Moradores de Rua
Tomar uma decisão não é tão difícil assim!
E como atravessar uma rua olhe bem para os dois lados para não ser atropelado.
Sinto saudade de tanta coisa. Saudade da minha infância. De brincar na rua. Da simplicidade que era a vida. De apenas ter que escolher de que cor pintar as Nuvens. Saudade de correr na chuva, sem me preocupar em me molhar. De ser criança. De ser inocente. Saudade de acreditar que os sonhos podem se concretizar. De ficar sem fazer nada o dia todo. De me fascinar com as estrelas. Saudade de não ter que me preocupar em ver todos que amo indo embora. De não ter que fazer escolhas complexas e difíceis. Saudade de andar de bicicleta, sem rumo. De correr na rua. De não me importar com opiniões alheias. Saudade de quando a vida era simples. De quando a vida era apenas viver, e não sobreviver. De quando eu apenas perdia meus brinquedos, e não pessoas. De quando eu chorava porque não queria parar de brincar, ou fazer algo que queriam que eu fizesse, e não porque tive meu coração partido. Saudade de não me importar com a sociedade, e com as regras que ela impõe. De não pensar no futuro, de não querer crescer. Saudade de viver o agora, sem pensar no que vão dizer, ou no que vão pensar. Saudade de ser o centro das atenções. De receber atenção. De ouvir música o dia todo, sem ter lembranças ruins. Saudade de não saber o que são sentimentos. De não saber o que era sofrer, de verdade. De não ter preocupações. Sinto falta de ser o que era antes. De sentir o que sentia antes.
É foda sair na rua e ver casais de mãos dadas e olhar pra você e ver que entre eu e você ja não existe mais nada.
A felicidade esta logo ali do outro lado da rua, ou na outra margens do rio, o problema é que as pessoas estão sempre precisando de alguém para segurar suas mãos e levar elas ate lá... são as inseguranças e o medos que tornam as pessoas infelizes. Quando passamos a caminhar com nossas próprias pernas, e não depender mais de ninguém, passamos a ser felizes, porque quando isso acontece não esperamos mais nada de ninguém. E quando não esperamos mais nada de ninguém, fazemos tudo sem esperar nada em troca. E quando não esperamos nada em troca, não frustraremos mais.. Então pra ser feliz não podemos depender de ninguém e nem esperar que as pessoas retribuam aquilo que fazemos para elas..
Outro dia vi um rapaz passando na rua com um penteado que mais parecia ter sido inspirado nos estranhos personagens de Johnny Depp. Logo pensei: 'Que falta faz um amigo!'
Todos nós temos em nossas vidas pessoas que chamamos de amigos. Alguns, de fato, o são. Outros, não sabendo o que é ser um amigo, não passam de colegas ou conhecidos.
Quer saber o que caracteriza um amigo? O amor que ele tem por você; o cuidado que ele tem por você; a preocupação em te ver sempre bem; em te proteger. Um amigo do rapaz supracitado não o deixaria ser envergonhado. Ainda que fosse duro de ouvir ele diria: 'Seu cabelo, amigo, não está legal. As pessoas vão rir de você!'
Essa politicagem que vemos por aí, onde as pessoas, querendo estar bem com todos, não advertem uns aos outros, não abrem os olhos uns dos outros e são complacentes com os erros daqueles a quem chama de amigos, tem espalhado um novo conceito de amizade: basta elogiar, ter disponibilidade para sair ou frequentar os mesmos lugares ou sites. Daí pouco importa se o outro vai viver ou morrer, se vai pro Céu ou pro inferno, se vai subir ou descer.
Ver alguém 'se ferrando' e não avisá-lo ou apoiá-lo na prática errada faz de você, sim, um amigo, mas um 'amigo da onça!'
É logo ali o impossível; siga a avenida do livre-arbítrio, passe a rua do convencional e dobre à esquina do inconcebível.
Na rua todo mundo é igual;
Em casa ser careta é normal;
Na rua todo mundo têm par;
Em casa se vai ter que casar;
Na rua todo mundo viaja;
Em casa se não sai o que haja;
Na lua todo mundo que passa;
Em casa não têm mais graça.
O silêncio que sai do som da chuva espalha-se, num crescendo de monotonia cinzenta, pela rua estreita que fito. Estou dormindo desperto, de pé contra a vidraça, a que me encosto como a tudo. Procuro em mim que sensações são as que tenho perante este cair esfiado de água sombriamente luminosa que [se] destaca das fachadas sujas e, ainda mais, das janelas abertas. E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.
Toda a amargura retardada da minha vida despe, aos meus olhos sem sensação, o traje de alegria natural de que usa nos acasos prolongados de todos os dias. Verifico que, tantas vezes alegre tantas vezes contente, estou sempre triste. E o que em mim verifica isto está por detrás de mim, como que se debruça sobre o meu encostado à janela, e, por sobre os meus ombros, ou até a minha cabeça, fita, com olhos mais íntimos que os meus, a chuva lenta, um pouco ondulada já, que filigrana de movimento o ar pardo e mau.
Abandonar todos os deveres, ainda os que nos não exigem, repudiar todos os lares, ainda os que não foram nossos, viver do impreciso e do vestígio, entre grandes púrpuras de loucura, e rendas falsas de majestades sonhadas... Ser qualquer coisa que não sinta o pesar de chuva externa, nem a mágoa da vacuidade íntima... Errar sem alma nem pensamento, sensação sem si-mesma, por estrada contornando montanhas, por vales sumidos entre encostas íngremes, longínquo, imerso e fatal... Perder-se entre paisagens como quadros. Não-ser a longe e cores...
