Moradores de Rua
O rio Tietê é como o morador de rua, é maltratado e desprezado, as pessoas passam por ele e nem lembram que ele existe, e nada fazem para tira-lo dessa situação degradante.
Com a brisa da manhã olhei pela janela e na rua avistava meu amor
com um lindo sorriso encantador
Acenando para min, fazendo assim meu coração acelerar
Aquela bela sensação que só o amor tem
Minha reação e simplesmente querer te abraçar
e mil beijos lhe dar
encher de amor
ate seu coração transbordar !!
Sofro e choro
Em cada fado que canto
Na rua onde moro
Está uma janela de pranto
O fado nasceu comigo
Desde a hora em que te vi
Serás sempre o meu amigo
Deste me alegrias que senti
O LIXO
Sentei na calçada da rua,
Para ver o que acontecia.
De cara eu encontrei,
O caminhão de melancia.
Passou carro pequeno e carro grande,
Passou gente bonita, alegre e elegante.
Uns paravam e conversavam,
Outros, nem cumprimentavam.
Logo passou o caminhão de lixo.
Levou restos e o que não mais prestava.
Levou até o mal cheiro que já incomodava.
Isso me fez pensar, que era hora e era tempo,
De desfazer de meus lixos recheados de sentimentos,
Deixando o caminhão levar, minhas mágoas e ressentimentos.
Élcio José Martins
Todos os meus manos de roupa de grife
Todos os meus manos vieram da rua
Sei que eu sou um menor muito exibido
Mas não sei por que eles se preocupam comigo
Eu não sou famoso, mas olha como eu me visto
Cabelo roxo, eu posso' mano, porque eu tenho estilo
A rua é minha escola, e foi nela que tudo eu
Aprendi, o ser humano é todos hipócritas, um
Pior que o outro, que a cada momento se
Contradiz.
Hoje
Quero a rua cheia
Um samba pra frente
Sem manias de passado.
Hoje
Quero alegria
Fora de qualquer nostalgia
Hoje eu vendo abraços nesta rua
E em troca eu quero o teu sorriso
Só pro teu dia melhorar
Será que vais negar?
O amor uniu-os e foram viver num pequeno poema, na rua da poesia. Nasceram poemas. Tiveram de alugar um poema maior para abrigar a família de poetas. Cresceram e foram estudar na universidade da poesia. Eram tantos os poetas. Ali aprenderam o sol, o vento, o mar, o canto das aves e o amor. Envelheceram juntos num poema e morreram por poema naquele pequeno poema onde outrora o Amor nasceu. Na Rua da Poesia.
Ela não passou só o número do telefone, passou o nome da rua, o número do apartamento... Entregou voluntariamente o seu coração pra alguém que não valia nada!
Um estado de emergência num Estado sem condições básica de sobrevivência das famílias, sair a rua em busca de alimentação é de extrema urgência!
Em tempos de COVID-19, se for para rua descobrindo o isolamento, vai preso. Se for à praia, vai preso. Se abrir o comércio para trabalhar, vai preso, mas se for preso, a JUSTIÇA solta, vai entender!
Na rua suja segue a multidão.
No seu fim, um precipício.
Muitos caíram, outros tantos cairão.
Cabeças são o sacrifício.
Todo dia, mergulham no abismo sem fim.
Na primavera, o céu desanuviou sobre mim.
Dissipou-se a cinza névoa, revelou-se a turva terra.
Da jornada, a única consequência era vida insensata.
Vi corpos secos, o desespero e os chicotes da corrupção.
De olhos e bocas vendadas, sem saber matavam o irmão.
E há aqueles que lutam por isso,
Em todos, um coração submisso.
Tentei alertá-los, mas o ouvido sangrava.
Lutar já era tarde demais,
Pois primavera é cama arrumada
Que quando se deita, se desfaz.
Houve dias em que a luz brilhava nos meus olhos, e a rua estava cheia de cores, e o sol brilhava no céu, e as árvores se moviam com o vento, e os pássaros cantavam e voavam pacíficos no céu.
Houve dias em que senti meu coração bater mais forte, e mergulhei no mar e não desejei nada melhor.
Houve dias em que me sentia tão bem e sorria e me divertia, e dançava, e cozinhava, e assava, e pintei, e trabalhei, e cantei, e bebi, e ri, e eu acreditei, tive esperança e planejei meu futuro e vivi e amei.
