Moradores de Rua
TRAVESSIA
A primeira vez que atravessei a rua
A rua era um rio, o rio solimões...
E do outro lado do rio
Eu era outra pessoa
A pessoa que atravessara o rio...
E do outro lado do rio
Tinha outros caminhos
Com todos as seus destinos e travessias
E todos os destinos e travessias
São cheios de histórias e aventuras
Assim eu aprendi a atravessar
Meus medos e inseguranças
Que desaguam como uma correnteza
Na imensidão do mar
A vida é essa imensidão
O reflexo de nossa imagem nem
sempre é visível à todos.
Em algumas situações saímos
para a rua totalmente desalinhados,
e ao tentarmos praticar uma gentileza
somos repelidos pelos olhares descrentes.
Já que em sua maioria a sociedade avalia
apenas o que vê, pois não conseguem olhar
com a alma.
Ou seja somos visualistas demais.
Não vemos além do olhar simplista e seletivo.
Se nem tudo que reluz é ouro, também
nem tudo o que é opaco significa escuridão.
Se temos o costume de dizer para nossa
crianças : olha o velho do saco, então o
que falaremos quando elas enxergarem
o papai noel?
Hoje não coloquei os pés na rua
Não senti a luz do sol
Agora vou apreciar a lua
Como faz o caracol...
mel- ((*_*))
Ainda me lembro bem da primeira vez que me perdi!
Estavana rua..brincando de esconde
e escondendo!
cantando, sorrindo.!!
E quando mais eu procurava me encontrar mais me perdia..
Depois daquele dia..então,
não faço outra coisa..
a não ser procurar me encontrar!
..
Sou do tempo
sou da rua
sou do vento
sou da semente
sou da lua
sou do ventre
sou da flor
sou da guerra
sou do amor...
mel ((*_*))
É assim
Você anda pela rua em busca da sua historia,
Roda três ou quatro quadras e se enche de memórias,
Cria traços com escuro, chora, grita, brinca com inseguro,
Você quer está em apuro só pra se sentir livre,
O bip do celular não para,
Mas você só quer ficar só,
Então é assim que acontece, o mundo quer se enriquecer,
E você precisa só de mais um tempo pra colocar as coisas no lugar,
Então é assim que acontece com a nossa espécie quando ela cresce,
Quero ser como meus pais determinados,
Eu quero ser como meus pais iluminado cheios de paz,
Eu vi quando percebi que esse mundo não é pra mim,
Mas eu sorrir quando sentir que não preciso ser como os outros,
Minhas mãos limpas de sangue,
Minha mente livre,
Eu preciso de paz.
Na rua, penso em ti
No trabalho, sua memória me motiva
No almoço, sinto sua falta e sua presença
Na tarde, aquece-me a ideia
Na volta, conforta-me a ideia
Na noite, voltamos a nos unir
Me alegra
Me sufoca
Me completa
Somos um
Acabo de ouvir um carro de som passar aqui na rua, anunciando... O quê? O quê? O quê?
Um culto de uma igreja evangélica!!!
É a segunda vez já nessa semana que esse carro passa fazendo propaganda da "quarta-feira do poder"... No entanto é a primeira vez que escuto esse tipo de propaganda num carro de som.
Pra uma igreja investir em propaganda há duas razões: ou está sobrando dinheiro, ou está faltando... Por se tratar de um culto da "quarta-feira do poder", deduzo que a segunda razão é a mais provável.
A melhor propaganda para uma igreja é o boca-a-boca. Quando esta não funciona, é sinal de que falta o principal "poder" nela: o do convencimento.
A Lua Cheia
Às vezes saio à noite pela rua fria e vazia,
Desço a ladeira em meio a uma imensa escuridão,
Em busca de algo que ha muito tempo não fazia,
Pude perceber em minha frente em um paredão.
Uma linda e perfeita imagem que ali refletia,
Onde eu dividia com o relento o sabor do vento,
Que me encantava e serenamente eu sentia,
Tocar meu corpo quando voltava ao meu aposento.
Quando de repente sem querer olhei para o lado,
E desfilando com a sua beleza e formosura,
Via surgir à lua suavemente num descampado,
Com os mais lindos e doces momentos de ternura.