Um sopro leve de vento, que por detrás da janela não sinto, rasga em desnivelamentos aéreos a queda rectilínea da chuva. Clareia qualquer parte do céu que não vejo. Noto-o porque, por detrás dos vidros meio-limpos da janela fronteira, já vejo vagamente o calendário na parede, lá dentro, que até agora não via.
Esqueço. Não vejo, sem pensar.
Cessa a chuva, e dela fica, um momento, uma poalha de diamantes mínimos, como se, no alto, qualquer coisa como uma grande toalha se sacudisse azulmente aberta dessas migalhinhas. Sente-se que parte do céu está já azul. Vê-se, através da janela fronteira, o calendário mais nitidamente. Tem uma cara de mulher, e o resto é fácil porque o reconheço, e a pasta dentífrica é a mais conhecida de todas.
Mas em que pensava eu antes de me perder a ver? Não sei. Vontade? Esforço? Vida? Com um grande avanço de luz sente-se que o céu é já quase todo azul. Mas não há sossego — ah, nem o haverá nunca! — no fundo do meu coração, poço velho ao fim da quinta vendida, memória de infância fechada a pó no sótão da casa alheia. Não há sossego — e, ai de mim!, nem sequer há desejo de o ter...
“O ESPELHO DO EGO”
Um dia eu passava por uma rua onde tinham vários espelhos, de todos os tipos e de todas as formas, na rua tinham varias pessoas e a cada espelho que passava uma pessoa parava e ficava a se olhar, isso me chamava atenção pois eu ficava a me perguntar o porque dessas pessoas paradas de frente a esses espelhos?
As ruas eram bem largas e não tinham cruzamentos, era uma tarde de quinta feira, acredito que umas 03:30, estava descalço e eu era o único cuja um propósito não tinha, no começo era apenas uma rua que eu teria que passar para chegar a frente, só que os espelhos tiraram minha concentração, porque ninguém se movia, que pessoas eram aquelas que pra mim eram vazias sem amor, sem um destino, sem si quer um propósito.
Pude caminhar por mais uns 15 minutos e cada vez mais aquela rua se prolongava, e de repente pude ver pessoas me olhando e entre elas encontrava se um único espelho, ele tinha a aparência suja, solitário, era um belo espelho, mais esquecido, parecia não se encaixar na parede de ninguém naquela rua, foi quando me aproximei para saber qual o defeito daquele espelho que me chamava atenção.
Ao chegar próximo do espelho reparei que tinha uma gravura na parte esquerda dele que dizia “REPARE-SE”, aquilo me gerou uma serie de sensações... Duvida, medo, solidão, saudade entre outras que não sabia explicar naquele momento.
Tirei um lenço que havia em meu bolso e comecei a limpar aquele espelho e aquele momento foi inesquecível, pois foi a primeira vez que eu me colocava a frente de meu próprio reflexo, e quando você se posiciona a sua própria frente, isso te gera poder, autoestima e segurança.
Quando acabei de limpar aquele espelho já se passava das 05:00, e me assustei ao me ver realmente, e me envergonhei...
Como poderia uma pessoa que sempre zombava dos outros, ser tão largada e esquecida assim? Quanta falta de amor próprio, quanto esquecimento.
Embaixo do espelho encontrei um bilhete , e puis-me a ler.
“Caro amigo, a muito tempo não nos vemos, isso pode ter gerado em você uma confusão não é, pois eu que era responsável pela sua aparência, suas vontades e decisões, e queria saber se um dia você voltaria, mas se está lendo isso é porque realmente você teve uma segunda chance, espero que esse espelho lhe mostre os defeitos que você tem, e que possa aprender com os seus. Com muito amor e saudade do seu querido EGO”
Quando terminei de ler aquela carta, eu realmente entendia o motivo de estar naquela rua, o que realmente eu tinha me tornado, e a chance que se colocava a minha frente.
Agora eu pergunto o que você está fazendo do seu reflexo, como você está tratando seu ego?
REPARE-SE.
Andar de skate na rua, jogar taco, brincar de pique-esconde, pega-pega, andar descalço, acordar cedinho para brincar e voltar só quando a mãe gritar: "Já está escurecendo!"... Nossa, que saudade!
Igreja: onde todos são iguais.
Rua: onde todos viram as costas e foda-se quem é quem: negro, gay, ateu...
Por isso prefiro a minha casa. E mais ao estudo do que a devoção.
lixão
Sempre é assim,
Jogam lixo na rua,
A consciencîa nunca foi grande,
Eles acham que o mundo é lixão,
Não é não.
Quando dormir eu vou fazer um pedido:
Que esse mundo mude,
Façam uma limpeza,
porque se o mundo é seu você deve cuidá-lo muito bem...
Da pra entender mulher que sai na rua com uma saia que da pra ver dentro do útero e não quer que ninguém olhe? Realmente piriguetismo tá na moda!!!
Talvez seja apenas um frágil desencanto. Daqueles ruins de se ver passando pelo outro lado da rua, indo embora em um táxi insone, lento e vazio em um dia de chuva comum