Moradores de Rua
LUA NA RUA
A lua andou pela rua
era bege, era gelo, era branca...
Era nossa... Era sua era minha!
Era hera de chuva, telha molhada
goteiras na casa , chuva na cozinha.
Tinha chovido água e como chuva
... A água caia, pela cidade
pelas calçadas pelos muros e casas
e os buracos da velha rua...
D'água fria se enchia.
A lua, andou pela rua
era noite, era chuva era água....
A chuva falou para a lua
_ Essas poças d'água na rua,
não são minhas!
São espelho refletindo
essa cara apaixonada sua.
Antonio Montes
Carta-22
vagando pela rua faz da noite o seu dia
acompanhado do seu cão a procura de alegria
leva sempre com ele uma rosa branca
decepções da vida e os desejos de criança
carrega inocência e também a ousadia
intuitivo e romântico com sonhos e fantasias
sabe se esquiva da fumaça da neblina
gosta de liberdade e um pouco de adrenalina
anda distraído vendo os pássaros voar
a beira do precipício sem caminho a encontrar
nunca perde a esperança que seu dia vai chegar
e no fim do arcos íris muito ouro encontra
usa sua sabedoria para achar um mundo novo
por onde ele passa muitos o chamam de louco
loucura e tentar explica para você
aquilo que não estar preparado pra saber
Sinto-me voando
Sinto-me segurando estrelas
Sinto-me andando na lua
Sinto-me sua
Sinto-me rua
Sinto-me...
Só.
De que menina falam esses versos?
Que rua da infância eles citam?
Desbotadas pelo tempo,
que lembranças eles evocam?
Talvez existam apenas para colorir
e trazer luz à tudo que um dia foi cinzento.
Cika Parolin
Não fomos feito sob medidas universais, somos como o papel de bala que descartamos na rua, ao universo cabe apenas fazer o que faz sempre, criar e destruir! Somos feitos de poeira cósmica, nossa água veio através de bilhões de meteoros, é neste ponto que ser inteligente, e ser, se cabem na mesma frase! Não importando ao universo o que pensa o que faz ou com quem faz, a ele interessa apenas, criar expandir e destruir! É neste momento que você e eu perdemos o status de seres humanos e ganhamos o status de descartáveis!
Pensar em nada não é o mesmo que pensar nada!
Mello Myth 1 - 8 - 2018
Aqui estou eu parada no meio da rua, sentindo a chuva escorrer fria pelo meu rosto, sinto frio, sinto o cheiro da grama, e eu tento chegar ao meu destino mais não consigo, quero ficar aqui pra sempre nesse momento apenas parada, lembrando o quanto era doce o seu beijo e quente os seus braços.
Um concelho a todos os pichadores: não deixem de pichar, os militantes da cultura de rua podem descobrir que não precisam de vocês.
Nunca mais ouvi o sino daquela igreja bater. Era 07:00, chovia. A rua estava em silêncio. No céu cinzento não havia pássaros, apenas um imenso cobertor sem cor que cobria as árvores.
Aquele momento fez tudo parar, me permitindo lembrar que o que encanta é o toque, depois o silêncio. Dois extremos: um desperta, o outro faz sonhar.
Um mar de epiléticos
Você bem que podia morar do outro lado
Da calçada, da rua ou do bairro,
Para que sempre que eu quisesse te ver
Pudesse piscar os olhos e olho no olho estaria eu diante do teu ser.
Poderia até dançar esse jazz, quem sabe da noite fazer cartaz para avisar a saudade que ela não mais vai vencer... Mesmo diante disso eu confesso que a vontade é mar de epiléticos nadando com força nesse viver, sentir tua saudade, até que é boa, por isso te faço essa garoa de palavras que samba entre eu e você.
Os cães de rua estão ali não por vontade própria, mas porque foram abandonados, excluídos, enxotados, negligenciados e esquecidos, por tutores irresponsáveis.
Estão ali famintos, com muito medo, com FOME.
Estão ali inseguros, sem esperança e sem amor, quando tudo o que mais sabem fazer é justamente amar.
Não maltrate um animal de rua.
Eles precisam de ajuda.
As vezes achamos que os problemas estão lá fora, na rua, no olho gordo, na macumba, etc...Mas a grande maioria dos problemas está em não aceitar a si mesmo.
Sorriso
Um dia casativo de trabalho
Sentei em um banco,
Olhando a rua,vi um cem teto.
Me peguei no sono.
E viagei pelo o universo
La eu via a lua de perto
Que imenciadao
No começo fiquei inquieto
Mais fui me soltando
E podia voar.
De planetas em planetas
Vendo a terra,
E varias estrelas.
Conheci saturno
Mais nao gostei
Era muinto escuro
Nao tinha sol para iluminar
Ou cheguei la a noite mesmo.
Rodei todo universo
Tava lindo
Acredite vi tudo isso
No sorisso de um mendigo
Falam de mim a todo momento,
Passou o catador na rua e uns poucos comentaram,
Aos que apoiam agradeço, os que são do contra, a gratidão é aos mesmos aceito e entendo que os poucos que alfinetam não sabem de nada,
TRAVESSIA
Do outro lado da rua a vida se acaba...
É uma travessia rápida,
Mas antes das flores, das folhas, das chuvas,
Antes dos verões...
Sonhamos com todas as belezas,
Fazemos planos com todas as incertezas;
Somos tão românticos que os nossos olhares passeiam,
As confusões permeiam, as paixões incendeiam...
Então estamos do outro lado da rua
E não temos mais retorno;
Só temos os ocasos e as estações
E a certeza que do mesmo jeito, faríamos tudo de novo
No final da rua há um placa de pare. E voltar já é contramão. Querem nos impôr uma vida controlada, uma programação com enredo, datas e horários predefinidos.
E como ondas, ela se foi. Eu a olhei, e a amei. Ela atravessou a rua após o sinal ficar verde. Eu nunca mais a vi, mas para sempre, a vi em meus pensamentos. Olhares certos, destinos incertos.
Um diabo na garrafa
Um copo de cachaça
Um dia que não passa
Crianças na rua fazendo arruaça
Pedrada na vidraça
Ficar sem você tudo perde a graça