Houve dias em que fazia frio e eu assistia a um bom filme enrolada no cobertor e relaxava, deitava no sofá e adormecia.
Houve dias em que eu tomei um banho muito quente para aliviar toda a tensão nos músculos do meu corpo, e foi tão bom.
Houve dias em que quase caí e senti uma sensação de frio dentro do meu corpo, ou quando olhei de uma altura muito alta e senti meu corpo tremer.
Houve dias em que comi, comi bastante e dias em que não comi nada.
Houve dias em que fiquei cega e vi tudo escuro, e meu sorriso desapareceu e meu rosto ficou coberto de lágrimas.
Houve dias em que senti dor e meu coração se queixou, minha mente estava ocupada e meu corpo lutava.
Houve dias em que não era forte o suficiente, pensei que não poderia fazer melhor e me senti sozinha, me senti desnecessária.
Houve dias em que confiei plenamente e dias em que desconfiei completamente.
Houve dias em que dei o basta, já era o suficiente e decidi ser dura, e por mais que fosse difícil sobrevivi.
Houve dias em que eu estava fraca e percebi que a vida te engana e te faz sentir mais forte.
Houve dias em que ouvi meu coração com toda a bondade me dizendo "faça isso para mostrar bondade e que você é melhor do que isso" e também ouvi minha mente com pensamentos malignos me dizendo "não faça isso, qualquer esforço é um perda de tempo, não seja estúpido ”. E tantas vezes eu escolhi o que meu coração me dizia e fui apunhalado pelas costas. E por mais que pareça errado, também escolhi o que minha mente me disse e me senti mais feliz.
Houve dias em que pensei e acreditei que alguém poderia mudar, mas o tanto que já esperei e vivenciei, aprendi que eles não vão mudar.
Houve dias em que vi o sol nascer e as crianças riram e me abraçaram. Eu me sentia quente, feliz e completamente cheia de amor.
Houve dias em que cometi erros e dei minha vida àqueles que me deram fé.
Houve dias em que o mar estava azul e calmo, e não havia tempestade, e fechei os olhos e dormi, e dormi muito tempo e me senti descansado.
Houve dias em que acordei de manhã e disse obrigado por tudo que tenho, disse obrigado até pelo cobertor que tinha na minha cama, pela minha vida e pelas vidas que sou responsável por criar.
Houve um dia em que me amei e aprendi a ter calma, a ser paciente, a ser corajosa, a ser mais forte, a ficar quieta e calada, e li, e li bons livros e minha mente começou a navegar em pensamentos e tudo começou a fazer sentido. E ouvi música para me dar força e para me identificar com as letras, e senti arrepios.
Houve dias em que me tornei independente e me tornei confiante, cortei relacionamentos nocivos, tornei-me seletiva e mais feliz.
Houve dias em que percebi que preciso da minha família e dos meus amigos verdadeiros, e que precisava ser mentalmente e fisicamente saudável, com pensamentos positivos, e nunca deixaria ninguém ou algo me colocar no chão, sempre levantava depois de um cair, eu sempre acreditaria em um futuro brilhante.
Não houve mais dias ..
Ainda há mais dias pela frente, tanto que ainda tenho que aprender, tanto que tenho que ver ..
No rio azul eu fico quieto, mas no fim fico incerto. Na rua eu fico livre mas no céu me sinto firme, bem preso e seguro no manto azul que me rodeia, perto de um lar de pássaros, acho que não encontrei o presente que me devia, mas algo que eu sentia, e acho que não é alegria.
A mim muita coisa importa
que seja simples e do coração
mas não ligo se a rua é torta
nela continuo a missão
Não preciso de quase nada
vivo entre a calma e a polvorosa
não procuro sucesso na jornada
só a paz sob uma estrela silenciosa
"Ele veio em passos leves,
feito vento sorrateiro,
e olhei sem entender
para a rua, para o chão
vasculhei o mundo inteiro!
Eram passos, eram rastros,
Era o amor, minha paixão?
Era sim, mas ai que pena!
Não parou, passou voando
Nas asas da ilusão."
Lori Damm (Contos, Crônicas & Poesia)
o que ela faz da vida? Ela cultiva flores cuida de animais de rua ouve Mozart e pratica meditação...