos ter fé, vamos seguir sempre apesar de qualquer situação.Vamos agradecer !
_____Lene Dantas
'A RUA'
Rua,
pintada em grafos.
Afasto-me,
irascível.
Rua imperceptível,
serás sempre imortal?
Tu,
que tanto acolhe.
Coração de mãe,
elo sem fim.
E os botequins,
funeral?
Verdade,
flameja condolência.
Asilo, refúgio,
há vida, valor.
Cheiras rancor,
Porque não bestial?
Quebradiça,
a rua espera lá fora.
E aqui dentro,
ausência.
Dor violenta,
explosão de cristais.
Água
Água se acentua
Água corre pela rua
molhando meus pés cansados
e meus pés caminham à toa
e é isso que me magoa
em minha casa não tem água
e a falta que eu sinto é a sua
pode faltar-me o oxigênio
mas não te esqueço nem num milênio
Água são as lágrimas
que de meus olhos às vezes transbordam
sempre que de você se recordam
Por que você não me afoga?
Vê se entende quem te roga:
Sem ela a vida é deserto
e a sua imagem...apenas miragem
Eu te lancei na garrafa a mensagem
Que a dor semeia
nas dunas de areia
Morta.
á foi uns trago pra mente juntamente
com a mistura a rua professora ensina
cada um cuida da sua
aqui num é diferente o peso do rap é o peso das mente,
terrorismo verbal,
batendo de frenteÊ
com aquele que vive explorando inocentes
os neguim progrediu, o cranio até explodiu,
mas as cortina se abriu, agora é tudo nosso,
hahá. cê nem viu.
sempre fui eu por eu, a babilônia tentou mas não calou a minha voz.
com um plano aceso ando pra frente, deixando verme pra trás.
cada rima vale um tiro, um gatilho em cada dedo, to com o kit
pobre pensando? principal pesadelo da elite
que nunca vão entender o o ritmo que voa livre na quebrada
que te faz ter orgulho mesmo sem ter nada
se fecha na função ns já reconhece, quando o chicote estralar,
os verdadeiro vão ta lá, e resto? esquece!
respeito é pra quem tem, admiração pra quem merece
pra mente não tem alguema, então gambé vê se me esquece
refém desse sistema, todo dia luta injusta
paz, justiça e liberdade, sendo lema principal desse mundão chamado rua.
é mais que um sentimento, as letras em sigilo, não entra qualquer um pra dizer que é compromisso.
em meio a toda essa exatidão
como é difícil seguir o coração
de frente com tanta corrupção,
tô cansado de opressão
tapa na cara, segregação
pode chamar meu sonho de ilusão
que é utopia auto-gestão
mas me desculpe meu irmão
meu sonho é estrela sem constelação.
então deixa eu voar, e n deixa esse aí apagar.
pode conspirar, tentar embargar
minha voz continua ativa
a paixão pela destruição é uma paixão criativa
Vida de Lembranças
Eu não olho mais pela janela, não te vejo mais passando na rua de terra, em tua bicicleta de cestinha, levando o pão pra sua mãezinha. Hoje tudo mudou, nada é mais tão simples, quando tenho um segundo do meu tempo olho de soslaio a imensidão da cidade grande pela janela, não vejo mais aquela simplicidade, porque tudo é grande, tudo é cheio de pessoas retraídas, é algo complexo, impossível de tentar entender. Antes tudo era tão simples, o de mais imenso que podia se imaginar naquela época era o céu e seus deuses, as estrelas e seus mundos, os seres inteligentes de outros planetas com suas lendas. Mas também se tinha a temerosa floresta de árvores grandes e altas, uma perto da outra como se fizessem companhia, alem de seus frutos e animais encantados e seres magníficos, que hoje nunca mais os vi, pois o verde ficou cinza e o mistério e delicadeza se transformaram em maquinas brutas e barulhentas, grandes e sem sentindo.
E tu se tornaste só mais uma lembrança, pobres lembranças de um tempo que parece ser antigo, num momento retrasado, atrasado e simples, numa época de alegria, mas isso tudo se transformou em passado, se transformou em pó. O pó que cobre meus moveis e meu piano caro, o mesmo pó que esfarela os meus próprios livros, que já perderam a muito sua verdadeira estirpe.
Seria medíocre pedir pra voltar ao começo de toda essa historia? Reviver toda a fome e sede novamente? Ver de perto toda a miséria e a podridão dos homens mais uma vez? Mas olhar-te da janela todo santo dia? Pois então, uma verdadeira paixão pode ser coberta pelo pó, ser esquecida e amarelar de tal forma que ninguém pode mais tocá-la?
Minhas miseráveis duvidas me consome aos poucos, como se o fim chegasse cada vez mais próximo e mais perto do que já esta, pois me questiono todo dia e minha resposta sempre é a mesma covardia de sempre; sei muito bem o que posso, tudo está ao meu alcance nessa nova etapa da minha vida, mas tenho que assumir meu medo do tal tudo, medo da resposta que posso receber se um dia eu voltar a olhar para os teus grande olhos negros, como naquela minha ultima tarde de verdade: minhas malas já estavam prontas ao lado do banco em que me sentava na varanda de casa, o sol morno brilhava e tocava minha pele, o céu azul cintilava lindamente e as flores coloridas desabrochavam, quando senti o pesar do teu olhar em mim e pude ver a rispidez e no fundo a quente paixão que ali ainda podia se esconder, não tive tempo de retribuir o olhar, nem mesmo tentei uma suplica de desculpa com a boca...