Como é lindo um anoitecer de lua cheia,
Onde podemos sentir o brilho nos olhares,
Das mais lindas meninas que nos rodeia,
Vinda dos mais longínquos e bonitos lugares.
A lua parece um disco de ouro que a todos encanta,
Principalmente aqueles que ainda podem contemplar,
Sempre havendo sobre ti um verso em cada garganta,
Pois quero estar sempre nas ruas em noites de luar.
Que seja no campo, na cidade grande ou mesmo na beira mar,
A sua eterna beleza consegue instigar o meu pensamento,
Fazendo-me deslocar no seu clarão de certa forma a afirmar,
Que deixo invadir o meu peito com o mais lindo sentimento.
Fazendo perder a compostura por algum momento de calor,
Colocando em meu corpo um manto e na cabeça o chapéu,
Transportando-me através da maravilhosa magia do amor,
Levando como um anjo de luz diretamente para o céu.
Du’Art 10 / 01 / 2015
Jardins Azuis
Sentada na calçada da rua
Ela desenha a giz canteiros no chão.
Traça rosas de paz e amor
para que os animais ,os velhos e as crianças
possam passear pelas pedras no caminho
sem nenhuma lágrima e dor .
No fundo ...
São sonhos guardados desde sua infância .
Seu corpo crescera ,mas em sua alma inda há
resquícios de esperança .
Ali ,silente e sozinha ...
Ela faz uma prece aos céus
pedindo alvoradas no mundo !
Repousa suas quimeras n'algum vento
em que possam soprar acalentos de brisa
por entre espinhos.
Sua alma tem sede de azuis e de
primaveras em repentes profundos.
Lá fora ,alguns nem se dão conta do frio,
dos vazios ,das guerras ,dos aflitos ...
Mas ela teima
em re-nascer a flor
em manhãs bonitas
em auroras de amor
em borboletas de paz
em jardins azuis
em pólens fecundos...
E assim ela faz todos os dias ...
Seu Pai nosso é um grito pela cura
no mundo!
Sabe aquele cara que vai andando pela rua e tem uma nuvenzinha negra em cima e só pra ele, soltando chuva, ventos e raios? Sou eu.
Amantes
Sob o brilho da luz da rua
E a escuridão pálida da lua
Caminha Solidão opaca,
Negra e com ressaca
Após arrastadas bebedeiras,
Com pessoas sorrateiras
Na noite sem estrelas
Sem amor e sem belezas
Sob o brilho da luz da rua
E a escuridão pálida da lua,
Caminha um homem opaco
Meio a meio Mulato.
O homem do dia a dia
Sentindo a ressaca da ironia
Em noites sem estrelas encontra-se com Solidão
Sem perceber apenas sua ingênua traição.
Sob o brilho da luz da rua
E a escuridão pálida da lua
Os Outros se assombram por uma janela
No quarto escuro acendem uma vela
Rindo do Mulato até doer
Do quão banal é ter que o olho ver
Pessoas tão ignorantes
Em nosso mundano mundo repleto de amantes.
ALTAR
Um dia inda hei de te encontrar
numa esquina
na rua
no ar
no mar
na lua
num botequim ou
n'algum lugar
hei de te encontrar.
hei de te contar
das noites sob silêncios que passei
com teus olhos
navegando em meu altar.
hei de te contar
dos meus sonhos sob teu mar de ternura ,
a navegar nos teus girassóis de
candura sem sequer ao
menos lhe tocar .
Um dia hei de te contar !
Um dia inda hei de te amar !
Não tenho vergonha de dizer, que muito antes de ser moda, a nossa turma de rua fazia suas sobrancelhas... Eu, por exemplo, tenho seis pontos na da esquerda e cinco na da direita!
Eu moro com a minha mãe,mas meu pai é o meu lugar.Não moro na rua eu vivo tão bem.Aqui;ou em qualquer lugar...]
BH já não tem mais sentido,
sem você do meu lado comigo,
cada bar, cada rua que eu viro,
vejo que nunca tive amigos,
em todas quebradas,
em todos rolé sempre eu e você,
da praça do papa, rave é lazer,
BH não é a mesma, sem ter você.