Não saberia o que dizer a ti se tentasse se despedir, nunca soube em momento algum; poderíamos de novo e somente isso ter a mesma companhia mútua pela ultima vez, ver o teu olhar brando que tu tinhas pra mim e não o teu furor ou receio. Nada mais que a simplicidade da paz que se tinha entre nós, entre nossos abraços desajeitados, entre nossos beijos improvisados, nos nossos anseios e nos sorrisos envergonhados e descontraídos; tudo que ainda peço é um pouco dessa paz, mas tudo que recebo é o silencio da vida, o meu silencio e isso me sufoca inquietantemente.
-Isabela Leite
Duas ou quatro da manhã, dia vinte ou dezesseis, na rua ou na cama. Não importa o local, dia, hora. Se me chamar eu vou.
Ouço, vejo e sinto
Ouço carros passando na rua,
Ouço latidos do cachorro do meu vizinho,
Ouço canções sinceras de um morador de rua,
Mas e o som da tua voz? Por onde anda?
Para onde foi? Não a ouço mais...
Vejo pessoas de expressões vazias e corações cheios,
Vejo casais sorrindo ao pensar no futuro,
Vejo pessoas em busca da sua felicidade.
O que sou? Humano. Quem sou? Não sei.
O que sinto? É difícil...
Sinto cheiro de coisas novas,
Sinto cheiro de novos amores,
Sinto cheiro de futuro...
Mas quem é que disse que penso em futuro?
Numa rua curtinha,
vi uma bebê bonitinha,
gostamos de todos,
mesmo se a maldade está neles.
A gente é muito criança,
chega a hora de não ter mais festança,
Mais isso demora,
Só fica aqui depois de 2 milhões de horas.
Se não sabe rimar e cantar,
tente a sorte e vai chegar lá nesse lugar
Carrinho na vida nao se apanha na rua mas sim no trabalho individual que é a coisa mais dificel de se encontrar em qualquer espaço por essa razao que eu sempre falo da mesma forma de como conquistar algo sem se importar com nada.depois de tudo ter passado e a vitória ter conquistado nao resta mais nada para além da alegria que sentirá no momento.
O MENINO E A NOITE
Alguns postes
A rua iluminavam,
E algumas poucas pessoas
Misteriosamente passavam.
Tudo escuro
Quase nada se via,
Pessoas dormindo
à espera de um novo dia.
O menino e a noite
Tinham algo em comum,
Ficavam bem quietos
Sem fazer barulho algum.
Você!? Sim você! Onde você está!? Na rua da amargura!?
Há.. Isso não me importa mais!!
Não! não me importa mais não meu ex-amor!
Estou me sentindo tão corajoso para recomeçar!
Você!? Claro!? Você mesmo, veja bem o que digo a você!
Eu! Sim claro eu... Te esqueci ex-amor! Esqueci-te.
E agora!? O que eu faço? ha ha, eu rio pro prazer.
Sabe por que!? Por que estou ouvindo um barulho.
Sim!? Está querendo entrar e minha casa!
Sim está cada vez mais perto!?
E agora? Ainda á pergunta!?
ha ha. Nosso amor já era.
Você jogou ao chão pela última vez.
Agora vou abrir a porta para o prazer entrar.
Ah. Já estou sentindo como é bom estar livre.
Hoje é um novo dia, um dia muito claro.
Um dia perfeito pra recomeçar minha história.
Pra escrever novas linhas da minha vida.
"SEM VOCÊ Ex-amor"
A vida é menos chata no outro lado da rua
Todos os dias eu tento me convencer de que em qualquer circunstância que eu me encontrar, sempre terei que escolher entre o certo e o melhor. E a variação de escolhas certas e escolhas melhores é surpreendentemente inclinada à sensatez do erro. Acordo com vontade de dormir, e tenho que escolher entre ir trabalhar e dormir mais cinco minutos – levanto atrasado. Me apronto as pressas, e tenho que escolher entre tomar o café quente de uma vez ou deixar pra comer na rua – passo a manhã com fome. Ouvi no rádio que o tempo está se fechando, e tenho que escolher entre levar o guarda-chuva ou sair com menos peso – chego no trabalho ensopado. Saio do trabalho, e tenho que escolher entre pegar o ônibus ou ir caminhando – quase sou atropelado por um táxi.
Não importa a escolha feita, se é a certa ou a melhor, você sempre vai se perguntar “porque não escolhi a outra?”. E sabe o que é mais interessante nisso tudo? Nada. Você só termina o dia se perguntado como foi seu dia e tentando planejar um novo sentido pra tudo que está ao seu redor, sendo que o sentido é só não procura-lo ao redor.
E agora estou aqui. Onde tudo começa. No fim do dia com a sensação de um péssimo começo, comendo um cachorro quente e a calça suja de mostarda. No outro lado da rua.
Da janela ele via casais apaixonados passando pela rua e em sua memória como um filme passava os momentos na qual passavam juntos naquela janela abraçados em volta de muito amor. Talvez deixar seja difícil, talvez necessário, deixar ou ser deixado…
Rua calma, noite rara. Lamento as claras, mas o teu amor me basta. Sorriso puro, imaturo, nem sempre calmo, entretanto no meu escuro é ele o faro. Me reviro, me bagunço, me procuro, me acho meio completo em você.
Pra não dizer de um todo errado, eu também te reviro, bagunço, procuro e acho em ti a outra metade de nós dois.